terça-feira, 2 de julho de 2013

Analfabetismo Ideológico


Cada dia que passa torna-se um sofrimento maior ler os blogs e demais veículos de oposição ao governo municipal, que pululam esperançosos pela cidade.
É óbvio que este governo comete erros, tem falhas e pontos a reparar. Mas, diferentemente do anterior, o saldo positivo é muito maior.
Na tarefa diária de se informar sobre o que acontece ou pensam os midiáticos, deparamo-nos com enormidades como um menino que – candidamente – convoca seus leitores para formarem uma “Câmara Municipal Paralela”, uma aberração que apenas denota o inconformismo de encontrar-se alijado do processo político pelo anacronismo de suas ideias.
Sempre é bom que o povo tenha um espaço onde possa expor suas necessidades, reivindicações ou mesmo elogios. Mas aí cabe a pergunta: em um veículo tão sectário e radical quanto o referido blog, haverá espaço ou liberdade para o elogio? E, se houver, o mesmo virá solitário ou acompanhado de nota repleta de réplicas aterradoras?
A ideia de um espaço de debates é excelente, mas chamá-lo de “Câmara” soa á insurgência, á revolta pura e simples, cheira á hormônios estudantis em fúria e ao sentimento de saber-se rejeitado.
Em outro blog, já veterano e engordado pela longa e paquidérmica inércia de suas propostas, o autor dispara sua metralhadora giratória contra tudo e todos: Deus, o diabo e até mesmo a Terra do Sol. A amargura é a tônica, o deboche é o tempero e assim prossegue bradando contra seu próprio fracasso, esquecido de que foi venal – teria se entregado ao capitalismo? – ao retirar suas críticas ao evento Cabo Folia tão logo recebeu patrocínio do mesmo em suas páginas.
Clama o decadente escriba contra diversas secretarias do governo – algumas poucas que realmente enfrentaram ou enfrentam problemas, como em qualquer gestão – e outras tantas que nada mais fazem do que cumprir, com brilho, suas obrigações. Ele, em sua ânsia de vândalo ideológico, as vitima com as balas perdidas de seus recalques pessoais.
Exemplo? Gritou o citado senhor contra a Secretaria de Cultura, afirmando que por lá haveria apenas desocupados que nada fariam e, o mais das vezes, sequer apareceriam para cumprir o expediente. Mas, com a característica esquizofrenia esquerdopata – que já foi objeto de análise na postagem anterior – recusa-se a admitir o sucesso retumbante do PROEDI, que deixou as instalações da Secretaria lotadas, a ponto de serem distribuídas senhas e prorrogarem o prazo de inscrição. Varreu da mente a realização da Conferência Municipal de Cultura, que norteou os caminhos culturais da cidade e colocou Cabo Frio em condições de receber os auxílios de programas federais e estaduais. Ignorou o lançamento da revista Nossa Gente, editada pela mesma Secretaria, que é iniciativa pioneira na informação cultural oficial do município. E por aí vai, em sua faina delirante.
Já outro blog, de um irado senhor cuja única palavra que conhece é “vagabundo”, mescla-se com o blog anterior em sua incapacidade de compreender o que um assessor de imprensa de um governo tem de fazer, como dever de ofício. Na tosca, partidária e anti democrática visão de ambos, um assessor de imprensa bom seria aquele que esculachasse o governo para o qual trabalha. Ambos – que não são jornalistas – desconhecem que o opinativo não tem vez nos releases oficiais e que obviamente tais declarações referem-se ás realizações desta mesma gestão, e não podem ter o caráter de análise política. Os estúpidos reivindicam editoriais por parte de assessores e sequer conseguem entender que o comprometimento do profissional também é ideológico – e portanto ele defenderá este governo em suas funções ou fora delas. Para eles, idealistas só os do seu oligofrênico e patético grupelho. O resto resumiria-se á um bando de aproveitadores. Mas já diziam os antigos: “o gato que usa, acusa.”
Desconhecem os rudimentos da democracia. Elogiam a força e intimidação como maneira válida, onde os fins justificariam os meios. Praticam a perseguição pessoal quando percebem a contundência de argumentos que desmascarem a podridão de seus objetivos egoístas e não é outra a razão de atirarem pedras á Secretaria de Comunicação e á Secretaria de Cultura, pois sabem que por lá anda alguém que os vê exatamente como são: famintos de benesses, de poder pessoal, de privilégios, e que não hesitariam em praticar os mesmos desvios de caráter exibidos em seus escritos, uma vez no poder.
Vocês podem enganar estudantes secundaristas cheios de ilusões, mas a mim, não.
Um encerra seu blog alegando ser perseguido e, no mesmo instante o blog de seu alter-ego infla-se de uma acuidade política que jamais teve, já que seu dono prefere o Kung-Fu ás urnas. Uma vez de volta á blogosfera, o mesmo esvazia-se. Que coincidência!
Outro, critica todas as ações e repartições do governo por onde seus desafetos andem. Criticou igualmente a micareta em Cabo Frio, inúmeras, repetitivas e cansativas postagens que, por encanto, sumiram para dar lugar á vistosos anúncios do Cabo Folia – vendeu-se por 30 dinheiros.
Outro ainda, e bem mais obscuro, vitimado por poderoso complexo de inferioridade, chama tudo e todos de vagabundos, apela ao baixo nível e torna seu espaço um antro histriônico, um “Programa do Ratinho” onde persegue e  destila seu ódio inesgotável contra tudo o que represente sucesso, alegria ou efetividade na vida da cidade, que o esquecerá de maneira tão definitiva quanto ele não consegue livrar-se do complexo de ser, intelectualmente, apenas um esforçado medíocre.
Essa gente pouco fala sobre democracia – a verdadeira, e não o sofisma pespegado em suas bandeiras ditatoriais. Fingem não saber que o direito á reclamar tem como fronteira a obsessão: ultrapassado este limite, despenca-se no ridículo daqueles que se alimentam de polêmicas e todo o crédito se vai.
Essa gente ignora nosso direito de ir e vir, do uso pacífico das ruas e gritariam – se pudessem – em nossos ouvidos para nos convencer pela força: uma vez imbuídos de um objetivo, que se dane o povo e sua vida normal. Que se dane quem tem conta a pagar no banco: feche-o, faça-se a greve que depois pagaremos nossas dívidas com multa.
Suas vontades ditatoriais são expostas claramente ao acusarem todos os que querem apenas seguir com sua vida, cumprir seus compromissos, de “alienados”. Para eles, todos e cada um são apenas massa de manobra, manipuláveis e moldáveis ao gosto de suas necessidades políticas.
É uma gente que despreza o povo – a “plebe ignara” que tanto repudia os acadêmicos (ou os que pensam ser), e que enxerga apenas seu próprio ventre, faminto de privilégios e importância.
Sequer sabem que existe vida além de suas esquizofrenias e irritações frustradas.


Walter Biancardine

domingo, 30 de junho de 2013



Rede Social de Intrigas, Este É Um País Que Vai Pra Frente e o Diagnóstico Psicológico Da Esquerda Brasileira, entre outros...

·         Se em nossas maneiras e modos são refletidos aquilo que desejamos passar aos outros, tudo o que é escrito nas redes sociais retrata, á perfeição, o que vive em
nossas fantasias: tudo o que gostaríamos de ser e não somos, o que gostaríamos de falar pessoalmente e não temos coragem e o mundo cor de rosa de riqueza e sucesso que, no mais das vezes, não temos.
Causa pasmo assistir o bate-boca unilateral promovido por uma vaidade colossal e senil, como reação ao fato de uma jornalista publicar notícias em sua página do Facebook – como se isso fosse algo anormal.
Não cabe neste pequeno artigo, que marca a volta do Opinião, entrar no mérito da precisão ou estilo da profissional e sim destacar o fato de que a mesma cumpre seu dever de informar, enquanto um obsceno e semi decomposto ego medieval brada sua “superioridade” e entrega-se, publicamente, ao ócio – sine dignitate – em seu mundo imaginário de champagnes e mansões.
Fica aqui o registro de nossa solidariedade á jornalista Telma Flora que, cumprindo seu papel dentro de seus limites, traz a notícia para todos nós em sua revista eletrônica ou através das redes sociais.

·         Multidões bradaram contra os estádios “padrão FIFA” superfaturados, gritaram que “o gigante acordou” e não mais aceitariam o pão e circo costumeiro, e que estaríamos vivendo o momento histórico de uma “mudança” de mentalidade do povo brasileiro.
Pois bem: Brasil dá um pau na Espanha. Estádio (superfaturado e padrão FIFA) lotado, e multidões ululantes e contentes.
Tudo aquilo que a esquerda esquizofrênica acusou a ditadura militar (que já se foi há 30 anos!) de fazer, repete á perfeição. Usa o futebol como auto promoção e usa a massa ignorante e novidadeira para fingirem-se perplexos e, ao final, impingirem as reformas políticas que entregarão o Brasil nos braços de mais uma ditadura – só que de esquerda.
Faltou apenas a Dilma – tal qual Médici – a entregar a taça ao “escrete canarinho”, enquanto “seu Lulla” não assume.
 Este é um país que vai pra frente, ame-o ou deixe-o!

·         Esquizofrenia distônica: este é o diagnóstico da esquerda brasileira.
Explicando: na esquizofrenia o paciente vive em um mundo e uma realidade própria, divorciada da que todos nós vivemos. Vê conspirações de golpes da extrema direita, vê um movimento de massas “pacífico” apenas infiltrados de eventuais baderneiros – em todos os estados brasileiros – e vê, piormente, tentativas totalitaristas de impingir a ditadura, promovidas pelo Governo Federal, como “soluções e busca do diálogo”.
Recusa-se, de maneira doentia, a enxergar a realidade como ela é e transforma todos os argumentos á eles apresentados em uma sucessão de disparates e clichês mofados de 1968.
Já a distonia é conhecida popularmente como “rabugice”, é o eterno mal humorado e descontente. E alguém, em sã consciência, já viu um esquerdista feliz? Claro que não, e ele dirá que é pelo fato de sermos alienados e não vermos a realidade do país. É um círculo vicioso e doentio, que se alimenta e nutre outros doentes do mesmo calibre.
Já dizia meu guru Lobão: “Não adianta discutir com esquerdista, é como jogar xadrez com um pombo: ele vai derrubar todas as peças, cagar o tabuleiro todo e ainda sair arrulhando que ganhou”.
Falou e disse!


Walter Biancardine

quarta-feira, 13 de março de 2013

Para pensar no primeiro dia do papado de Francisco


Nulla Sallus Extra Christo

Até o momento e já decorridas mais de seis horas da eleição do novo Papa Francisco, nenhum blog da região comentou o fato nem teceu considerações sobre padres, batinas, missas ou outros quetais. Assim sendo, o OPINIÃO se adianta e resolve, através de seu editor, dar palpite mesmo sem ter sido perguntado. Como sempre, aliás.

