Tive a oportunidade de acompanhar relativamente de perto o desenrolar das negociações do novo PCCR - Plano de Cargos, Carreira e Remuneração - do funcionalismo municipal e não pude deixar de me espantar com alguns pontos que me fazem crer ser a política uma arte para quem tem estômagos de ferro.
Espantoso é como líderes sindicais, tão cordatos e gentis na presença de Prefeitos ou autoridades equivalentes, revestem-se de discurso inflamado e digno de uma queda da bastilha diante de seus ululantes "companheiros" de movimento. Tal é a discrepância que quase me fazem crer não estarem tratando do mesmo fato, ou então estarem cedendo ao canto de sereia dos agitadores profissionais, sempre presentes em qualquer comício - até os realizados sobre caixas de sabão.
Das duas, uma: ou cedem aos agitadores, ou cedem á mosca azul do poder. E isso é lá com a consciência de cada um deles.
Igualmente espantosa é a interpretação quase esquizofrênica dada por blogueiros e jornalistas derrotados nas últimas eleições: tanto eles quanto seus seguidores e efebos aferram-se em uma fúria e raiva quase palpáveis, a ira de estarem fora do jogo certamente os impulsiona em versões apócrifas, maliciosas e tendenciosas do fato.
O governo que agora conta pouco mais de um mês é uma ilha de projetos cercada de uns poucos derrotados que nada fazem além de odiar e invejar.
O discurso de que a "derrota faz parte do jogo democrático" é o terno e gravata com que pretendem vestir o escamoso demônio de seus recalques e ambições abortadas. Nada disso convence mais, a máscara caiu por terra.
O que se convenciona chamar "esquerda" ou mesmo "oposição" - tanto na mídia quanto em movimentos pseudo populares - nada mais significa hoje que um decrépito abrigo destes seres, que venderam alegremente a alma pelo poder e atualmente não os tem, nem o poder e muito menos a alma.
Este é um breve editorial, redigido na madrugada para cumprir a data de retorno prometida.
Amanhã o OPINIÃO estará de volta, com mais fôlego, para tormento de alguns e alegria de outros.
Walter Biancardine