terça-feira, 12 de outubro de 2021

DEUS DÁ A MISSÃO E OS MEIOS


Não basta a importância daquilo que você tem a dizer: havemos de embrulhar este recado em bonita e simpática embalagem, ou nada feito. LEIA!

Desde criança sempre escrevi. Das redações colegiais que faziam a sala de aula se reunir para ouvir – pois sabia eu então como fazer graça – até a matérias jornalisticas de adulto, que elevaram o periódico em que trabalhava á liderança de vendas nas bancas e quase depuseram o prefeito da cidade.

Não sou modesto quanto aos pouquíssimos talentos que a natureza me dotou: sei que escrevo bem e ponto.

Por outro lado sinto que, tal como muitos outros brasileiros, tenho uma missão – uma mensagem a ser passada adiante e a fiz bem enquanto limitei-me a escrever. Depois, entusiasmado com o sucesso e, talvez, embriagado de vaidade pelo apoio de gente famosa, decidi ampliar o alcance de minha voz e comecei a fazer vídeos para a internet.

Nestes vídeos eu dizia exatamente o mesmo que sempre escrevi sem, contudo, a correção gramatical e o capricho estilístico, pelo tom coloquial necessário. E nem de longe consegui o mesmo sucesso.

Claro, houveram videos com alcance estrondoso – para meus padrões – que bateram a casa de 180 mil visualizações, mas isso jamais se tornou rotina. Minha média manteve-se em uma mediocridade preocupante, ainda mais levando-se em conta a inferioridade, em números, quando comparada ás minhas publicações escritas de outrora.

Estava seguro da correção do que dizia, pois gente como o filósofo Olavo de Carvalho repostava meus vídeos, mas eram exceções que prestavam atenção ao que eu dizia, não em minha cara.

Descobri, á duras penas, que não basta a importância daquilo que você tem a dizer: havemos de embrulhar este recado em bonita e simpática embalagem, ou nada feito.

Como disse acima, sei dos meus dons e que são poucos.

Nunca fui bonito ou mesmo simpático – aquele tipo que todos gostam de conversar. Pelo contrário: minha maneira de falar, mais apropriada á um sargento da tropa do que a um analista político, em nada ajudava e tudo se tornava pior ao exibir o rosto que uma natureza madrasta me presenteou.

Não posso deixar de expressar minha gratidão pela compreensão dos mais de 8,8 mil inscritos em meu canal do YouTube que, provavelmente, fazem parte da mesma tribo de Olavo – me ouvem, antes de reparar na minha cara – mas ainda assim creio ser hora de repensar meus meios.

Sei que tenho uma missão. Sei que tenho o que dizer e que pode ser de grande valia – não tivesse eu essa megalomania de crer que posso salvar o mundo e jamais teria sido jornalista – e, por isso, penso estar em uma espécie de “aviso prévio” dos vídeos.

Continuarei postando por mais alguns meses e observando se – descontados a censura e “shadow banning” feroz do YouTube – consigo evoluir e fazer meus pensamentos, análises e observações alcançarem medias razoáveis de visualizações. Caso se mantenham medíocres, será hora de um recuo (?) estratégico para a área onde Deus me deu o dom de expressar: a escrita.

E vida que segue, pois meus problemas são os menores diante de tudo o que vemos no Brasil de hoje.