Tá certo que um dos poucos prazeres que nos restam aos 50 anos de idade é sacanear argentino, mas no momento em que um hermano recebe uma procuração para assinar em nome de Deus aqui embaixo, até por uma questão de prudência elementar é bom ponderarmos alguns pontos, bastante favoráveis á Igreja Católica:

A) Conservadorismo e resistência ás mudanças do mundo
Quem, em sã consciência poderia – vivendo no mundo pelos idos da década de 60/70 – prever tamanho retrocesso da sociedade em termos de conceitos morais, preconceitos, reacionarismo, hipocrisia social e fundamentalismo religioso? A Igreja Católica não aderiu aos moderninhos flower Power e muito menos aos hedonistas das discotecas. E o tempo mostrou o acerto da sua posição, já que estamos hoje próximos de queimarmos mulheres nas fogueiras como bruxas e declararmos livros como malditos, em algum obscuro Index digital.

        B) Falta de transparência em suas administrações e na vida de seus membros
Padre não é Celebrity nem participa de Big Brother. Há que se manter um recato, ainda que alguns doentes se valham disso para perpetrar monstruosidades. O caso é que de tal maneira nos acostumamos a ver vidas alheias devassadas ao nível do voyerismo exponencial, que ao recebermos reações contrárias á nossa bisbilhotice adquirida, enxergamos o recato esquecido como arrogância e obstrução ao nosso direito á informação. Igualmente igreja não é empresa (ao menos a Católica), não possui um quadro de acionistas e se em dado momento imiscuiu-se em sociedades espúrias e estranhas aos seus propósitos, a conta deve ser debitada á falibilidade de religiosos com este mesmo pensamento progressista. Eclesiásticos que preservam a si e ao recato eclesiástico deveriam ser a regra em um mundo cada vez mais invasivo da privacidade alheia.

      C) Vista grossa á ramificações internas rotuladas como linha dura, tal como Opus Dei e outras, tidas como reacionárias e contrárias aos interesses do povo.
Tudo bem que não há nenhum santinho nesse meio, mas a argumentação contrária já sai de fábrica prenhe de conceitos políticos esquerdizantes, divergentes como água e óleo na medida em que querem cristianizar Karl Marx e marxizar Jesus. Fé e política não se misturam e padres de passeata esquecem-se de seu rebanho para concentrarem-se em sua massa. Qualquer Papa que afugente este pensamento deve ser visto como um defensor dos dogmas, e não das ideologias. E esta é sua profissão de fé.

        D) Falta de comunicação com os fiéis, e consequente perda dos mesmos.
Missa ou show? Jesus já dizia que a fé é uma manifestação íntima, mística, e o mais próximo disso que hoje se consegue é a catarse coletiva de algumas cerimônias religiosas – quase sempre com mais de dois mil presentes. É o crente quem deve buscar a salvação, ou a mesma deve ser oferecida como o remédio que transcende. A Igreja Católica ainda se aferra em tratar de almas e não de bolsos. Se isso não comove pessoas cada vez mais embrutecidas, talvez seja a apostasia geral profetizada no Apocalipse. Mais uma vez a lentidão da Igreja trabalha á seu favor, pois os anos mostrarão o erro dos mega-templos. Quem sabe eu viva ainda para assistir esta auto crítica da humanidade, desta vez em dimensões cósmicas!

Walter Biancardine

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA


Inevitável como a morte e o imposto de renda são os comentários, opiniões e “achismos” bizarros, que decoram uma grave situação de crise como a que vivemos, com o roubo de nossos royalties.
Preferiria acreditar na miopia irrecorrível dos palpiteiros que pululam nas entrevistas de rádio, TV e jornais, mas infelizmente a realidade é bem outra: trata-se de malícia e cálculo, mesmo.
Para justificar e fundamentar minha tese, cito um argumento que tem se tornado habitual naqueles que não enxergam o saque sofrido por três Estados da Federação como algo tão grave assim: de que não haveria base para se alegar “quebra de contrato” pelo fato de que as empresas petrolíferas – as pagadoras de fato dos royalties – continuarão pagando a mesma coisa, já que não se discutiram mudanças nos percentuais pagos e sim nos distribuídos aos Estados.
Vamos desenhar, que é pra essa gente entender: além dos contratos óbvios firmados entre os municípios e empresas privadas - e que, sem dinheiro não serão cumpridos - existe uma coisa chamada “Pacto Federativo”, que nada mais é que um contrato para que uma república funcione. Uma das cláusulas deste contrato é a mal fadada que estipula o quanto cada unidade da Federação receberá a título indenizatório pelos riscos e prejuízos ambientais em seus territórios, bem como pelos gastos inevitáveis que se verão obrigados a fazer para digerirem o enorme e súbito aumento do fluxo de gente, automóveis, cargas, doentes, escolas para os filhos do petróleo, crimes, esgotos, iluminação pública, novos bairros, engarrafamentos, poluição do ar e mesmo camelôs nas calçadas, tudo resultado da corrida ao ouro negro.
Para fazer frente a estes encargos inevitáveis, utilizou-se durante anos os dinheiros dos royalties, previstos no citado pacto. E, de repente, tira-se tudo e as cidades que se virem para pagar a conta da festa, pois o que importa é que o Prefeito de Xambiobá – ilhada no meio do mato amazônico e a um milhão de quilômetros de distância do mais leve sopro de maresia –  possa reformar o coreto de sua cidadezinha com este dinheiro – agora sim, dividido com justiça e igualdade!
Esta tunga, senhores, chama-se “quebra do Pacto Federativo” – leia-se “rasgar um contrato”.
E a motivação é uma só: a mais obscena rasteira política, em busca de dividendos políticos e eleitoreiros.
Entenderam agora? Ou será preciso o Rio de Janeiro unir-se á São Paulo e Espírito Santo e fundarem uma nova república, para que os ilustres e calmos senhores se deem conta da quebra?
Uma outra pseudo cegueira, das várias que existem, é mais local e chama-se PCCR – Plano de Cargos, Carreira e Salários – parido pelo ex-Mendes em plena agonia da derrota eleitoral. Engendrou um monstro insustentável que, já sabia, não seria ele o infeliz a amamentá-lo.
Por mais justa que seja a pretensão de qualquer trabalhador por sua melhoria de vida – a ambição é um direito inalienável e espantosamente esquecido, talvez porque a palavra tenha sido proscrita dos dicionários esquerdistas – o louvável pensamento coletivista é abolido num passe de mágica quando se trata do anúncio de tempos adversos. Aí então vale o velho ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Que se danem a cidade, os hospitais, as obras e todo o bem comum. O que interessa é o reajuste! E que se dane o Prefeito e como ele vai pagar isso tudo, pois as esquerdas acreditam piamente ser o Estado possuidor de uma máquina de fabricar dinheiro – basta ver o que fizeram com a União Soviética, que faliu estrondosamente e ainda arrastou a Ilha da Fantasia do Kamarada Fidel para a vala comum da insolvência.
Pois bem, em nossos tristes trópicos salineiros creem os sindicalistas – e bradam á todo volume e em todas as mídias disponíveis – que os “royalties não são destinados ao pagamento de salários” e, por isso, o PCCR pode e deve ser pago já, de preferência tudo de uma vez goela abaixo.
Até os mariongos sobreviventes no Canal Itajurú sabem que salários e royalties não se bicam, por força de lei. Mas os bravos kamaradas insistem na argumentação maliciosa, convenientemente esquecendo que a retirada de uma cordilheira de dinheiro do tamanho representado pelos royalties provocará o colapso da infra estrutura da cidade – escolas e hospitais emperrarão – bem como um efeito dominó sobre toda a economia local, resultante do simples e óbvio fato de ser a Prefeitura a maior força motriz não apenas de Cabo Frio, mas da economia de toda a região.
Obras pararão, empreiteiras não receberão (olha aí a quebra de contrato!), trabalhadores serão demitidos. A Prefeitura por sua vez terá de fazer sua parte e cortar em sua própria carne, eliminando cargos e vantagens dos servidores públicos, e com isso a implosão será consumada.
Mas é válido supor que quaisquer tentativas de cortes no funcionalismo será retaliada por eles com mais e sonoras passeatas e greves – ou seja, de todo jeito eles ganham, com ou sem PCCR.
E a motivação, novamente, é uma só: a mais obscena rasteira política, em busca de dividendos políticos e eleitoreiros.
Crêem os sindicalistas - sempre espantosamente vinculados a partidos da esquerda - que conseguiram colocar o governo municipal em xeque-mate: se cumprir o PCCR – mesmo com prejuízo de toda uma economia – ganha-se perante o trabalhador, que enxergará uma liderança atuante e combativa que conseguiu vantagens.
Se não paga e, pior, corta na carne, também ganha-se pois aviva o movimento sindical, sempre a espera do eterno Messias chamado “justiça social” que, tal como a reforma agrária, deve ser usado como bandeira mas jamais obtido – prejudica a dialética, eles bem sabem.
E assim, por ambições pessoais, vantagens políticas, imediatismo e o mais evidente egoísmo, pretendem levantar a opinião pública contra a prudência óbvia de um experiente administrador, pois de um jeito ou de outro sairão ganhando.
No meio de tanta cegueira e individualismo, surge como única ponta de esperança justamente a enorme experiência de Alair Corrêa, que serve pela quarta vez como Prefeito em Cabo Frio; uma sorte que devemos agradecer á Deus diariamente, pois fosse outro sentado naquela cadeira e as especulações se resumiriam á escolha de outra cidade para se viver.
Que os bravos sindicalistas creiam que existe o “efeito dominó”, fator real, palpável e iminente, e com potencial para implodir nossa economia.
Alguns deles, da área de educação e que são preparados para ensinar, afiados em suas didáticas, que possam aprender a lógica econômica; que parem, em um minuto de humildade, para olhar ao redor e enxergarem outras 200 mil almas, as quais igualmente dependem do sacrifício de todos e nada tem a ver com as ambições de poucos.
Existem ainda outras várias cegueiras á procura de mídia, soltas por aí.
Mas creio já serem trevas demais para artigo pouco.

