sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

ALAIR: “A intervenção é triste mas necessária” -

Enquanto outros se calam, ele fala -
 Primeiro político da Região dos Lagos a falar mostra seu apoio á segurança

O Rio de Janeiro e todo o resto do Brasil acordou com a surpreendente notícia da decretação de intervenção Federal no Estado do Rio, após um vergonhoso recorde de bandidagem explícita neste carnaval.
Na verdade a intervenção já se desenhava há muito, em um estado corroído pelo roubo de cima á baixo, com bandidos eleitos pelo povo e outros vindos desta mesma população sofrida.
O fato é que a reforma da previdência impedia esta decretação, pois ela exige reforma constitucional – o que a Constituição veda que seja feito, em caso de qualquer tipo de intervenção federal.
Com a derrota certa no Congresso, o governo Temer acabou tomando uma medida correta, ainda que por motivos errados, e que pode livrar o Rio de Janeiro de um câncer que o consome desde os tempos do falecido governador Leonel Brizola – que impediu a PM de subir morros e permitiu que traficantes se armassem melhor do que exércitos de pequenos países.

A intervenção na Região dos Lagos – O que Alair falou:
Na Região dos Lagos – polo turístico do estado e acossada pela inegável presença de traficantes nativos, de outras cidades e até de outros estados – a notícia da intervenção teve o dom de deixar os políticos locais mudos, seja por medo de correlações entre a intervenção e a operação Lava Jato, seja por pura e simples culpa no cartório, com exceção de Alair Corrêa.
Conhecido por sua sinceridade contundente, sem meias palavras, o veterano idealizador da Cabo Frio moderna concedeu esta entrevista ao OPINIÃO, mesmo sabendo que o site do jornal ainda está em construção mas, igual ao que ele mesmo sente, sem podermos nos esquivar de tais acontecimentos.

AC – Alair Corrêa
OP – Jornal Opinião

OP – O senhor concorda com a intervenção federal no Rio de janeiro?

AC – Quero dizer de início que vejo com muita tristeza esta intervenção, mas pela fraqueza do governo estadual, tal providência teve de ser tomada. Jamais imaginei que o estado onde moro, onde trabalho, onde criei meus filhos chegasse a uma situação dessas. Entretanto esta tristeza que sinto poderá terminar em alegria, se o governo federal tiver êxito e conseguir livrar o Rio desta situação terrível.

OP – O senhor considera a intervenção uma necessidade, um ato político ou ambos, visando o ano eleitoral?

AC – O lado político certamente veio no carnaval, com aquele boneco do Temer fantasiado de vampiro pelas escolas de samba, com as imagens que rodaram o mundo inteiro! Aquilo certamente o motivou de uma forma espetacular (risos)! Mas falando mais objetivamente, com certeza a figura de um Presidente da República vestido de vampiro, com malas de dinheiro e mais escândalos de corrupção mostrados pelos enredos que foram espalhados nas tevês de todo o planeta certamente tiveram um peso principalmente porque, no fim das contas, acabou-se culpando este governo por toda uma situação de corrupção que já acontece há anos.
O fato é que a segurança pública é hoje a maior e principal demanda do povo brasileiro e é inegável este fator na corrida eleitoral. Temer se livrou de uma carga incômoda – a reforma da previdência – substituindo-a por outra, muito mais popular – a segurança, onde até adversários políticos mostraram seu apoio. Não tenho certeza se a intervenção resolverá, mas como pai de família fico feliz por ter a esperança de dias melhores.

OP – As cidades da região seriam alvos específicos desta intervenção? Afinal, Paratí se transformou em rota do tráfico internacional de drogas e o litoral sempre foi suscetível a este tipo de crime. Ocorreria uma migração do crime para cá, tal como na época das UPP's?

AC – Não consegui ainda apurar com certeza se o Exército estará sozinho nesta, ou se Marinha e Aeronáutica também participarão. Com relação á migração do crime, temos uma unidade do Exército em Macaé e a Base Aeronaval da Marinha em São Pedro da Aldeia e na extensão destas operações destacamentos da Marinha poderiam ocupar locais como o Morro da Coca Cola em Arraial, Vinhateiro em São Pedro, o Manoel Corrêa aqui em Cabo Frio e muitos outros, onde bandidos podem se esconder e forçar a população a aceitar que vendam suas drogas, sob a mira de armas. Nós poderíamos nos beneficiar destes contingentes, mas realmente não sei ainda se serão as três armas ou apenas o Exército que atuará.

OP – Alguma recomendação sobre a situação?

AC - Falando por mim, eu apoio a intervenção, embora me cause tristeza. Mas já passamos da hora de podermos andar nas ruas pelas quais pagamos, de desfrutarmos de uma cidade, de um estado, de um país que é nosso! Nós somos os donos, não os criminosos! Os criminosos são os que devem se esconder, não nós – e digo todos, todos os criminosos: dos que andam armados de fuzis aos que usam terno, gravata e mandatos.
O melhor conselho que posso dar é que todos colaborem, pois milagres não existem neste sentido. Confie em Deus, peça sua proteção mas ajude a Polícia, ajude as tropas, denuncie, participe, pois não podemos ficar sentados, esperando que tudo se resolva sozinho.

NOSSA OPINIÃO:

O Jornal Opinião observa que o ex prefeito Alair Corrêa declarou seu apoio á intervenção, mas teve a cautela de não entrar na análise do teor do decreto.
Afirmamos que a presença militar no Estado é urgente, necessária para impor respeito e freios á marginalidade mas, por si só, não surtirá efeitos definitivos.
O mesmo clamor popular que mudou o Brasil - da queda de Dilma Roussef á Operação Lava Jato - deve se erguer agora exigindo uma legislação penal DURÍSSIMA contra crimes, sem progressão de regime, sem indultos ou mesmo - e principalmente - sem audiências preliminares.
Enviar soldados á guerra civil brasileira sem a retaguarda jurídica adequada é como mandar uma tropa sem armamentos para o front - UM CRIME DE TRAIÇÃO Á PÁTRIA!
Temos de exigir dos legisladores - AGORA MESMO - leis mais duras!
Ou eleger novos congressistas comprometidos com nossa segurança!
Outubro está aí, pense nisso!  

Walter Biancardine