Deu o que falar a
entrevista do Secretário de Cultura e futuro Presidente da Fundação
Municipal de Cultura em um programa popularesco, assistencialista,
veiculado por uma rádio de Cabo Frio.
O curioso é que o
falatório se deu não pela entrevista em sí – correta, linear e
até um pouco “amistosa” demais para um programa que se diz
neutro mas faz da pancada contra a Prefeitura da cidade sua razão de
ser – mas sim pelos segundos finais da transmissão, já encerrada
a participação do Secretário e sem nenhuma possibilidade de
réplica, quando um dos apresentadores entendeu de fazer verdadeiro
discurso contra a PMCF.
Exaltado e nervoso,
o franzino rapaz desancou setores da administração que nada tinham
a ver com a área do entrevistado. Falou, falou, fez sua demagogia
populista e, ao final, bateu com suas folhas de anotação na mesa
encerrando sua epifania oposicionista – e deu no pé, certamente
sabedor que ali presentes não estavam apenas intelectuais avessos á
atitudes mais firmes, e sim um certo assessor de comunicação de
saco cheio com esse chororô demagógico, irritado demais, cético
demais, cansado demais e grande o suficiente para que o tal
apresentador se agarrasse ao braço do Secretário e lá se
escondesse.
Pois bem, esta foi a
razão do falatório: nas redes sociais o franzino e irritadiço
herói da oposição discursou sobre sua altivez e nobreza de missão,
que este era o perfil do programa e que ninguém teria o direito de
pautar seu espaço radiofônico. Ótimo. Pena que esqueceu de
mencionar a falta de ética jornalística cometida com sua histérica
intervenção, á parte da enorme grosseria, falta de educação
daquelas de berço mesmo, cometida contra seu entrevistado – tudo
isso por uns aplausinhos de mais uma meia dúzia de magrelinhos
insatisfeitos, vibrando com a coragem de seu ídolo!
A nota triste da
história foi o fim de uma amizade – oferecida a mão estendida,
sequer foi respondida e para bom entendedor, meia conveniência
política basta.
Agora, nosso
intrépido Secretário vocacionado á kamikaze resolve aceitar
convite para ser entrevistado por outro antro de mal amados
oposicionistas – antro composto pelos mesmos inconsequentes que
criaram uma secretaria de cultura paralela, que adicionaram á
revelia e sem autorização nomes e perfis de pessoas (sem que as
mesmas soubessem) como apoiadoras da tal sandice e que criaram
petição eletrônica na maior fraude digital dos tempos cibernéticos
chamada Avaaz – onde fantasmas votam, e quantas vezes quiserem.
É o caso de se
perguntar se nosso Secretário pretende oferecer-se em holocausto aos
lobos famintos.
Uma coisa é uma
turma de encrenqueiros acusar o Governo de só comparecer á
entrevistas promovidas pelo que chamam de “mídia amiga” e, por
isso a Cultura ter agendado a mal fadada entrevista no rádio. Outra
coisa é perceber – após a mesma – que os métodos desonestos
são idênticos, esse povo age e pensa segundo o mesmo cérebro
canalha cujos fins justificam os meios.
E aí, diante da
constatação de que se enfrenta não uma oposição e sim
delinquentes intelectuais, torna-se imperativa a pergunta ao
Secretário que, diga-se de passagem, é um homem honrado e com uma
reputação á zelar: vale á pena?
Que os cabofrienses
tenham a capacidade de perceber a canalhice, tão explicitada por
eles quanto a falta de vergonha que os mesmos tem em mostrá-la tão
abertamente.