Walter Biancardine

segunda-feira, 11 de março de 2013

O ASSALTO AOS ROYALTIES


Em uma decisão de caráter persecutório, sem precedentes na história da República do Brasil, o Congresso Nacional derrubou o veto da Presidente Dilma Roussef, que preservava o percentual dos royalties recebidos por três estados da Federação, e com tal decisão jogou por terra não apenas as garantias contratuais já firmadas como também transformou os orçamentos dos municípios destes estados em letra morta. Esta inconseqüência ímpar sujeita todos os prefeitos dos municípios prejudicados á possibilidade de incorrerem no crime de responsabilidade fiscal – uma vez que o valor gasto em folha de pagamento, por exemplo, ultrapassará o teto permitido por lei se o orçamento for subtraído de uma soma antes utilizada para este cálculo.
Para coroar o saque e emprestar requinte de perversidade contra os estados produtores, uma comissão de deputados do nordeste já ingressou na ANP requerendo o bloqueio IMEDIATO dos dinheiros que receberíamos agora, já neste mês, e cuja falta decretará a falência súbita de prefeituras e o pânico de centenas de milhares de contribuintes e servidores públicos.
Tal decisão, cujas reais razões não cabem agora serem discutidas, coloca em risco até mesmo a unidade nacional, rasgando de cima a baixo o pacto federativo e mostrando claramente o desrespeito e irresponsabilidade de uma votação imbuída do pior dos egoísmos e que pode indispor irmãos contra irmãos dentro do território nacional.
Em nenhum momento tal proposta contemplou o sentido inverso, como por exemplo igualmente partilhar royalties sobre mineração de estados com o resto do Brasil.
Em nenhum momento tal proposta considerou que, por maior – ou mais tentador – que sejam os valores pagos á título indenizatório pela exploração do petróleo, tal montante se tornaria irrisório ao ser dividido pelos mais de cinco mil municípios brasileiros.
Em nenhum momento tal proposta levou em conta sobre quem recairá o ônus da exploração petrolífera, pois a cobiça dos bônus cegou a ponderação necessária para o legislar.
A proposta aprovada pelo Congresso Nacional é um machado que ameaça cortar os laços mais nobres que unem os brasileiros, expõe o lado mais sórdido e responsável pela péssima imagem de alguns políticos e visa apenas interesses eleitoreiros e demagógicos, já que esta redistribuição, fatiada para o orçamento de todos os municípios do território nacional, significará um copo d`água diante de um incêndio e nada ajudará as cidades mais carentes.
Penso ser perda de tempo imaginar uma medida provisória por parte da Presidente Dilma Roussef, pois a corrida presidencial já foi deslanchada prematuramente pelo ex Luis Inácio e ela jamais iria se indispor contra a maioria absoluta dos estados brasileiros editando algo que, por mais justo que seja, não é “rentável” politicamente.
Aguardar que o STF dê sua decisão final é sofrermos novamente a vergonha de vermos a judicialização da política, unicamente por medo, inércia e covardia legislativa e executiva, além de demorado – não podemos esquecer do bloqueio imediato dos dinheiros, exigido na ANP pela cobiça da bancada nordestina em Brasília.
Talvez a única saída seja a união de todos os municípios afetados em torno deste ideal de justiça, para não apenas conseguir do Governador Sérgio Cabral a sobretaxação imediata da produção petrolífera fluminense como também para forçar uma nova lei e um novo recomeço – desta vez com bases mais sólidas e bem definidas pela experiência dos estados saqueados – em Brasília.
Cabo Frio deve convocar os demais municípios da Região dos Lagos para se unirem em torno de nossa cidade, como fossemos um só município e para que demonstremos claramente que, acima da ganância, se encontra o imenso Brasil que não pode ser ameaçado pela irresponsabilidade demagógica de conveniências pessoais ou conjunturais.
Walter Biancardine

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um pequeno ensaio sobre a burrice, má fé e deboche

Realmente, quando a massa cinzenta apodrece e seu dono decide tornar-se um esquerdopata, é nítida a imediata perda da individualidade - já preconizada, aliás, em todas as instruções da asneira coletivista de Marx.
Deste modo, é evidente que não apenas opiniões mas também até mesmo as mais comezinhas táticas de ataque - deboche, sarcasmo, covardia, burrice forjada ou real e a indefectível má fé - são traços comuns e obrigatórios em todas as suas ações e empreendimentos.
Leia-se por exemplo (para nos atermos á mídia) os relinchos escritos por provecto, rubicundo e felizmente esquecido professor onanista: agora compare-os com as enormidades que seu discípulo revoltadinho - um verdadeiro fóssil vivo do protótipo do jovem engajado dos anos 60, perdido no século XXI - escreve em seu blog. Está tudo lá, item por item, deboche por deboche, cagaço por cagaço, má fé por má fé, burrice por burrice. Em tudo tão semelhantes em seu teor, estilo e forma que acreditar-se-ia expelida por uma única e sebosa mão. Não percamos tempo em pistas falsas, tais como "ambos são professores e talvez a falta de culhão de dizer essas coisas (sem ser com o sorrisinho covarde do deboche) seja característica da profissão". Professor Chicão também ostenta este título professoral mas não tem meias palavras: diz na cara, doa a quem doer, e parte pra porrada se necessário - como bom e velho macho old school que é.
Travestir o recalque, o ódio e as frustrações em piadinhas de sorrisos meia-bomba é uma tática antiga, um derivativo de consolo inventado pelo falecido Pasquim e que até teve sua época. Tempos em que falar as coisas de forma reta trariam prisão, pau no lombo e morte. Hoje, agir assim é bichice, é usar uma muleta sem sentido e que ampara apenas a falta do que honrar entre as pernas.
Já a má fé, burrice intencional (ou não) e mentira é uma tática universal, não é privilégio dessa raça de covardes. Cabe entretanto o reparo no tocante ao desplante com que a utilizam, resultando no fato de que, longe de fingirem-se burros, sua má fé chama o leitor de idiota, o ofende e nivela ao calibre de antas.
Vejamos como exemplo o uso tosco da arruaça promovida pela trupe do pedreiro-funkeiro Naldo - que melhor estaria virando massa em uma obra do que (vá lá) cantando - e que resultou em tiros e delegacia:
Posta o indigitado fotos de manchetes de jornal dizendo que Cabo Frio está na mídia, mas por razões pouco honrosas. Sim, isto é fato - até porque quem convida porcos, farelos come.
O fato é que pretende o quadrúpede - após recalcados do governo passado terem soprado mentiras nas orelhas venais de alguns repórteres - que a arruaça em questão tenha sido patrocinada pela Prefeitura de Cabo Frio, com seguranças por ela contratados e com o mesmo evento arranjado por ela. A mentira assim saiu, em vários jornais e até mesmo no prestigiado G1, cuja turma atualmente anda bastante distraída.
Mas infelizmente para ele, para seu padrinho tampinha político e seu "senhor-que-ajuda" onanista, a verdade foi bem outra: O SHOW FOI PROMOVIDO POR UMA BOITE E NÃO PELA PREFEITURA DE CABO FRIO. Mais um bloco, inventado pela casa noturna, entre tantos que pululam por aí e tentam arrancar uma beirinha dos cofres da viúva. Outra: OS SEGURANÇAS PRESENTES ERAM DO CANTOR-PEDREIRO E DO BLOCO. A PREFEITURA NÃO DISPONIBILIZOU ESTE TIPO DE SERVIÇO, LIMITANDO-SE A POSTAR GUARDAS MUNICIPAIS NA COORDENAÇÃO DO TRÂNSITO. E o menininho birrento, em nenhum momento, fez questão de mostrar a sua tão falada "imparcialidade", aceitar o "jogo democrático" e ter a vergonha na cara de não mais se esconder em postagens indutoras de erro. FRAUDE BLOGUEIRA, em outras palavras.
E, para finalizar: A PREFEITURA DE CABO FRIO NÃO FOI A ORGANIZADORA DO BLOCO, CUJO EVENTO FOI DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DA CASA NOTURNA QUE O IDEALIZOU. O cantor-pedreiro não foi contratado pelo município e muito menos participou de qualquer evento promovido pela Prefeitura.
Mas isso o machão ESCONDEU, OMITIU E INDUZIU O LEITOR AO ERRO. DESONESTIDADE INTELECTUAL, 171 DA NOTÍCIA, que usa o deboche e o sorrisinho cínico como provas de uma pseudo superioridade arrotada pela ostentação de diplomas inúmeros que dão sim, á seu possuidor, o status de um armazém de fatos. Mas é um depósito constipado, estéril, que guarda mas não digere. E não digere porque apenas a inteligência do homem pode absorver e criar em cima do que armazena na cabeça.
E o pobre moço apenas armazena. Armazena e faz citações.
Pobre e covarde erudito de botequim. Deve ser muito triste viver uma fraude.
Mas deve ser muito pior ser a própria fraude.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Existencialismo político: realmente, o inferno são os outros


Tive a oportunidade de acompanhar relativamente de perto o desenrolar das negociações do novo PCCR - Plano de Cargos, Carreira e Remuneração - do funcionalismo municipal e não pude deixar de me espantar com alguns pontos que me fazem crer ser a política uma arte para quem tem estômagos de ferro.
Espantoso é como líderes sindicais, tão cordatos e gentis na presença de Prefeitos ou autoridades equivalentes, revestem-se de discurso inflamado e digno de uma queda da bastilha diante de seus ululantes "companheiros" de movimento. Tal é a discrepância que quase me fazem crer não estarem tratando do mesmo fato, ou então estarem cedendo ao canto de sereia dos agitadores profissionais, sempre presentes em qualquer comício - até os realizados sobre caixas de sabão.
Das duas, uma: ou cedem aos agitadores, ou cedem á mosca azul do poder. E isso é lá com a consciência de cada um deles.
Igualmente espantosa é a interpretação quase esquizofrênica dada por blogueiros e jornalistas derrotados nas últimas eleições: tanto eles quanto seus seguidores e efebos aferram-se em uma fúria e raiva quase palpáveis, a ira de estarem fora do jogo certamente os impulsiona em versões apócrifas, maliciosas e tendenciosas do fato.
O governo que agora conta pouco mais de um mês é uma ilha de projetos cercada de uns poucos derrotados que nada fazem além de odiar e invejar.
O discurso de que a "derrota faz parte do jogo democrático" é o terno e gravata com que pretendem vestir o escamoso demônio de seus recalques e ambições abortadas. Nada disso convence mais, a máscara caiu por terra.
O que se convenciona chamar "esquerda" ou mesmo "oposição" - tanto na mídia quanto em movimentos pseudo populares - nada mais significa hoje que um decrépito abrigo destes seres, que venderam alegremente a alma pelo poder e atualmente não os tem, nem o poder e muito menos a alma.
Este é um breve editorial, redigido na madrugada para cumprir a data de retorno prometida.
Amanhã o OPINIÃO estará de volta, com mais fôlego, para tormento de alguns e alegria de outros.

Walter Biancardine

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O OPINIÃO VAI VOLTAR!

ATENÇÃO!

O BLOG DO JORNAL OPINIÃO ESTARÁ DE VOLTA NESTA QUINTA FEIRA, DIA 14 DE FEVEREIRO!
E VAI VOLTAR QUENTE!

