terça-feira, 18 de setembro de 2012

TRE cassa Alair e libera miliciano
ou
Judiciário Eleitoral do Estado do Rio, cujo governador é Sergio Cabral – adversário de Alair – impugna candidatura do mesmo, mas libera miliciano.

A manchete é auto explicativa, diz tudo e cabe em sí o próprio juízo do fundo de poço à que se chegou a promiscuidade entre os Poderes, nas mãos de um Governador que não dá a mínima para os principios básicos da democracia e só se interessa por dominar os 92 municípios do Estado que, teoricamente, darão sustentação aos seus sonhos de suceder Dilma Roussef no Planalto.
Há tempos já se sabia que a candidatura de Alair seria impugnada, era carta marcada e a combinação, pública e notória, foi amplamente noticiada por toda a imprensa independente. Nenhuma surpresa nisso.
A surpresa resume-se na total incapacidade do cidadão mediano protestar contra a usurpação de seus direitos, de sua cidadania e ver, candidamente, que seu voto e nada valem a mesma coisa.
De cima a baixo, do Federal ao Estadual e Municipal, urnas nada mais valem. O que vale é a Justiça (tenha dó!) e, mesmo assim, a de última instância, ainda que encruadas de corpos estranhos como Toffolis e Lewandowiskis.
Na “Ditadura Legalista” implantada pelo PT, nada é feito pela força do ditador e sim disfarçada sob a força das leis. Assalta-se o Judiciário, manietam-se os juízes – que, em última análise, são apenas e tão somente seres humanos – e todos os atropelos e violências são abonados pela sentença favorável.
Vivemos sob uma ditadura. Não é de esquerda (nem nunca foi, basta farejar um Zé Dirceu e ver se ele realmente acredita nisso), não é de direita, não obedece à nenhum ideal. Seu único propósito é o enriquecimento material de seus integrantes, seja através de maracutaias, conchavos ou mesmo crimes, se necessário for.
Iludem o povo com brinquedinhos como urnas eletrônicas – boas fossem e o resto do mundo as usaria – engambelam a massa submissa com simulacros de eleições, códigos, leis – sendo o nosso um dos países cujo elenco penal é o mais extenso – apenas para servir de “mel na chupeta”, para que não possamos protestar contra uma suposta impossibilidade de escolha de nossos representantes.
Pois bem, Alair é o escolhido, isso é notório e manifesto não apenas nas pesquisas como, principalmente, nas ruas. O que se faz? Arruma-se uma filigrana legal e cassa-se seus direitos – sob todo o sério e inatacável trâmite legal. Assim, a sua escolha, eleitor, se resume aos que restam: um, bom rapaz mas votação inexpressiva. Outro, simplório serviçal em terceiro grau, de uma família que vendeu-se ao projeto Federal do Chefe do Executivo Estadual.
Que escolha, cara pálida? Que “democracia” é essa?
Alair roubou? Matou? Tirou dinheiro das velhinhas? Não. Mas não apresentou uma certidão sabe-se lá de quê, então a mão pesada da Lei amestrada cai sobre o mesmo.
Você já se perguntou o por quê votar? Para quê? Vivemos realmente numa democracia?
Este texto provavelmente será objeto de um processo – mais um, sob a perfeita aparência legal – então não mais poderei expor minhas ideias contrárias. Meu candidato foi impugnado. Não posso manifestar minhas preferências, meus gostos e nem mesmo exercer o comezinho hábito de fumar.
A patrulha do “politicamente correto” é a face youppie da mais feroz ditadura liberticida que se tem notícia, e manipula-nos sem que nos apercebamos.
Ditadores roubaram seu candidato de você. Cassaram seu direito de votar no escolhido. Calaram sua boca e seus protestos. E então, vai ficar aí, parado?
É hora de irmos para as ruas gritar, exigir a volta da verdadeira democracia! Proteste, grite, exija retorno, em ações dignas, do salário que você paga aos que te tiram todos os seus direitos e escolhas!
Chega de sermos um povo de carneiros mansos, que deixamos nos conduzirem mansamente aos matadouros da liberdade!
É hora de irmos ás ruas! É hora de gritar! É hora do basta!

Walter Biancardine