quinta-feira, 1 de novembro de 2012


O CASO SILAS BENTO: O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Casa Azul, 31 de outubro de 2012

A boca que fala é de prata, mas a boca que cala é de ouro – antigo ditado que assegura ser o silêncio muitas vezes superior ao palavrório, por vezes, inconveniente.
Valho-me das frases alheias para justificar o longo silêncio que o OPINIÃO se impôs, logo na semana seguinte à vitória acachapante de Alair Corrêa nas urnas. O raciocínio é o seguinte: o OPINIÃO ainda não voltou ás bancas, não é um jornal papel e, sequer, teve a pretensão de ser um blog diário, ainda nesta fase de amadurecimento que vivemos. O ponto complementar é que, diante de uma vitória tão bonita quanto a de Alair, nada mais há para ser dito.
Espasmos de derrotados, afirmando que assumirão e que já tem até secretariado devem correr por conta de alguma medicação que os mesmos talvez estejam tomando para aceitar a derrota; editoriais de empresário boteco-etílico-jornalista – sim, aquele! Quem leu o Lagos Jornal nos áureos idos de 2008 lembra-se que, para responder às patadinhas de calango do referido editor, bastava-nos um repórter, no caso, eu – igualmente sequer merecem comentários após a resposta definitiva dada por Andréa Corrêa, filha de Alair. Desvairios esquerdopatas da dupla de pobres efebos devem ser vistos com a devida piedade: órfãos de Obronho, um esganiça sandices acadêmicas, outro sequer cria – apenas copia o que seu irmão mais velho escreveu, e lasca em seu blog Mangá.
Assim, do alto de minha absoluta ignorância dos bastidores da política – eis que nunca tive a pretensão idiota de ser “o cara que sabe o que realmente se passa nos subterrâneos” - vejo com espanto que a falta de assunto pode provocar comichões em gente que, ao que parece, está achando tudo meio chato, parado, modorrento, e sente falta de um agito.
Assim, a bola da vez chama-se Silas Bento.
Não conheço o rapaz, apenas por acenos e cumprimentos formais. Não sei se é Flamengo ou mesmo se tem uma nega chamada Tereza – e nem quero saber. O que sei é que o supracitado é vice de Alair, e confesso que não entendo mais nada.
Se Silas tem realmente contas a acertar, se o rapaz andou fazendo besteiras graves, isso – a meu ver – seria assunto para ANTES de sua escolha para compor a chapa. Por quê diabos não trouxeram isso à baila antes, para o conhecimento de Alair? Agora, neste momento em que apenas aguarda-se um bater de martelo do TSE, resolve-se escarafunchar os alegados malfeitos do homem e distribuir munição para opositores inconformados. E pior: ao que parece, é gente ligada à Alair quem está tomando a iniciativa em cutucar o assunto.
Repito minha ignorância do que se passa nos bastidores do poder – e mesmo se este é um “caso de bastidor”, pois a mim mais parece falta de assunto – mas penso que é de uma inconveniência olímpica, uma falta de senso de oportunidade, falta de “timing” mesmo.
Um vereador Taylor deita falação na Câmara contra o vice-prefeito que, sob a sombra da chapa Alair-Silas, garantiu sua reeleição. Um Álex Garcia – seus desafetos podem dizer tudo sobre ele, menos que não está do lado de Alair – igualmente ecoa o assunto em seu blog, e até mesmo o pacato James Santos enfia o pé no jacá e tira sua casquinha no blog da Beth Michel – que não perdeu viagem e também deu o seu pitaco.
Confesso que nada mais entendo, digo isto sem medo e igualmente tranquilo quanto à minha amizade e respeito para com todos os blogueiros que citei acima.
O que entendo é que – tal como eles – estive ao lado de Alair por longos e sofridos cinco anos, fui processado por Marquinho, sofri como muitos a discriminação de estar do lado perdedor e sob um governo revanchista, e milhares de pessoas como eu – simples mortais – igualmente não devem estar entendendo nada.
Afinal, de que lado essa turma está? Se antes de Alair finalmente assumir o lugar, que por direito lhe pertence desde 2008, o povo já está em processo autofágico, resta a certeza – ao menos – de um preocupante sintoma de desunião do grupo. Se alguém sabe a resposta, por favor me esclareçam – as páginas do OPINIÃO estão à disposição!
Ainda assim, resta a questão Silas – o que fazer?
Confesso que não sei, e se soubesse eu não seria um pobre repórter – seria vidente cigano e estaria ganhando uma boa grana. Deixo esta decisão nas mãos experientes de Alair Corrêa, que já descascou abacaxís muito piores do que esse.
A única coisa que sei é que ficarei muito brabo se, por conta dessas firulas, o meu candidato vitorioso Alair, com quase 60% dos votos, assumir com um terno sujo da poeira atirada por seus próprios e afoitos seguidores.

Walter Biancardine