NÃO PERCA!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OBITUÁRIO



OBITUÁRIO DE UM GOVERNO INGLÓRIO

Casa Azul, 13 de dezembro de 2012

Faltam praticamente duas semanas para o término, à luz das leis, da administração mais desastrosa da história de Cabo Frio. É importante frisar a expressão “à luz das leis” porque, sob as luzes dos fatos, ela sequer começou.
Foram oito anos; oito longos e inertes anos onde comerciantes perderam o que construíram, a cidade perdeu sua importância, o povo empobreceu, o crime chegou e se instalou disposto a não mais sair, doentes morreram por descaso das autoridades responsáveis, o ensino emburreceu e vulgarizou-se no pior sentido, a máquina administrativa desmoralizou-se sob desmandos que criaram feudos em secretarias quase autônomas, os custos municipais incharam e agora a cidade geme sob o peso de uma folha de pagamento que sustenta colegas e não servidores. E o que é pior: jovens chegaram à velhice e os velhos, à inanição – tudo isso sob a égide de uma arrecadação que se situou na casa do bilhão de reais – bilhão que jamais poderá ter seu destino traduzido em obras e investimentos, pois nada – nada – foi feito.
O populismo rasteiro foi o selo sob o qual toda a espécie de incompetência era justificada – apelar ao nome divino funcionou como “nihil obstat” para promover um discurso de pastelão, elaborado por mentalidades medievais que, por pouco, não puseram o surto de meningite na conta de uma das 7 pragas do Egito. Grande parte da mídia amestrou-se, curvou – docemente constrangida – sob a chuva de dinheiro dada por um prefeito que sequer corou – titular de uma administração obrigada por Carta Magna da Federação a ser laica – ao empunhar microfones e aparecer em câmeras de TV entoando disparidades quase fundamentalistas, misturando Estado e fé, em um samba do crioulo doido que enlameou a ambos, e tudo isso objetivando a auto promoção e culto de sua personalidade de bom rapaz e temente a Deus.
Durante os oito mais tenebrosos anos da história da cidade, a administração que ora agoniza perpetrou a façanha de não só destruir o que Alair fez em seus mandatos: conseguiu aniquilar até mesmo conquistas anteriores, por menores que fossem.
Diante de tal quadro de indecência governamental, a vitória estrondosa de Alair Corrêa significa muito mais a refundação de uma cidade do que sua mera recuperação. É quase um presente de grego, um espinhudo abacaxí que Alair terá de descascar – em que deve ser levado em conta o assalto – verdadeiro motim dos Estados, cobiçosos dos dinheiros dos royalties – contra um Rio de Janeiro inerte e desmoralizado, que sangrará por obra e graça de uma conjuntura de incompetências – Federal, Estadual e Municipal – que ameaça varrer a cidade do mapa e suscitar o separatismo nos mais exaltados.
Aos que pensam neste obituário como vela demais para tão exíguo defunto, lembro que o cadáver é grotesco mas seu odor ecoa e prenuncia outras exéquias muito mais significativas que, longe de justificar, ajudam a explicar o verdadeiro Armagedom que atravessamos: o fim dos mandatos Federal e Estadual, o ocaso do pesadelo que abate o Brasil desde a virada do século.
Que a paz das salinas acolha tal medíocre e nefasta administração. E que breve sofra a companhia de seus comparsas das mais altas hierarquias federativas da administração pública.

Walter Biancardine

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



Sobre política e avestruzes

Aqueles que ouviram o rádio hoje certamente sentiram-se abençoados pelas cândidas declarações de conhecido político, humilhantemente derrotado nas urnas e no tapetão, segundo as quais ele iria ficar quietinho depois de tudo o que passou.
O radialista, demagogo incorrigível e que breve acrescentará o título de “adesista” ao seu extenso currículo babaovista, perguntou ao acima referido se “ainda caberiam recursos após a derrota de ontem”.
Ora, a pergunta só denota duas hipóteses: ou uma profunda deficiência neuronial ou uma má-fé retumbante.
A deficiência neuronial é suposta por ser de uma obviedade indecente que, a partir do momento em que os recursos do indigitado sequer foram conhecidos pela Corte, não haveria com o quê recorrer no STF. Não bastasse, a sede de poder do grupo expôs – às claras – as manobras políticas que enlamearam a reputação do TRE-RJ, ao “esticar demais a corda”, segundo o Ministro Marco Aurélio de Mello, e produzindo uma verdadeira “teratologia” jurídica, segundo a Ministra Luciana Lossio. Ou seja, mais um tiro no próprio pé, do grupo.
Já a má-fé retumbante – de ambos – é perfeitamente cabível pela resposta dada ao radialista, pelo derrotado: “Meu profundo amor por esta cidade me impede de lançá-la em mais incertezas políticas como foram os últimos anos, por isso não recorrerei.”
Que nobre! Que coração bom!
Ou seja: toda a grandeza d'alma do derrotado resume-se ao fato – intransponível – de que não há mais como apelar, protelar, engambelar e enganar. Como não tem mais saída, traveste seu ódio impotente como “amor pela cidade”. É o paroxismo da cara de pau, elevado à enésima potência!
Estejam certos amigos leitores, que enormidades como essa ainda serão muito, demasiadamente ouvidas e lidas pela cidade, nos próximos meses: gente dizendo que, “graças ao derrotado, a cidade respira tranquila, sem as incertezas dos últimos anos”. É de dar nojo, mas tal prosa não durará muito tempo, pois a necessidade baterá à porta.
E quando isso acontecer – que será logo – o teor das declarações mudará um pouco. Alguns, com uma visão maior à longo prazo, inclusive já adotaram a outra vertente do imundo script.
Jornalistas, radialistas, blogueiros, políticos, cabos eleitorais, detentores de portarias, empresários, artistas e mesmo gente que não faz coisa nenhuma além de pendurar-se no saco do mais forte envergarão o discurso polido, cavalheiresco e politicamente correto – que suas calhordices não passaram de “regras do jogo, nada pessoal” - como ponte para a tentativa desesperada de aderirem ao grupo vencedor e lá continuarem a desfrutar de suas boquinhas.
Mais do que forças para o hercúleo trabalho de reconstruir a cidade que Memê devastou, Alair precisará de muito estômago para aguentar esse tipo de gente. Aguentar sim, pois como o próprio derrotado – e seus apaniguados – bradam, ele será o prefeito de todos os cabo frienses. Inclusive deles, também.
Não era à toa que ele criava avestruzes, pois na política ou você engole muito ou enterra a cabeça na areia e finge que não vê.
Simbolismo perfeito!

Walter Biancardine

NÃO TEM MAIS VOLTA: ALAIR É O PREFEITO DE CABO FRIO!



Casa Azul, 4 de dezembro de 2012

Mãos trêmulas, voz embargada e um discurso à princípio um tanto quanto subserviente: estas foram minhas primeiras impressões ao acompanhar a sustentação oral do Dr. Carlos Magno, diante do colegiado do TSE em Brasília, esta noite.
Minha irritação cresceu ao ouvir o segundo advogado – em prol dos argumentos do TRE-RJ e outros quetais – quando percebi sua excessiva auto confiança. Cheguei mesmo a crer que o inacreditável feito jurídico do Rio de Janeiro se repetiria na capital do país.
Mas o auge de minha raiva aconteceu diante da bem vinda arrogância do advogado do sr. Jânio Mendes, que pretendeu dar aulas aos magistrados lá presentes. Digo “bem vinda arrogância” pelo fato de ter sido ela o gatilho que me despertou para as realidades inequívocas, que redundariam na soberba vitória de Alair no TSE: Dr. Carlos Magno é um advogado de uma cidade do interior fluminense e, por mais brilhante que seja, estava diante da mais alta Corte de Justiça Eleitoral do pais, televisionada para 200 milhões de almas. Só isso faria tremer qualquer um que não julgasse à si mesmo um semi-deus, como os advogados continuístas até então acreditavam ser. O Dr. Magno, por mais fé que tivesse na limpidez do direito de seu cliente e na sua competência profissional, tinha a exata consciência do quanto milhares de pessoas dependiam dele, naquele instante. E tremeu, como qualquer mortal tremeria.
E ao evidente arquétipo do humilde que busca a Justiça igualitária, somou-se a poderosa e inescapável – quase estarrecedora, diria – realidade dos fatos: Alair tinha o bom direito, vítima de um julgamento inacreditável por parte do TRE-RJ. E contra isso nenhum sofisma prospera, e a hermenêutica maliciosa sucumbe.
O Ministro Marco Aurélio deu bem a dimensão de seu papel no jogo em pauta, ao mal deixar a doce, quase tímida Ministra Lossio falar, soterrando-a com sua antiguidade e projeção nacional. Entretanto, quase como em um folhetim de suspense, deu meia volta e lavou a alma de milhares ao proferir, com todas as letras, o que todos desejavam dizer: que o TRE havia “esticado demais a corda”, num julgamento “estarrecedor”. E para bom entendedor, pingo é intervenção. Ou deveria ser.
Suprema humilhação: “Não conheço dos recursos”, fulminou a frágil porém decidida Ministra relatora. Ou seja, todos os sofismas e protelações, manobras e conchavos, embargos e expedientes mesquinhos do ungido municipal foram solenemente ignorados pela verdadeira Lei. E como golpe de misericórdia, foi a Ministra seguida por todos.
De nada adiantou argumentação tão rasteira, procurando adular juizes por sua participação no julgamento do Mensalão – e até mesmo cometendo sem pejo a enormidade de tentar colar em Alair o rótulo de “mensaleiro” - vai que cola? - em um raciocínio tão tortuoso quanto desprovido de escrúpulos. A verdade dos fatos, decidida em última instância, é que Alair Corrêa é ficha limpa, foi vitima de pressões políticas no TRE-RJ e jamais deveria – sequer – ter sofrido toda essa agonia.
Igualmente verdadeiro é o fato de que o pequenino Davi venceu, novamente, o Golias lobista – que apenas gastou dinheiro, influências e noites sem sono, ao tentar movimentar céus e terras em sua ânsia de perpetuação no poder.
O Brasil está mudando, é o que temos visto. Desde o julgamento e condenação dos mensaleiros que a maré não se encontra mais tão favorável ao grupo que pretendia transformar o país em uma nova ditadura. Como símbolo dessa mudança, será sempre lembrado o telefone desligado na cara do governador do Rio, pela presidente Dilma, por ocasião do veto à nova lei dos Royalties.
E como destroços da feia batalha travada entre a luz e as trevas, restam os escombros de Dilma, Lula, Sérgio Cabral, Marquinho Mendes e o TRE do Rio de Janeiro.
Temos de agradecer à arrogância dos janistas – advogados, políticos ou articuladores – por terem servido de contraste, para realçar e delinear à perfeição, a mais chocante radiografia já feita nos extensos e tristes anais da teratologia – expressão da Ministra Lossio – política e jurídica brasileira.
Que permaneça em nossas mentes, para que lembremos do fato de termos o que reparar, consertar e colocar um ponto final, se desejamos evitar uma repetição destas agonias daqui há quatro anos.
E que tenham aprendido a lição todos os arrogantes, debochados, boateiros, intimidadores e velhacos destas terras – pois não será um pseudo cavalheirismo de reconhecimento da derrota que apagará nossa consciência do quão sujo podem jogar.

