sábado, 15 de setembro de 2012



O MENSALÃO (antecessor do Mensalinho)

Os brasileiros estão cansados de saber o que representou o mensalão na vida política do país. Coisa simples para aquele que tinha como meta eternizar-se no poder ao alçá-lo em 2003 (PT). Ou seja, aparelhar os órgãos públicos com os militantes (milhares de cargos bem remunerados, na Petrobrás, Previ, BB, Cx.Econômica, etc.); corromper todos as associações que 
poderiam criar embaraços, como sindicatos, organizações estudantis através de farta distribuição de dinheiro público, e, finalmente, submeter o Congresso nacional à sanha dos que pretendiam silenciar – até a própria imprensa, o que sobrava da democracia. Estaria implantada a vontade daqueles que se julgavam os intocáveis. O mensalão, com base na afirmação do Lula quando deputado, seria a forma de conquistar a adesão dos “300 picaretas” que infestavam o legislativo nacional. O mensalão foi uma espécie de mesada transferida dos cofres públicos para o bolso dos chefes partidários da base do governo. O butim era concentrado nas mãos de Marcos Valério, o “mecenas” ligado ao PT. O Supremo Tribunal Federal acabou com o sonho dos petistas ao sentenciar, em julgamento histórico, que o mensalão existiu sim. E o Caixa 2 também! Mas não comemorem ainda, pois a “intelligenzia” bolivariana está atenta ao desenrolar dos acontecimentos no STF. É agora Zé Dirceu! 

DE NOVO LEWANDOWISK E TOFFOLI - Os dois foram os únicos a absolver Rogério Tolentino. Trata-se de quem contraiu o suposto empréstimo no BMG. e que comprou o apartamento de Maria Ângela da Silva Saragoça, ex-mulher de José Dirceu, adiantando R$ 20 mil em espécie. Maria Ângela também foi contratada para trabalhar no BMG a pedido de Marcos Valério. Mais coincidência. 


E O MENSALINHO? Um texto para comemorarmos o mês da Independência!

Por esse Brasil afora com o mau exemplo vindo de cima, institucionalizou-se a eternização de grupos patrimonialistas no comando das prefeituras municipais. O velho clichê do coronelismo comandando as eleições majoritárias e proporcionais. Com o substancial aumento dos orçamentos dos municípios brasileiros, ficou mais difícil para 
os prefeitos controlar o apetite voraz dos vereadores da situação. Eleições para o legislativo ficou caro e as cobranças foram dirigidas para o executivo. Nasciam os famintos por vantagens patrocinadas pelos prefeitos. Bancadas inteiras de oposição foram dizimadas através da cooptação via oferecimento de secretarias e cargos comissionados para a “parentada” eleitora. Era o mensalinho municipal a serviço da perpetuação dos poderosos. As oposições se enfraqueceram tanto que em muitos municípios houve dificuldade até de conseguir-se um candidato para fazer frente ao prefeito ou seu indicado. Controle quase total dos eleitores de modo a manipular as intenções de voto pela formação de uma gigantesca coligação partidária, sufocando o que restava de intenções de alteração do status quo político. Nascidos nos intestinos do poder central, projetos de lei são facilmente aprovados pela substancial maioria dos vereadores, claro, interessados no aumento do número de secretarias e cargos em comissão. Horas extras, elevação dos subsídios de comissionados através de portaria omitindo o nome do titular, e contratação de funcionários por cooperativa vencedora de "concorrência", constituem-se numa ferramenta efetiva para a manutenção do poder. Há ainda os que se vangloriam das adesões de ex-adversários, pensando enganar eleitores incautos sobre o mensalinho aplicado durante os anos à frente do executivo. Prefeituras do interior, geralmente em cidades com menos de 50 mil habitantes, são verdadeiras sinecuras. Tudo dentro do que determina a Lei da Responsabilidade Fiscal. Mas, com a vergonhoso arreglo entre prefeitos e vereadores. 



Ricardo Villarinho