domingo, 2 de dezembro de 2012


A esquerda, a naftalina e o crime



É de causar pasmo ver gente nova – notadamente efebos mal-entrados na pubescência – agarrados a conceitos mortos e anacrônicos como “direita” e “esquerda”.
Produzindo textos com cheiro e cor dos antigos panfletos mimeografados dos “contestadores” de 68, a gurizada nascida na virada dos anos 80 para os 90 crê piamente que o emprego de expressões como “burguesia”, “extrema direita”, “esquerda progressista” ou até a podre “consciência social” emprestarão uma seriedade, maturidade e experiência aos seus autores bem mais verossímeis que suas faces sarapintadas de espinhas nos permitiriam supor.
Essa turminha da creche socialista, que jamais viu um governo militar na vida e nem de longe sabe o que é uma ditadura declarada – e não essa covardia absolutista disfarçada que grassa nas esferas estadual e federal – aceita de bom grado o exercício do mando pessoal e nada vê de errado nisso, quando o vento sopra à seu favor. Enormidades como o “Veta Dilma” referente aos royalties, nada mais são do que um endosso popular que os donos desses meninos querem emprestar ao poder discricionário de uma presidente.
Fosse outro a ocupar a principal cadeira do Planalto – um Aécio Neves, que fosse – e essa turminha já estaria gritando, com as veias do pescoço inchadas, que um assunto tão importante teria de ser levado à decisão popular e nunca ser submetido à decisão de um só – um presidente.
Digno de nota é a falta de memória dessa criançada: até ontem bradavam que nada mais justo as embromações protelatórias de Jânio em Brasília, sob a alegação de que a Justiça era a única forma de impedir que “uma minoria” prevalecesse sobre todos. E o que acontece nos royalties? Nada mais nada menos que todos os estados do Brasil querendo enfiar a faca e sangrar os cofres de dois ou três Estados da Federação – ou seja, maioria absoluta a favor do fim dos royalties para nós.
E os bobinhos se esquecem das próprias besteiras que falam. Desde que seja conveniente à seus donos, é claro.
Pior: batem nos peitinhos adolescentes e bradam com orgulho serem “de esquerda”. Andaram lendo um pouquinho mais que a grande massa analfagoogle e se acham profundos conhecedores de Karl Marx e de toda a burrice decorrente das sandices do mesmo.
Nunca pararam para pensar no fato – pois é um fato – que governos “de esquerda” só conseguem produzir resultados quando exercidos através de ditaduras – e os resultados sempre são bélicos.
Nunca pararam para pensar que a “direita”, como conceito, sequer existe – pois o que eles acusam como “defeitos direitistas” nada mais são que falta de caráter e ganância do espécime humano – que também se manifesta nas esquerdas através do fanatismo, absolutismo e violência.
A verdade é que eles só falam essas bobagens porque ainda existem menininhas tolas que suspiram por seus “idealismos”. Todo o socialismo, esquerdismo e consciência social desembocam – inevitavelmente – na cama de um motel. E pior: desaparecem por completo, ao crescerem, terem filhos, contas para pagar e mais o que fazer do que exibir seus egos inflados por aí.
No frigir dos ovos, é de causar pasmo estarmos no ano de 2012, boca de 2013, e ainda ter gente que não saiu de 1968 – o ano que nunca acabou para eles, que não terminaram de ler o livro que conta como foi.
E é de embasbacar mais ainda constatar que esse discurso rasteiro, inverossímil, repleto de sofismas, ainda encontre eco nas cabecinhas ocas da estudantada e demagogos de plantão.
A petizada que aplaude as esquerdopatias expelidas por uns e outros por aí é a mesma que repudia nosso atual e triste estado de guerra civil do crime, com – no mínimo – quatro Estados da Federação submetidos ás ordens de chefinhos nas cadeias. Rio, São Paulo, Minas Gerais e até – pasmem – Santa Catarina vivem hoje uma rotina de terror e toque de recolher que os cidadãos se auto impuseram. Abdicaram do direito de ir e vir por medo do crime. E o Estado nada faz – ou o faz com medidas protelatórias e tímidas, dignas de suspeitas de má-fé e conivência com o crime.
E estes Estados suspeitos quais são? Curiosamente, os mesmos cujas capitais acolheram o dito “pensamento de esquerda”. Depois do “Brizola na Cabeça” e da proibição da polícia carioca de subir morros, toda suspeita de conivência é justificável.
A promiscuidade entre o Estado “com consciência social” e o crime é nítida, e só não vê quem não quer. Mensalões, assassinato do prefeito Celso Daniel, super-secretárias, dinheiro nas cuecas e toda a sorte de bandalhas e evidências dessa relação inaceitável são jogadas em nossas caras pagadoras de impostos todos os dias.
E para quê pagamos 35% do PIB ao Governo?
Para que ele não dê nada em troca – conto do vigário, estelionato – e nos puna se inadimplentes – extorsão.
A esquerda hoje mostra sua verdadeira face: a face de uma quadrilha organizada para reduzir o brasileiro ao paternalismo mais miserável, trancá-lo em casa por medo da morte, extorquir-lhe os últimos tostões em impostos e eternizar-se no poder – sem oposição graças ao “controle da mídia”.
E essa gurizada ainda acha o máximo “ser de esquerda”.
Amiguinhos: o tempo de falar merda acabou! Cresçam! Não existe esquerda ou direita, o que existe são bons ou maus governos. Parem de discutir utopias e sofismas marxistas e prestem atenção na realidade!
Ou o futuro de vocês será viver ás custas de um “bolsa família”, assistindo Faustão na TV, cercados de grades em casa e felizes com a vitória do seu time nas finais do Brasileirão.
Se esta é a ideia da tal “dignidade” que vocês tanto falam, me desculpem.
Qualquer um tem o direito de almejar horizontes bem mais altos que um carnê das Casas Bahia.
Pois somos todos iguais diante de Deus.