Parabéns Alair Corrêa: sua vitória nos faz crer que este pais ainda pode ter jeito!

Walter Biancardine

domingo, 2 de dezembro de 2012


A esquerda, a naftalina e o crime



É de causar pasmo ver gente nova – notadamente efebos mal-entrados na pubescência – agarrados a conceitos mortos e anacrônicos como “direita” e “esquerda”.
Produzindo textos com cheiro e cor dos antigos panfletos mimeografados dos “contestadores” de 68, a gurizada nascida na virada dos anos 80 para os 90 crê piamente que o emprego de expressões como “burguesia”, “extrema direita”, “esquerda progressista” ou até a podre “consciência social” emprestarão uma seriedade, maturidade e experiência aos seus autores bem mais verossímeis que suas faces sarapintadas de espinhas nos permitiriam supor.
Essa turminha da creche socialista, que jamais viu um governo militar na vida e nem de longe sabe o que é uma ditadura declarada – e não essa covardia absolutista disfarçada que grassa nas esferas estadual e federal – aceita de bom grado o exercício do mando pessoal e nada vê de errado nisso, quando o vento sopra à seu favor. Enormidades como o “Veta Dilma” referente aos royalties, nada mais são do que um endosso popular que os donos desses meninos querem emprestar ao poder discricionário de uma presidente.
Fosse outro a ocupar a principal cadeira do Planalto – um Aécio Neves, que fosse – e essa turminha já estaria gritando, com as veias do pescoço inchadas, que um assunto tão importante teria de ser levado à decisão popular e nunca ser submetido à decisão de um só – um presidente.
Digno de nota é a falta de memória dessa criançada: até ontem bradavam que nada mais justo as embromações protelatórias de Jânio em Brasília, sob a alegação de que a Justiça era a única forma de impedir que “uma minoria” prevalecesse sobre todos. E o que acontece nos royalties? Nada mais nada menos que todos os estados do Brasil querendo enfiar a faca e sangrar os cofres de dois ou três Estados da Federação – ou seja, maioria absoluta a favor do fim dos royalties para nós.
E os bobinhos se esquecem das próprias besteiras que falam. Desde que seja conveniente à seus donos, é claro.
Pior: batem nos peitinhos adolescentes e bradam com orgulho serem “de esquerda”. Andaram lendo um pouquinho mais que a grande massa analfagoogle e se acham profundos conhecedores de Karl Marx e de toda a burrice decorrente das sandices do mesmo.
Nunca pararam para pensar no fato – pois é um fato – que governos “de esquerda” só conseguem produzir resultados quando exercidos através de ditaduras – e os resultados sempre são bélicos.
Nunca pararam para pensar que a “direita”, como conceito, sequer existe – pois o que eles acusam como “defeitos direitistas” nada mais são que falta de caráter e ganância do espécime humano – que também se manifesta nas esquerdas através do fanatismo, absolutismo e violência.
A verdade é que eles só falam essas bobagens porque ainda existem menininhas tolas que suspiram por seus “idealismos”. Todo o socialismo, esquerdismo e consciência social desembocam – inevitavelmente – na cama de um motel. E pior: desaparecem por completo, ao crescerem, terem filhos, contas para pagar e mais o que fazer do que exibir seus egos inflados por aí.
No frigir dos ovos, é de causar pasmo estarmos no ano de 2012, boca de 2013, e ainda ter gente que não saiu de 1968 – o ano que nunca acabou para eles, que não terminaram de ler o livro que conta como foi.
E é de embasbacar mais ainda constatar que esse discurso rasteiro, inverossímil, repleto de sofismas, ainda encontre eco nas cabecinhas ocas da estudantada e demagogos de plantão.
A petizada que aplaude as esquerdopatias expelidas por uns e outros por aí é a mesma que repudia nosso atual e triste estado de guerra civil do crime, com – no mínimo – quatro Estados da Federação submetidos ás ordens de chefinhos nas cadeias. Rio, São Paulo, Minas Gerais e até – pasmem – Santa Catarina vivem hoje uma rotina de terror e toque de recolher que os cidadãos se auto impuseram. Abdicaram do direito de ir e vir por medo do crime. E o Estado nada faz – ou o faz com medidas protelatórias e tímidas, dignas de suspeitas de má-fé e conivência com o crime.
E estes Estados suspeitos quais são? Curiosamente, os mesmos cujas capitais acolheram o dito “pensamento de esquerda”. Depois do “Brizola na Cabeça” e da proibição da polícia carioca de subir morros, toda suspeita de conivência é justificável.
A promiscuidade entre o Estado “com consciência social” e o crime é nítida, e só não vê quem não quer. Mensalões, assassinato do prefeito Celso Daniel, super-secretárias, dinheiro nas cuecas e toda a sorte de bandalhas e evidências dessa relação inaceitável são jogadas em nossas caras pagadoras de impostos todos os dias.
E para quê pagamos 35% do PIB ao Governo?
Para que ele não dê nada em troca – conto do vigário, estelionato – e nos puna se inadimplentes – extorsão.
A esquerda hoje mostra sua verdadeira face: a face de uma quadrilha organizada para reduzir o brasileiro ao paternalismo mais miserável, trancá-lo em casa por medo da morte, extorquir-lhe os últimos tostões em impostos e eternizar-se no poder – sem oposição graças ao “controle da mídia”.
E essa gurizada ainda acha o máximo “ser de esquerda”.
Amiguinhos: o tempo de falar merda acabou! Cresçam! Não existe esquerda ou direita, o que existe são bons ou maus governos. Parem de discutir utopias e sofismas marxistas e prestem atenção na realidade!
Ou o futuro de vocês será viver ás custas de um “bolsa família”, assistindo Faustão na TV, cercados de grades em casa e felizes com a vitória do seu time nas finais do Brasileirão.
Se esta é a ideia da tal “dignidade” que vocês tanto falam, me desculpem.
Qualquer um tem o direito de almejar horizontes bem mais altos que um carnê das Casas Bahia.
Pois somos todos iguais diante de Deus.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

IMPRENSA CABO FRIENSE NÃO RESISTE: SEMPRE DESMORALIZA A SI MESMA



A mídia que não respeita a si mesma

Muito se fala sobre a falta de credibilidade e profissionalismo da mídia cabofriense. Campanhas são feitas para tentar emprestar um ar mais “moralizado” a mesma, jornalistas e jornais se auto proclamam “independentes” e detentores da tão propalada “credibilidade”, mas o fato é que – de uma maneira quase compulsiva – esta mesma midia desmoralizada rotineiramente cede a seus impulsos suicidas e atira-se, sem a menor vergonha, no despenhadeiro do ridículo e do descrédito.
Assim acontece com badalada jornalista local, muito melhor situada na delegacia cobrindo fatos policiais do que imiscuindo-se nas esferas políticas.
Segundo noticiado em seu blog – e não é só isso, foi as rádios falar também! – o candidato derrotado, Jânio Mendes, teria sido “avisado” pelo TRE-RJ que tomaria posse no próximo dia 13. Ainda segundo a mesma repórter, “fontes” próximas ao derrotado afirmaram isso, de maneira “extra-oficial”.
Ou seja: a jornalista – teoricamente diplomada e detentora da tão almejada credibilidade – joga tudo isso pro alto na ânsia de um “furo” de reportagem. E o “furo” cobiçado se resumiria no fato de que “alguém” disse que o TRE “avisou” a Jânio que DARIA UM GOLPE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O EMPOSSARIA NO DIA 13.” Ainda segundo a notícia tão precisa, o próprio Jânio “não teria confirmado isso”. Ponto.
Uma notícia de transcendental importância como essa é dada – pela repórter de credibilidade – baseada em cochichos de fontes não identificadas e pelo silêncio do principal envolvido – Jânio.
Pior: brada aos quatro ventos que um tribunal rasgará, deliberadamente e à troco sabe-se lá do quê – a Constituição Federal (que determina novas eleições caso o 1º colocado ultrapasse 50% dos votos mas não assuma) e dará, de presente, a posse ao segundo colocado.
Ao que parece, a escola de Obronho encontrou seguidores. O estilo de noticiar – sempre baseados em “ouví dizer” ou “fontes me disseram” ou mesmo o covarde “um conhecido assessor gordinho de político local e que manca da perna esquerda” - representa o que há de pior e que nenhum diploma de faculdade pode assegurar. Espalhar boatos, confundir a população, não precisar as clássicas e fundamentais perguntas do jornalismo – o quê, onde, como, quando e por quê, respondidas apenas por insinuações e sorrisinhos – fornecem a indiscutível prova de que o noticiado, na verdade, não é notícia: é BOATO, é CONTRA INFORMAÇÃO.
São atitudes assim, infelizmente corriqueiras em nossa imprensa local, que desmoralizam o trabalho de não mais que meia dúzia de abnegados – estes sim, empenhados em NOTICIAR, não em ESPALHAR BOATOS.
E depois, como paga, recebem o triste e ridículo troféu oferecido pela Prefeitura de Cabo Frio à mídia mais domesticada e serviçal da cidade, que se destaque das demais em suas atitudes de capacho e subserviência.
Hoje, me envergonho de ser jornalista, mas infelizmente ainda não aprendi outra profissão.

