terça-feira, 2 de julho de 2013

Analfabetismo Ideológico


Cada dia que passa torna-se um sofrimento maior ler os blogs e demais veículos de oposição ao governo municipal, que pululam esperançosos pela cidade.
É óbvio que este governo comete erros, tem falhas e pontos a reparar. Mas, diferentemente do anterior, o saldo positivo é muito maior.
Na tarefa diária de se informar sobre o que acontece ou pensam os midiáticos, deparamo-nos com enormidades como um menino que – candidamente – convoca seus leitores para formarem uma “Câmara Municipal Paralela”, uma aberração que apenas denota o inconformismo de encontrar-se alijado do processo político pelo anacronismo de suas ideias.
Sempre é bom que o povo tenha um espaço onde possa expor suas necessidades, reivindicações ou mesmo elogios. Mas aí cabe a pergunta: em um veículo tão sectário e radical quanto o referido blog, haverá espaço ou liberdade para o elogio? E, se houver, o mesmo virá solitário ou acompanhado de nota repleta de réplicas aterradoras?
A ideia de um espaço de debates é excelente, mas chamá-lo de “Câmara” soa á insurgência, á revolta pura e simples, cheira á hormônios estudantis em fúria e ao sentimento de saber-se rejeitado.
Em outro blog, já veterano e engordado pela longa e paquidérmica inércia de suas propostas, o autor dispara sua metralhadora giratória contra tudo e todos: Deus, o diabo e até mesmo a Terra do Sol. A amargura é a tônica, o deboche é o tempero e assim prossegue bradando contra seu próprio fracasso, esquecido de que foi venal – teria se entregado ao capitalismo? – ao retirar suas críticas ao evento Cabo Folia tão logo recebeu patrocínio do mesmo em suas páginas.
Clama o decadente escriba contra diversas secretarias do governo – algumas poucas que realmente enfrentaram ou enfrentam problemas, como em qualquer gestão – e outras tantas que nada mais fazem do que cumprir, com brilho, suas obrigações. Ele, em sua ânsia de vândalo ideológico, as vitima com as balas perdidas de seus recalques pessoais.
Exemplo? Gritou o citado senhor contra a Secretaria de Cultura, afirmando que por lá haveria apenas desocupados que nada fariam e, o mais das vezes, sequer apareceriam para cumprir o expediente. Mas, com a característica esquizofrenia esquerdopata – que já foi objeto de análise na postagem anterior – recusa-se a admitir o sucesso retumbante do PROEDI, que deixou as instalações da Secretaria lotadas, a ponto de serem distribuídas senhas e prorrogarem o prazo de inscrição. Varreu da mente a realização da Conferência Municipal de Cultura, que norteou os caminhos culturais da cidade e colocou Cabo Frio em condições de receber os auxílios de programas federais e estaduais. Ignorou o lançamento da revista Nossa Gente, editada pela mesma Secretaria, que é iniciativa pioneira na informação cultural oficial do município. E por aí vai, em sua faina delirante.
Já outro blog, de um irado senhor cuja única palavra que conhece é “vagabundo”, mescla-se com o blog anterior em sua incapacidade de compreender o que um assessor de imprensa de um governo tem de fazer, como dever de ofício. Na tosca, partidária e anti democrática visão de ambos, um assessor de imprensa bom seria aquele que esculachasse o governo para o qual trabalha. Ambos – que não são jornalistas – desconhecem que o opinativo não tem vez nos releases oficiais e que obviamente tais declarações referem-se ás realizações desta mesma gestão, e não podem ter o caráter de análise política. Os estúpidos reivindicam editoriais por parte de assessores e sequer conseguem entender que o comprometimento do profissional também é ideológico – e portanto ele defenderá este governo em suas funções ou fora delas. Para eles, idealistas só os do seu oligofrênico e patético grupelho. O resto resumiria-se á um bando de aproveitadores. Mas já diziam os antigos: “o gato que usa, acusa.”
Desconhecem os rudimentos da democracia. Elogiam a força e intimidação como maneira válida, onde os fins justificariam os meios. Praticam a perseguição pessoal quando percebem a contundência de argumentos que desmascarem a podridão de seus objetivos egoístas e não é outra a razão de atirarem pedras á Secretaria de Comunicação e á Secretaria de Cultura, pois sabem que por lá anda alguém que os vê exatamente como são: famintos de benesses, de poder pessoal, de privilégios, e que não hesitariam em praticar os mesmos desvios de caráter exibidos em seus escritos, uma vez no poder.
Vocês podem enganar estudantes secundaristas cheios de ilusões, mas a mim, não.
Um encerra seu blog alegando ser perseguido e, no mesmo instante o blog de seu alter-ego infla-se de uma acuidade política que jamais teve, já que seu dono prefere o Kung-Fu ás urnas. Uma vez de volta á blogosfera, o mesmo esvazia-se. Que coincidência!
Outro, critica todas as ações e repartições do governo por onde seus desafetos andem. Criticou igualmente a micareta em Cabo Frio, inúmeras, repetitivas e cansativas postagens que, por encanto, sumiram para dar lugar á vistosos anúncios do Cabo Folia – vendeu-se por 30 dinheiros.
Outro ainda, e bem mais obscuro, vitimado por poderoso complexo de inferioridade, chama tudo e todos de vagabundos, apela ao baixo nível e torna seu espaço um antro histriônico, um “Programa do Ratinho” onde persegue e  destila seu ódio inesgotável contra tudo o que represente sucesso, alegria ou efetividade na vida da cidade, que o esquecerá de maneira tão definitiva quanto ele não consegue livrar-se do complexo de ser, intelectualmente, apenas um esforçado medíocre.
Essa gente pouco fala sobre democracia – a verdadeira, e não o sofisma pespegado em suas bandeiras ditatoriais. Fingem não saber que o direito á reclamar tem como fronteira a obsessão: ultrapassado este limite, despenca-se no ridículo daqueles que se alimentam de polêmicas e todo o crédito se vai.
Essa gente ignora nosso direito de ir e vir, do uso pacífico das ruas e gritariam – se pudessem – em nossos ouvidos para nos convencer pela força: uma vez imbuídos de um objetivo, que se dane o povo e sua vida normal. Que se dane quem tem conta a pagar no banco: feche-o, faça-se a greve que depois pagaremos nossas dívidas com multa.
Suas vontades ditatoriais são expostas claramente ao acusarem todos os que querem apenas seguir com sua vida, cumprir seus compromissos, de “alienados”. Para eles, todos e cada um são apenas massa de manobra, manipuláveis e moldáveis ao gosto de suas necessidades políticas.
É uma gente que despreza o povo – a “plebe ignara” que tanto repudia os acadêmicos (ou os que pensam ser), e que enxerga apenas seu próprio ventre, faminto de privilégios e importância.
Sequer sabem que existe vida além de suas esquizofrenias e irritações frustradas.


Walter Biancardine