Intervenção e cura
Saiu no blog do
Garotinho* um artigo no qual o ex-governador sugere a intervenção do TSE no
TRE-RJ, por contaminado que estaria.
Embora nem de longe
morra de amores por este senhor, no momento tenho de aplaudi-lo por
ser o único – e não me interessam as razões que o move – com
peso e projeção a ter peito para denunciar o fim da República em
nosso Estado do Rio.
Segundo o
ex-governador, o TRE-RJ vive sob a batuta de Sérgio Cabral, através
dos “bons” ofícios de Luís Zveiter, comportando-se de maneira
pavlovianamente condicionada aos gestos da desastrada batuta do
antigo X-9 da Juventude peemedebista.
Tal é a despreocupação
de Cabral com quaisquer consequências de seu despotismo que sequer
uma meia dúzia de opositores ele deixou: limou um por um, de maneira
“perfeitamente” legal, todos os candidatos contrários, nas
corridas às prefeituras dos 92 municípios fluminenses. Seus atos
tornaram-se provas flagrantes da acusação e um juiz que não acolha
estas circunstâncias pisará irremediavelmente no terreno das
suspeições.
Entretanto, ouso ir
mais longe e supor que não apenas o TRE-RJ precisa de intervenção:
igualmente o Governo do Estado do Rio carece disto, mas só após uma
completa faxina no Planalto, seguida de uma dolorida e (vamos ser
realistas) irrealizável depuração em todo o judiciário
brasileiro.
Seria rematada
ingenuidade supor que um Serginho teria tamanha ousadia de perpetrar
seus atropelos e rasgar o equilíbrio republicano entre os Poderes,
somente amparado em uma coragem que sabidamente não tem:
notoriamente protegido, acalentado e amamentado pelo Governo Federal,
apenas mimetiza um modus operandi que se tornou praxe da
dinastia Lulla, desde que o PT assaltou o poder e extinguiu a
República e a democracia.
O insaciável e
personalista Lulla manda em Dilma. Igualmente, sempre mandou em Zé
Dirceu, Genoíno, Delúbio, Marcos Valério e toda a corja de ladrões
que assaltou os cofres da República. Somente um profissional da
imbecilidade acreditaria que o barbudo não sabia de nada sobre
mensalões, e fica difícil crer que não saiba de Deltas e
Cachoeiras – tal foi a desavergonhada combinação que livrou
Cabralzinho da CPI – e por cujo pesado dedão afastou seu aliado
graças à subserviência sem pátria dos que se acovardam diante do
mando pessoal.
É impossível não
traçar uma linha reta, verdadeira espinha dorsal, que una toda essa
imundície: o mensalão que o povo nem quer saber se replica na
Delta, que igualmente o povo nem quer saber. A manipulação
Lullo-Dilmista no Supremo – graças a Deus até agora ineficaz –
se replica nas influências espúrias do Governador por sobre o
TRE-RJ.
Seria tão difícil
assim imaginar que o desespero continuista em uma pequena cidade do
interior – entretanto convenientemente inchada de royalties – se
deva aos mesmos motivos?
O Brasil precisa,
urgentemente e de cima a baixo, de uma séria e profunda intervenção.
É preciso refundar a
República.
Resta agora, para
desanuviar, a clássica pergunta do Chapolim Colorado, do seriado
Chaves:
- E agora? Quem poderá
nos salvar?
*(http://www.blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=11928)
*(http://www.blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=11928)
Walter Biancardine