Walter Biancrdine

terça-feira, 20 de novembro de 2012

DA REDAÇÃO: Como somos burros, então nem pensaremos nisso:



Foi publicado no blog do professor Chicão uma mensagem do Dr. Carlos Magno, destinada a calar a boca dos ovarianos seguidores janistas.
Entretanto, lá no finalzinho da mesma, um trecho chama atenção dos mais atentos:
Não poderá ser diplomado nas eleições majoritárias (prefeito e vice) ou proporcionais (vereador) o candidato que estiver com o seu registro indeferido, ainda que sub judice. Nas eleições majoritárias, se, à data da respectiva posse (1º de janeiro), não houver candidato diplomado, o TSE entende que caberá ao presidente do Poder Legislativo assumir e exercer o cargo até que sobrevenha decisão favorável no processo de registro ou, se já encerrado, se realizem novas eleições, com a posse dos eleitos.”
Assim, aposto um litro de Jack Daniel's como os causídicos januários enrolarão – pouco se importando com a clara má-fé deduzida de seus atos protelatórios – com embargos, vistas, despachos, ebós, macumbas, retoques de maquiagem, não importa, tudo o que puderem; nunca com vistas à obtenção do bom direito mas sempre com o claro intuito de tumultuar, zonear e esculachar mais ainda a pobre vida do pobre povo da pobre Cabo Frio.
Como orgasmo dessa quizumba toda, o espasmo se dará na assunção do presidente da Câmara de Vereadores no dia 1º de Janeiro – data em que os janiopatas se congraçarão em uma catarse coletiva, pela enfim conseguida morte da cidade.
É o apocalipse almejado pelos derrotados, a velha máxima psicótica do “se não pode ser meu, não será de ninguém”.
Falando como jornalista – e mesmo como partidário de Alair – espero que a Justiça seja feita, ao decretar o fim inapelável das manhas embargantes dos queixosos sem razão.
Mas, falando como um cidadão que sou, apenas espero que Alair chame a turminha de Jânio pra uma conversa. Uma conversa muito, muito séria, em profundidade digna da política externa norte americana – que ofereça a paz em uma das mãos mas segurando um grosso porrete na outra.
Do contrário, quero o meu whisky entregue em casa.


EDITORIAL: JANISTAS DEVIAM REZAR PARA ALAIR GANHAR NO TSE



Por vezes indiscrições sérias são cometidas por vaidade, infantilidade, imaturidade, soberba.
Quando todas essas razões convergem para a pena de um blogueiro, engajado partidariamente apenas por questões afetivas e pessoais, o resultado pode ser desastroso.
E foi o que aconteceu com o Efebo blogueiro, arremêdo de Totonho, que tenta desesperadamente seguir os passos debochados de seu mestre e, de maneira contumaz, descamba para indiscrições sérias – sempre motivadas pelas razões listadas acima.
Recentemente o mesmo publicou nota, assaz esclarecedora, na qual informava que o advogado Carlos Magno estaria sofrendo uma sucessão de derrotas em Brasília por não contar mais com o apoio do “grupo político” para o qual advogava anteriormente – leia-se grupo do senhor Sérgio Cabral, Marcos Mendes, etc.
Na ocasião o Opinião publicou, na seção “Bloguices”, uma observação que tal nota seria mesmo passível de um aprofundamento muito sério, dada a irresponsabilidade do autor em alardear algo que, se verdadeiro, poderia comprometer seriamente – e ainda mais – as reputações dos políticos governistas envolvidos.
O tempo passou, entretanto, e a imaturidade do menino não foi refreada pois o mesmo insiste na cantilena de que não importam as leis nem advogados, o que importa é a força de seu grupo.
Pois bem, dada a extensão do deboche provocativo, é o caso de perguntarmos de maneira clara ao autor o que ele pretende insinuar com isso. E o faço nas questões abaixo:

1 – Senhor blogueiro, é sua intenção afirmar que seu grupo político influencia decisões judiciais – sejam elas em quaisquer instâncias?

2 – É sua intenção mostrar que a habilidade profissional do Dr. Carlos Magno foi um casuísmo oriundo apenas da força política de seu grupo?

3 – De que maneira o seu grupo político consegue “influenciar” as decisões judiciais? Através de argumentos ou oferecimentos?

4 – É ponto pacífico que, sendo a situação de Alair a exposta por todos, sua vitória no TSE é certa – isso é algo afirmado por juristas e não por leigos. Quais seriam as razões mágicas, que nenhum advogado viu até agora, e que irá provocar a inexorável derrota de Alair, prevista pelo senhor?

5 – Qual é sua explicação para o fato de, nas eleições de 2008, o grupo do governador Sérgio Cabral ter conquistado 99% das prefeituras do Estado do Rio? Bons candidatos apenas?

6 – Qual sua explicação para as controversas decisões do TRE-RJ relacionadas a todos os adversários do Governador? E estas decisões não estariam, a seu ver, relacionadas com os reveses de Alair no TRE? Ou foi só coincidência?

7 – Por que o senhor não expôe, como um veículo da mídia tem por obrigação fazer, suas notícias de maneira clara, objetiva e sem as informações que o senhor declaradamente omite – contrariando a obrigação de qualquer profissional da área? Trata-se de blefe ou existe realmente a sonegação? Seus "espiões" em Brasilia conseguem realmente obter informações privilegiadas? Eles tem acesso aos juízes?

8 – Por último, não custa repisar: é fato que o senhor insinua a manipulação de sentenças a favor de seu grupo político? O que o senhor quis dizer quando afirmou que as vitórias jurídicas deviam-se ao “grupo político”? Explique de maneira clara, por favor.

É improvável que o menino-blogueiro responda as questões acima. Entretanto, dada a gravidade de suas insinuações irresponsáveis, seria extremamente previdente que os janistas, governistas, sergistas, marquinhistas e outros quetais se unissem em preces pela vitória – rápida, sem a nítida má-fé das “vistas de processos”, novos advogados, e etc – de Alair no TSE.
Uma vitória deste já tão desgastado grupo poderá ser uma verdadeira vitória de Pirro, que destruirá para sempre quaisquer resquícios de credibilidade que o mesmo ainda possa desfrutar entre os eleitores.
Graças ao blogueiro afoito, uma improvável e absurda vitória de Janio será a prova material da promiscuidade de relações entre o Executivo e o Judiciário em nossas tristes terras fluminenses.

Walter Biancardine

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Misérias diversas

Fiel à causa, nunca à pátria
Causa espécie ler no blog do Efebo mais velho de Obronho um vasto texto, no qual o imberbe procura arrotar seus bonitos diplomas e deita falação sobre o quão inexorável será a perda dos Royalties, pelo Estado do Rio de Janeiro, com a nova lei de divisão dos mesmos. O rapazinho nos alerta – do alto de toda a sua idade e experiência de vida – que é próprio do sistema democrático que o desejo da maioria vença. Logo, se a maioria do país tem os olhos gordos postos na grana do petróleo, nós fluminenses devemos nos conformar. Quietinhos.

Fiel à causa, nunca à pátria II
Nosso incorrigível adolescente teórico esqueceu-se das incontáveis vezes em que prevaleceram desejos de minorias, tanto nas esferas Federais, quanto nas Estaduais e – principalmente no governo do padrinho de seu candidato – municipais. O bobinho empresta ao Regime Democrático uma força dinâmica incoercível, que jamais cederia ás vicissitudes e conjunturas momentâneas ou não, e que tornariam a posição de minorias prevalecente sobre as da maioria. Ou deseja o Efebo o fim de todas as leis que beneficiam negros, índios, gays, por inconstitucionais e anti-democráticas?
Deixa pra lá. Não é próprio desse povo de esquerda entender de democracia, mesmo...

Fiel à causa, nunca à pátria III
O que dá dó é perceber que o menino gasta laudas e laudas de sua erudição da Barsa apenas para – em uma esforçada hipérbole – raspar de leve em Alair e insinuar que, pelo seu suposto relacionamento distante com os governos Estadual e Federal, sua gestão seria inviável e inerte.
Bom mesmo, para ele, seria Jânio e seu pires, à mendigar uns trocados com Cabral e Dilma.

Paúra
No fundo no fundo, tudo isso é medo de um gurí que nunca teve o hábito de lutar pelo que acha certo. Tomaram nossos royalties, tal qual Evo Morales nos tomou a Petrobras na Bolívia? Tudo bem, deixa quieto, a vida é assim mesmo!
O gurí tem muito – mas muito mesmo – o que aprender com Alair...

Confissão?
E por último mas não menos importante – talvez seja mesmo o maior motivo de pasmo e horror aos que verdadeiramente compreendem o que seja democracia – se encontra sua cândida postagem, na qual sugere que o advogado Carlos Magno estaria enfrentando diversos problemas defendendo Alair em Brasília, por não contar mais com o “apoio” do grupo para o qual trabalhava anteriormente.
Com o mensalão na cabeça, é caso de se perguntar em quê diabos consistiria esse “apoio” sugestionado pelo incauto Efebo. Estaria ele insinuando que haveriam pessoas comprando sentenças, subornando juízes Federais, ou algo pior?
Realmente, tem gente que escreve o que vem na cabeça, e que se dane o resto. O negócio é parecer “rebelde e de esquerda”.

Frase do dia: Diploma nem sempre quer dizer excelência. A arca de Noé foi feita por amadores. O Titanic, por engenheiros...

domingo, 11 de novembro de 2012

OPINIÃO MEMÓRIA: SERGUEI EM ENTREVISTA EXCLUSIVA: "NUNCA FOMOS TÃO CARETAS" - PRIMEIRA EDIÇÃO JORNAL OPINIÃO, NOVEMBRO DE 2009




Em novembro de 2009 chegava ás bancas o primeiro número do Jornal Opinião, com a proposta - já naquela época - de jogar um pouco de ar fresco em um momento da sociedade que, infelizmente, perdura até hoje: são os dias cinzentos, os quais ainda vivemos sob um moralismo hipócrita e filho desvirtuado dos ensinamentos religiosos. O resultado disso já alertávamos na ocasião: censura, e é o que ocorre hoje na prática - batizada por nós de "censura danomoralista", onde calam-se as vozes discordantes através dos Tribunais e sob perfeita aparência legal. Na atual conjuntura, onde até anúncios de fraldas infantis sofrem a indefectível tarja embaçada por sobre os pobres piu-pius das crianças, cremos ser - mais do que nunca - válido o brado de alerta de nosso entrevistado, o qual reproduzimos aqui por homenagem ao seu aniversário de 79 anos.

 Serguei: “Nunca fomos tão caretas”
Uma conversa descolada sobre um mundo cinza
Serguei filosofa e diz que a sociedade regrediu

Foi preciso a revolução dos costumes feita na década de sessenta e um governo civil tomando posse nos anos oitenta para que muitos jovens atuais passassem a usar os cabelos com corte militar. Foi preciso uma onda mundial de “fazer pelas próprias mãos”, o artesanato, a plantação de comida e as comunidades para que o sistema se sentisse profundamente ameaçado e criasse os “hippies de boutique”, logo depois os “youppies” e fizesse com que hoje a maioria da juventude elegesse o dinheiro, o consumismo e a carreira como aspírações supremas. Foi preciso surgir o amor livre para que parcela significativa dos recém saídos da adolescência optasse – por livre e espontânea vontade – pela virgindade até o casamento e resgatassem hábitos machistas .
Foi preciso o fim do sonho comunista para que quase a totalidade destes mesmos jovens enxergasse a política sob uma ótica cada vez mais reacionária e descrente, travestida de pragmatismo.
Vivendo em um mundo onde o lema “Paz e Amor” desperta nas pessoas apenas sorrisos condescendentes de quem escuta uma utopia enquanto procuram se desviar de balas perdidas e gangues espancando inocentes em boates, Serguei – um verdadeiro retrato congelado de uma época – se espanta e abre o verbo sobre o que acha desta juventude, que um dia tentou mudar o mundo e hoje acha normal linchar garotas por considerarem suas roupas “indecentes”.
Com vocês leitores, o garotão Sérgio Augusto Bustamante, 76 aninhos mas com um corpinho de 75 e a disposição, energia, indignação e sonhos dos vinte e poucos anos; o conhecidissimo Serguei, que hoje ostenta o honroso título de lenda viva do Rock nacional.

