O FIM SABIDO MAS NÃO ANUNCIADO
Um blog da cidade afirma que “o pessoal de Alair” vai lançar um novo jornal ano que vem, e sugere que o mesmo terá a finalidade de opor-se ao governo Marquinho Mendes.
Custa a crer que existam pessoas que admitam a possibilidade de sobrevida deste grupo e, pior, que supõem existir ainda união entre os mesmos para tocar um jornal com fins de projeto político. O grupo morreu, vitimado pelos interesses de seus altos escalões.
EGOÍSMO E AMBIÇÃO
Se algo ficou claro durante esta gestão de Alair Corrêa foi o absoluto egoísmo da quase totalidade de seus manda-chuvas: ninguém pensou no futuro, todos miraram apenas em suas ambições pessoais e muito mais confortáveis para consegui-las ficaram com a crise do Estado, que (teoricamente) os desobrigou de realizarem para o povo e os deixou, felizes, na auto satisfação.
NÃO HÁ MAIS "GRUPO POLÍTICO DE ALAIR"
Podemos dizer sem medo de errar que 99% dos que lá estavam visavam apenas a si mesmos e agora, com novo prefeito e novas possibilidades, tratam de desinfetarem-se da “bactéria” nociva para mais facilmente aderirem ao novo mandatário.
NENHUM JORNAL SÉRIO VIRÁ
Nenhum jornalista decente aceitará rodar um informativo com ideias controladas por um grupo e sob o balão de oxigênio financeiro de um projeto misto de vaidade, vingança midiática e vida necessariamente curta. Se o mesmo surgir, escrevam: será radical e de breve duração, tangido por ilustre (e ambicioso) desconhecido.
A SERIEDADE ACABOU
Houve, no passado, exemplos de jornais e TV's alinhados com Alair mas que não funcionavam como meros “capachos” de seus rompantes ou necessidades, e o Lagos Jornal – com a Rede Lagos de Comunicação – foi o maior e melhor exemplo, ainda que administrado por seus achegados.
Com profissionais de renome, bons patrocinadores, organização eficaz e linha editorial determinada na redação – e não nos palanques – este grupo conseguiu quebrar a hegemonia até mesmo da vetusta Folha dos Lagos, com matérias sérias e sem jamais esconder quem apoiava.
Já o Diário Cabofriense – surgido anos depois e que também apoiava Alair – foi o exemplo contrário, em matéria de gestão: com liberdade total em sua linha editorial, denunciou os abusos de sindicatos, as manobras de aproveitadores que terminaram por se candidatar e vencer cadeiras na Câmara e a tal ponto de sucesso chegou que tornou-se, para diversos grupos políticos, um “câncer da mídia”. Mas tanto sucesso teve um preço, e este foi cobrado pela covardia de anunciantes, que retiraram seus patrocínios por não quererem ver suas marcas teoricamente vinculadas á uma ideia política de um governo vitimado por crises – e o jornal faliu.
A verdade é que faltará, hoje, material humano para o pretendido jornal do “grupo de Alair” bem como seriedade em sua constituição, pois mídia sobrevive de anúncios – e quem anunciará em um jornal que apoia um grupo egoísta e paralítico?
E ALAIR?
Muita gente achou que o editorial passado do Opinião elogiava Alair. Não foi assim, leiam e interpretem, por favor.
Não o detonamos, até porque não há uma razão concreta que atribua toda culpa da atual calamidade de Cabo Frio somente á ele. Errou sim, muitas vezes de forma até primária – confiando em quem não devia e ignorando bons quadros – e jamais deixou de lado suas implicâncias, sempre maiores que o bom senso. Mas o fato é que Alair está sozinho, traído, abandonado, seu grupo acabou, não há sucessor político para ele e sua reação – sumir e esconder-se – é a pior de todas, mas compreensível.
Neste momento não há futuro político para Alair nem para ninguém ligado á ele.
É hora de humildade e de reconstrução de suas bases, desta vez reerguidas pelo caráter e competência de cada um – e não ditadas pelos proveitos políticos que possam vir daí.
É sua última chance – com ou sem jornal.