segunda-feira, 10 de agosto de 2020

MERITOCRACIA SEM PRODUTIVIDADE: ISSO SOMOS NÓS

 


Não é de hoje que a esquerda, o globalismo e demais forças progressistas nos enredam em suas teias e nelas patinamos, sem perceber que também somos manipulados e cantamos vitórias inexistentes.

Bradamos orgulhosos nosso predomínio nas redes sociais ao levantarmos hashtags e, rapidamente, as mesmas subirem ao telhado nas trending tops. Inflamos o peito com vídeos e lives que destroem suas mentiras na grande mídia, aplaudindo nossos guerreiros do YouTube – preparados, cultos, contra uma matilha de desvairados bárbaros, siameses entre drogas e ignorância.

Comemoramos estas vitórias – merecidas e demonstrativas de um grande passo dado por nosso povo, até então totalmente inerme e apático politicamente – sem darmo-nos conta de que, em termos práticos, efetivos, nada resultam.

Essa é a terrível verdade, que recusamo-nos a enxergar: produtividade zero.
Denunciarmos aleijões morais como Felipe Neto, revelarmos farsas jurídicas de ativistas togados, apontarmos dúzias de traidores como Joice Hasselmann, Alexandre Frota ou mesmo oportunistas de baixa extração como João Dória é serviço de grande utilidade pública, necessário, valoroso, além de causar-nos embriagadora sensação de “alma lavada pela justiça feita á serviço da verdade”.

Porém é exatamente essa embriaguez – piorada por nossas constantes auto-congratulações – que nos cega, desarma e anula pensamentos estratégicos, sempre disfarçadamente rejeitados como “assuntos chatos, de intelectuais que só sabem reclamar e não comemoram com a gente”.

Direto ao ponto: a esquerda (chamemos toda essa corja assim) nos engana operando abertamente através de contra-informação. Pode-se citar como recente exemplo a deputada Gleisi Hoffmann, em live do canal Brasil 247 no YouTube, “reclamar” que a esquerda estaria “perdida, atirando em alvos dispersos”. Ora, caso algum conservador assista – o que seria raro, pois recusamo-nos a estudar o inimigo – provavelmente daria um sorriso de desdém e acreditaria em progressistas atônitos, sem rumo e tentando recomporem-se de fragorosa derrota. Sequer desconfiaria de uma esquerda, cujo DNA é inegavelmente clandestino, discutir publicamente suas mazelas e exibir desesperança aos olhos de todos.

Nosso orgulho nos cegou.

De maneira disciplinada, organizada e persistente, a esquerda usou sua roupa de bobo da corte como chamariz e desviou nossa inocência para o riso fácil. Enquanto isso, de maneira rápida, eficaz e definitiva, valeu-se de seus ativistas togados e prendeu – calou a boca legalmente – expoentes como Sara Winter (mulher que fez aquilo que nenhum homem conservador teve bolas para fazer), aterrorizou o canal Terça Livre apreendendo equipamentos, plantando escutas e reincidindo nas batidas policiais de forma inédita bem como simplesmente prendeu o jornalista Oswaldo Eustáquio e o cantor e humorista Rey Biannchi. Prosseguindo em sua estratégia, desmonetizou o trabalho de pessoas e canais fundamentais como Olavo de Carvalho, Bernardo Küster, Renato Barros, Crítica Nacional entre vários outros, retirando assim a subsistência dessas pessoas e empresas. E dessa maneira, se passando por “desorientada” e “atirando em alvos dispersos”, os “ignorantes lacradores, maconheiros do cabelo azul” desmontaram, com um peteleco, toda nossa exibição de força, justiça, verdade e erudição.

Hashtags são úteis, mas de quê adiantaram neste caso? Mitadas lavam nossa alma e desmoralizam o inimigo, mas não pagam conta de luz nem internet. Sequer existem mais nossas manifestações em favor do Presidente Jair Bolsonaro; a histórica sucessão de nove fins de semana consecutivos de apoio á Bonoro desmoronaram diante da planetária fake news da pandemia, que veio especialmente encomendada para países como os EUA, Inglaterra e Brasil, “salientes” demais com essa conversa de “Deus, pátria e família” e atrapalhando sobremaneira os planos de instituição do Governo Global.

A verdade é que nos encontramos agora, claramente, em uma posição defensiva e desfavorável. Em termos militares, podemos dizer que “nossas linhas de abastecimento foram cortadas” e urge a concepção de novas estratégias, tanto de refinanciamento de atividades quanto de ataques definitivamente focados na eficácia e destruição da capacidade de agir do inimigo.

Que tais erros primários, de uma direita inexperiente e sem militância, nos ensine a devida humildade e disciplina.

Sem isso, tudo o que nos espera é a paz dos brejos. Ou a escuridão das celas.

Walter Biancardine.