Caretice geral: o computador
Serguei: “O bacana de você andar assim, conhecer uma pessoa, é andar pelas ruas, você não foi apresentado mas você bate os olhos, eles se comunicam, a emoção vem, entendeu?, na hora, assim: então você fala, você se abre...essa garotada é incapaz de falar, eles já perderam isso. Para tudo eles usam o quê? Um computador. Querem dar uma trepadinha, vão trepar com o computador...querem chorar, choram vendo as coisas do computador, querem rir...pô, o riso, o sorriso, a lágrima, tudo isso é emoção...a expressão facial, que não têm nenhuma. Pô, eu falo, digo isso assim, assim e assim (gesticula) e...outro dia eram quatro rapazes e eu fiz assim (bate palmas): - Hei! Falei: “Bicho, vocês só fazem assim (balança com a cabeça positivamente e negativamente)? Aí um sujeito atrás disse: eu sou o pai deles, você não sabia que essa geração é assim, Serguei? Eu disse: infelizmente, entendeu? Não há mais nada praticamente a se fazer, depois do que foi feito na década de sessenta. Você tinha a liberdade de tomar decisões.”

Caretice geral 2: look e comportamento
Serguei: “Voltaram a cortar os cabelos fazendo o pé...não há nada mais nojento do que isso. Engraxam os sapatos, fazem vinco nas calças! Bicho! E dizem que são envergonhados: ah, ele é tímido! Tímido é o c*lho! Pergunta se na hora em que estão dando o c* lá ou fazendo qualquer sexo, ou comendo ou que diabos que seja, não interessa, pergunta se eles são tímidos! Aliás (risos), eu tenho provas de que, de tímidos, eles não tem nada...teve um sujeito um dia que chegou pra mim e disse: 'Serguei, quero te chupar'! Eu disse, 'tudo bem mas outro dia, outra hora porque agora estou correndo pra pegar o ônibus'! Dois dias depois ele me achou de novo, e insistiu com os olhos arregalados: 'Vem cá, você come c*?' Respondi: 'Olha, eu como alface, como manga – que eu adoro manga – sorvete...' (risos). Pra você ver como eles são diretos agora. Dão beijos na boca, isso é ótimo...escandalosamente! Eu fiz um show na Up, lá em Campo Grande, no Rio de Janeiro, e estava cantando no palco, pulando e tal...quando eu estava saindo, um cara sentado numa mesa com garotas, garotões, jogou a cabeça assim pra trás e me pediu: 'Serguei! Me dá um beijo na boca!'. Depois, no camarim, ele voltou pra pedir um beijo mais legal...quer dizer, não tem mais o chaveco, perderam isso, que era o principal. Hoje é mecânico, direto.”

Todo mundo gosta de sexo, bicho.
Não tem um que não goste!”

Sexo:
Serguei: “Eu tô numa forma física, por assim dizer, esplendorosa. Eu conto essas sacanagens e me excito, tu acredita nisso? (bate na madeira) Agora, eu acho isso um exagero. Não é um exagero? Eu acordo de manhã, às vezes até de madrugada, naquele estado. Vou até lá fora, olho pra um lado, olho pro outro, ninguém! Digo: pô, que merda! Aí volto e tenho que dar meu jeito (risos). Quer dizer, acho que tô mais do que legal! Todo mundo gosta de sexo, bicho. Não tem um que não goste de sexo! Se bem que hoje tem esse tal de sexo virtual, no computador. É tão horrível que não merece...não tenho nem opinião pra definir isso! Bicho, é melhor o sexo por telefone, porque pelo menos você escuta a voz, e tal...pra você ver: um dia eu vinha andando, um sol quente, e tinha um cajueiro na beira do caminho. Me deu um tesão, meu (*) levantou, queria fazer alguma coisa com alguém e não encontrava – não passava ninguém...passou um cachorro velho, mas eu não ia comer o cachorro, pô. Aí eu ia andando e encostei numa árvore – o cajueiro, grande, frondoso. Aí tirei pra fora e comecei sozinho. Na hora de gozar, a perna tremeu e eu me abracei ao cajueiro. Onde eu ia me agarrar? Me agarrei na árvore! Aí, na entrevista que dei ao Jô Soares, ele perguntou: 'Bom, então você comeu a árvore?' Aí eu disse assim: 'É Jô, comí...' A pergunta merecia essa resposta. E eu ironizo tudo, mesmo...no Brasil, se não ironizar ninguém aguenta. Se não ironizo, tô f*dido, vou ficar doente.”

Drogas:
Serguei: “Droga é uma droga, uma merda...você fica com os olhos inchados, vermelhos, você fica rindo à toa, que nem um babaca, o outro com o olho arregalado, com a bunda pra dentro... 'é...qualé...o que é...?' Bicho, eu não tenho como falar disso. Eu dei um esporro na Janis (Joplin) uma vez...ela tava no banheiro, cantando...aquela voz que todo mundo conhece, e com a mesma emoção. Quando ela saiu, nua com uma toalha jogada no ombro, ela abriu a porta e eu disse: 'Vem cá, tô aqui observando você o tempo todo, te ouvindo. Que maravilha...mas por que você usa essas merdas? Isso vai levar você muito cedo do convívio da gente'. Ela olhou pra mim e disse assim: 'Sergei, nobody plays that game on me', ou seja, 'ninguém me força o jogo', por assim dizer. ( N. do R: 'Ninguém faz esse joguinho comigo') Eu disse, 'você sabe o que faz, então f*da-se'. E aconteceu o que aconteceu...”
(pequena pausa para um cochilo de alguns minutos do entrevistado)
“Bicho, cuidado comigo que as vezes eu durmo...eu ontem fiquei dois dias sem dormir. Tava falando com a Beth, minha amiga, pelo telefone. Estava sentado naquela cama, que é no chão, e enquanto eu falava, cochilei e batí com a cabeça no chão.”

Rock and Roll:
Serguei: “O Rock começou na minha vida ainda nos anos 50. Estive em Paris, conheci Juliette Grécou, sabia o que estavam dizendo dela, que ela era escriturária e saía que nem uma louca depois do serviço com uma porção de rapazes e moças, todos vestidos de preto, iam pros porões do Quartier Latin tomar drink, tomar café, eram os beatniks (N. do R: Juliette Grécou foi uma cantora francesa que se tornou uma espécie de “musa” dos existencialistas, tendo se apresentado inclusive no Brasil), e depois dos beatniks vieram os hippies. E aí eu me encontrei.”

Rock and Roll 2: o Templo
Serguei: “A casa antiga não era minha, era de um cara daqui, comerciante, e quem me deu essa nova aqui foi Russel Coffin, um dos grandões da Coca-Cola no mundo. É um cara com dinheiro, tem como fazer, trabalha com ecologia, pássaros, florestas, tem vários hectares na floresta em Santa Catarina, que ele protege. Essa casa aqui ele que mandou construir pra mim, tudo à prova de som, tudo. A prefeitura na época deu o terreno e ele mandou construir. No dia da inauguração eu ví ele com milhões de papéis, assinando aqui, alí, e disse que a casa é minha. Eu disse, 'então tá bom'. Se alguma coisa estranha acontecer, eu daquí não saio, aquí é minha casa, minha vida, e eles não me desonrariam nessa altura de minha vida. Eles vão ter que me aturar, e eu sou bem enjoado...mas eu acredito no caráter deles, acredito que a casa seja minha.”

...O movimento social que mudou a cara do mundo(...)
Hoje em dia, infelizmente, a gente viu traídos todos os seus princípios.”

Rock and Roll 3: o sonho
Serguei: “Minha casa é um museu histórico, que conta a história do Rock e a época em que o Rock começou e explodiu. Conta a história da geração hippie, da qual eu sou um dos últimos, principalmente pela filosofia (e mostra dois livros – On the road, de Jack Kerouac, e Howl', de Allen Ginsberg). Eu sempre viví nisso, eu viví todas as revoluções da década de 60, entendeu? Todas aquelas maravilhas, o movimento social que mudou a cara do mundo. Beatles, Rolling Stones, os concertos, proclamavam a liberdade, a paz e o amor pelos parques...isso foi a coisa mais importante que aconteceu no mundo. Hoje em dia, infelizmente, a gente viu traídos todos os princípios de vida, o sonho – de uma certa forma – acabou, embora ainda existam remanescentes como eu. Mas posso dizer que esse sonho, ele foi vitorioso, e fechou com o concerto de Woodstock, reunindo mais de um milhão de pessoas. Alí, toda a razão de existir, o sentimento de liberdade, tudo isso provou estar implantado, mas o movimento em sí, a partir dalí, foi declinando. Aí começou a mediocridade, a falta de autenticidade (nas propostas), começou tudo a se misturar. É como a Bíblia: você lê e entende de um jeito, eu leio e entendo de outro, cada um dá a sua versão. A versão que eles deram foi a pior possível: ficaram contra tudo o que foi feito e quiseram mostrar a versão deles, feia, pequena, medíocre, inexpressiva, estúpida. E nosso Cazuza resumiu muito bem: 'ideologia, eu quero uma pra viver'...Cazuza querido, do coração! (e faz um gesto de quem manda beijos ao céu) Falta as pessoas terem uma liberdade mais inteligente, mais prática, e não ficarem como quase a totalidade dos brasileiros, pendurados num chavão ridículo: 'os portugueses nos exploraram, nós somos tão bonzinhos...' Fomos! Fomos! Passado do verbo! Não somos mais! Hoje as pessoas vivem sem horizontes, elas vivem o momento, mas um momento muito escrôto. Não há um propósito de vida, aquela coisa de 'vamos fazer', entendeu? Acho que já encontraram pronto. E, se não estiver pronto, compram no shopping fazendo sempre a pior escolha.”

