quinta-feira, 21 de maio de 2015

Chororô



Deu o que falar a entrevista do Secretário de Cultura e futuro Presidente da Fundação Municipal de Cultura em um programa popularesco, assistencialista, veiculado por uma rádio de Cabo Frio.
O curioso é que o falatório se deu não pela entrevista em sí – correta, linear e até um pouco “amistosa” demais para um programa que se diz neutro mas faz da pancada contra a Prefeitura da cidade sua razão de ser – mas sim pelos segundos finais da transmissão, já encerrada a participação do Secretário e sem nenhuma possibilidade de réplica, quando um dos apresentadores entendeu de fazer verdadeiro discurso contra a PMCF.

Exaltado e nervoso, o franzino rapaz desancou setores da administração que nada tinham a ver com a área do entrevistado. Falou, falou, fez sua demagogia populista e, ao final, bateu com suas folhas de anotação na mesa encerrando sua epifania oposicionista – e deu no pé, certamente sabedor que ali presentes não estavam apenas intelectuais avessos á atitudes mais firmes, e sim um certo assessor de comunicação de saco cheio com esse chororô demagógico, irritado demais, cético demais, cansado demais e grande o suficiente para que o tal apresentador se agarrasse ao braço do Secretário e lá se escondesse.

Pois bem, esta foi a razão do falatório: nas redes sociais o franzino e irritadiço herói da oposição discursou sobre sua altivez e nobreza de missão, que este era o perfil do programa e que ninguém teria o direito de pautar seu espaço radiofônico. Ótimo. Pena que esqueceu de mencionar a falta de ética jornalística cometida com sua histérica intervenção, á parte da enorme grosseria, falta de educação daquelas de berço mesmo, cometida contra seu entrevistado – tudo isso por uns aplausinhos de mais uma meia dúzia de magrelinhos insatisfeitos, vibrando com a coragem de seu ídolo!
A nota triste da história foi o fim de uma amizade – oferecida a mão estendida, sequer foi respondida e para bom entendedor, meia conveniência política basta.

Agora, nosso intrépido Secretário vocacionado á kamikaze resolve aceitar convite para ser entrevistado por outro antro de mal amados oposicionistas – antro composto pelos mesmos inconsequentes que criaram uma secretaria de cultura paralela, que adicionaram á revelia e sem autorização nomes e perfis de pessoas (sem que as mesmas soubessem) como apoiadoras da tal sandice e que criaram petição eletrônica na maior fraude digital dos tempos cibernéticos chamada Avaaz – onde fantasmas votam, e quantas vezes quiserem.

É o caso de se perguntar se nosso Secretário pretende oferecer-se em holocausto aos lobos famintos.
Uma coisa é uma turma de encrenqueiros acusar o Governo de só comparecer á entrevistas promovidas pelo que chamam de “mídia amiga” e, por isso a Cultura ter agendado a mal fadada entrevista no rádio. Outra coisa é perceber – após a mesma – que os métodos desonestos são idênticos, esse povo age e pensa segundo o mesmo cérebro canalha cujos fins justificam os meios.
E aí, diante da constatação de que se enfrenta não uma oposição e sim delinquentes intelectuais, torna-se imperativa a pergunta ao Secretário que, diga-se de passagem, é um homem honrado e com uma reputação á zelar: vale á pena?


Que os cabofrienses tenham a capacidade de perceber a canalhice, tão explicitada por eles quanto a falta de vergonha que os mesmos tem em mostrá-la tão abertamente.