Pela milionésima vez: como Sergei comeu Janis Joplin
Serguei: “Que saco! Quem me apresentou tá ali, ó, no retrato na parede: Oliveira, percussionista da banda Chicago. Ele era amigo da Janis e me apresentou nos EUA. Tinha uma festa de escola e eu levei minha banda, Centauro. Ela vinha descendo uma ladeira vestida de cigana e ele me apresentou: 'Sergei, Ms. Janis Joplin'. Meu queixo caiu e eu fiquei rindo, brinquei perguntando se não era Jackie Kennedy. Ela riu e depois ficou séria. E me deu um beijo. Aí depois ela veio ao Brasil, mas me perguntar datas, lugares...é uma certa maldade (risos). Aqui no Brasil, a gente estava na Avenida Copacabana e ela me pediu uma caneta. (Interrupção provocada pelo cachorro Nick, que fuçou a lata de lixo) Aí eu dei e ela escreveu uma dedicatória na calça, na altura da coxa. Guardei aquela calça até hoje, como relíquia, mas muitos anos depois minha mãe achou ela nas minhas coisas, viu que tava suja e botou pra lavar! Perdí a dedicatória! Mas a calça tá alí, na parede.”

Viver é difícil, e a vida é curta.
Então, bota pra f*der!”

Shows:
Serguei: “Eu estou voltando de Belém do Pará, onde sou padrinho dessa campanha (mostra a camiseta) 'APAVERDE – Salvar o planeta é uma tarefa de todos nós', e todos os anos tem isso e eu vou lá, fazer um show. Estava lá a Mulher-Moranguinho! Tão bonitinha! Ela tem um rosto lindo! Tava aquela outra, que foi mulher daquele cantor, o Latino...a Kelly Key, e ela tem um programa na TV Record, e ela me entrevistou no camarim dela. Acho que é um programa pra crianças, ela falou 'crianças, é o Serguei!'
(Nova interrupção, desta vez pelo cachorro Nick, que entrou de focinho na barriga do entrevistado, pedindo comida)
Eles tem uma vida de rei aqui...todos vacinados, com muita água, comida, carinho...Nick, sai daí! Ele foi pra cozinha...vai comer alguma coisa que tá lá...ai meu Deus...essa é a entrevista mais underground que eu já fiz...!
Agora você vê que maravilha...as pessoas tem que sair dessa mesmice. Jovem cabeça, como você é, tem que prestigiar esse tipo de atitude...(bate palmas) acorda! Acorda! Viver é difícil, e a vida é curta. Então, bota pra f*der! Mostra sua opinião, senão...(risos) tem que comprar esse jornal, pra de repente ouvir essas coisas! Mostra sua opinião, diz o porque...que também não é todo mundo que merece uma opinião, uma idéia, uma explicação. E pronto! Mete a cara e vai em frente! Se alguem vier criticar alguma coisa, que critique por si mesmo. Não pela nação, que a nação não faz nada pela gente.”

Living in the USA:
Serguei: “Minha avó achava que minha educação não tinha de ser feita aqui no Brasil. Ela dizia: 'vocês são burros, incompetentes e preguiçosos. Vocês tem nas mãos um continente e nunca fizeram acontecer coisa nenhuma'. Minha avó era americana, e fazia a comparação: 'olha nós aqui e olha vocês lá'. Os garotos me perguntavam, no colégio: 'vem cá, naquele teu buraco lá na América do Sul, vocês pensam com os pés, não é?' Aí todo mundo aplaudia o cara. O Brasil é bonito, tem grandes potencialidades, mas nunca aconteceu mesmo. Quer dizer, minha avó tava certa.”

Política:
Serguei: “É igual a esse oba-oba em torno do Lula: acho muito carnaval, mas preciso te confessar uma coisa, que eu tenho medo de que ele saia. Porque eu não sei qual equipe econômica vai vir após ele, certa ou errada, essa equipe conseguiu colocar o Brasil muito bem colocadinho, a situação de hoje não é a de antes. Aquele batom vermelho, escandaloso, só pode ser usado por uma mulher linda, cheia de curvas e fazendo vários charmes com o corpo. Não pode ser uma matrona horrorosa. E o batom vermelho aí seria usado pelo Brasil, que é uma nação feia, politicamente. Então, pintar a boca do Brasil com esse batom vai ser um horror. Teria que ser um Brasil mais forte, porque hoje o país não pode ter o que quiser, como os países desenvolvidos. A democracia é para os Estados Unidos da América do Norte!, e não para quem quer. Nós não merecemos democracia, estamos completamente despreparados! Nós sequer sabemos o que queremos. E não existe nação sem povo. Temos uma bandeira em que tá escrito 'Ordem e Progresso', onde 'ordem' vem antes da palavra 'progresso'. Por que? Porque já se sabia naquela época, há um milhão de anos atrás, que não existe progresso sem ordem, cacete! Por que não temos progresso? Porque não existe ordem! É um corredor de loucos, onde ninguém se entende. O Brasil é um lugar onde todos roubam todo mundo o tempo todo! E pelo poder da televisão e do rádio, mostrando, falando, denunciando, o povo vai ficando desapontado e chega a um ponto que já vai ficando safado também! Dizem: 'Ah, é? Então vou roubar também!'. Então, a democracia é para os povos mais civilizados.

Nós não merecemos democracia, estamos completamente despreparados!
Nós sequer sabemos o que queremos.”

Serguei: “O Brasil é um país lindo, mas como nação, não existe. Só São Paulo que escapa, a única praga é ser mandado por Brasília. Se a revolução de 1932 tivesse dado certo, eu teria apresentado meu passaporte pra pedir cidadania paulista. Aqui em Saquarema pediram uma vez pra eu ser candidato a vereador, eu disse que ia ser, eu vou. Eu ia de sunga, meião e tênis. Esculhambava todo mundo e voltava pra casa. Ganhei 280 votos e eu disse: agora eu saio e deixo o suplente, que eu não quero assumir porra nenhuma, então não tem nada a ver comigo essa de política. As pessoas são muito engraçadas...a política partidária, é tudo muito burro! Aquí em Saquarema, por exemplo (risos)...eu tenho que rir...existe um deputado, se chama Paulo Melo, que é o que faz tudo pela cidade, e é amigo do Lula, é do PMDB, é colega, amigo do Sérgio Cabral, pega as coisas, as coisas vem pra cá, o dinheiro, as obras a serem executadas, então é o seguinte: o prefeito, governador, presidente de qualquer país, nada mais são que os homens do escritório. Homens ou mulheres, no caso daqui é a Franciane Melo. Então tudo bem, é bonitinha, simpática, tem um sorriso, é inteligente, e ela tá entrando na vida política...ela tem uma certa competência, mas ela é a 'mulher do escritório'. Como Bush (EUA) era o cara do escritório, o presidente, prefeito não sei da onde são pessoas do escritório. Tem que despachar, pedir uma influência política, se vale a pena despachar aquilo favorável ou não, entendeu? Então eles são os caras do escritório, não fazem política, isso quem faz é o político, aqui no caso o Paulo Melo, que é uma águia, uma potência política. Ele faz todas aquelas coordenações, aquelas coisas, e consegue todo esse progresso que tem conseguido para a cidade. Aí o povo vai e vota num outro rapaz, que tinha problemas sérios com o Ministério Público. Ele poderia ser a pessoa que fosse, mas não poderia ser candidato a coisa nenhuma, pois se o MP tava processando o cara, como é que esse mesmo Ministério, ele entende – agora pegaram essa mania: eles 'entendem'. Ah, porque o Juiz 'entendeu'...mas eu também entendí, só que ao contrário do que ele está dizendo, porra! Então o MP 'entendeu' que ele pode se candidatar, mas se ele ganhar não assume! Bicho, isso parece aquelas comédias de circo! Aí o cara se candidatou e o povo daquí votou nele e não na Franciane, que é a esposa do cara que faz a política pra trazer o dinheiro, executar as obras em Saquarema! O povo não votou porque tinha fixação nesse outro homem, sabe aquela coisa bem 'Sulamérica'? 'Este señor, Getúlio Vargas, Perón'...entendeu? O povo adora esse tipo de coisa! O povo vive o 'homem', o povo tem ícones políticos. Isso foi uma prova de estupidez extrema, burrice. Tem que atrair quem tem o dinheiro, quem tem o poder, quem tem amizades, que aí as coisas chegam! Prefeitos, essas coisas, eles são representativos, embora participem. Eles são apenas os 'caras do escritório'. E o resto? O resultado foi que o cara ganhou mas não entrou, e aí veio a prefeita.”

O povo vive o 'homem', o povo tem ícones políticos.
Isso é uma prova de estupidez.”

Imprensa:
Serguei: “Graças à Deus ainda leio jornais. Não tem nada melhor. Eu não fumo, mas quem fuma acorda, vai na banca de jornal, compra um e volta pra casa. Fica lendo, fumando e tomando café quentinho – ou suco de laranja, ou champagne, o que preferir. Mas o babaca, o imbecil, senta o c* numa cadeira, liga a máquina de escrever com tela, bate nas teclas e fica olhando...quer dizer, é o mau uso do computador. Se usar pra decisões ou pra adquirir conhecimentos, maravilha! Mas ficar assim igual a um babaca, os pais...aliás, os pais são culpados de tudo. Caráter, comportamento, isso tudo vem de casa e não da escola. Escola se aprende que 2 e 2 são 4, mas assim mesmo tem uns professores que dizem que não (risos), que é outro resultado...Existe muita sacanagem na imprensa, mas ela é livre! Pelo menos isso! De maneira que você tem acesso às palavras...que são as coisas mais importantes da vida, não é não?”

Paz? Amor?
Serguei: “Outro dia o governador do Rio, Sérgio Cabral, estava no programa do Datena e disse que, no Brasil, os estados deveriam ser autônomos. Na mesma hora entrou a vinheta e veio uma mulher falar de sexo! E Sérgio Cabral sumiu. Se isso não é censura, não sei mais o que é. Aí depois o bandido pega um foguete e bota um helicóptero abaixo. Bicho, onde estamos? Eu não sei! Depois dessa, não entendo mais nada! Cadê a autoridade? A verdade é que quem manda no Brasil é o crime, porque é organizado. Por isso o nome: 'crime organizado'. Os caras mandam! Bicho! Os caras mandam!

Imagine se, nos EUA, derrubam um helicóptero
e o Governo não se pronuncia?
Vergonha mundial!”

Tanto mandam que, se não fosse assim, não iam derrubar um helicóptero da PM, ou mesmo civil. Aí saíram pra procurar no morro o desgraçado que fez isso. Só que o desgraçado já sumiu, não vão encontrar e acabou! E se encontrarem, logo depois o morro volta a ficar igualzinho a antes. Imagine se em Washington, Miami, ou o que for, lá nos EUA, um bandido derruba um helicóptero seja de quem for, e o governo americano não se pronuncia e nada acontece: meu Deus do céu! Vergonha mundial! E aquí ninguém fala nada e está tudo bem, fica por isso mesmo!
Cansei, sabe?”

Entrevista concedida ao editor, Walter Biancardine, em outubro de 2009 no Templo do Rock - Saquarema, RJ