
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
INTERVENÇÃO? NÃO, DESOBEDIÊNCIA CIVIL!
Uma semana atípica, não pela overdose de escândalos ou denúncias contra impolutos oficiais pois isto já é triste rotina, mas pelas atitudes inesperadas de luminares da política nacional.
Um dos pontos altos foi um dueto de absurdos, protagonizados pelos senadores Humberto Costa (PT) e Ronaldo Caiado (DEM), que afirmaram da tribuna, respectivamente:
“ - Depor o presidente Temer agora será o golpe dentro do golpe e não apoiaremos quem prega isso!” (Humberto Costa, PT, oposição)
“ - Esperamos que o presidente Temer tenha a grandeza de convocar eleições diretas e renunciar ao cargo” (Ronaldo Caiado, DEM, situação)
Para o cidadão mais atento e ansioso pelo fim da baderna, foi fácil imaginar que os três poderes teriam recebido sutil aviso das Forças Armadas que, do jeito que está (após mais uma sessão de vandalismo em Brasília e São Paulo) não poderia ficar.
Visionário e frouxo, o General Villas Boas foi imediatamente á público deixar claro que ele jamais autorizará que as FFAA socorram o Brasil, que deixará de fato o povo á própria sorte e que quem prega a intervenção “é maluco”. Ao mesmo tempo o noticiário das grandes emissoras deixou de tratar os vândalos esquerdistas como tais – vândalos e criminosos, nomenclatura adotada após a posse de Temer – para voltar a chamá-los docemente de “manifestantes”, como nos dias de Dilma.
E isso demoliu as esperanças dos brasileiros. Mas não foi só, pois junto com o nocaute veio a humilhação: uma das maiores ratazanas da política nacional, o senador Jader Barbalho, foi a tribuna fazer longo, inflamado e indecente discurso para apoiar as leis contra “abuso de autoridade”, endereçada aos juízes e investigadores da lava-jato.
Esta fala pornográfica – pasmem – tem as bênçãos do presidente Temer, que se aliou á Renan Calheiros e contratou Jader Barbalho como o pedreiro que começará a construir o muro que blindará os ladrões da pátria.
Resumindo: o clima estranho, tenso e as falas inesperadas de gente que mudou radicalmente de posição em questão de poucas horas não foi por efeito da macheza das Forças Armadas – pois, sob o comando de Villas Boas, morrerá emasculada – e sim pela mais desonesta e abjeta auto-proteção da maior quadrilha de criminosos já vista na face da terra, e todos sustentados pelo nosso dinheiro.
Villas Boas se eternizará no comando, como a garantia que os ladrões precisam; a lei contra a lava jato e Sergio Moro será aprovada; ladrões escaparão impunes e eleições diretas virão, para colocar Lula de volta – pois nada foi dito contra, por parte do Judiciário – ou, na pior das hipóteses, Fernando Henrique Cardoso, o esquerdista de terno e gravata.
A conclusão que se chega é que ninguém irá nos socorrer.
O que resta ao brasileiro é a desobediência civil, total e plena, mas que jamais será alcançada pois somos frouxos, indisciplinados, interesseiros, egoístas e preguiçosos demais para isso.
O Brasil acabou.
E é propriedade deles. Feliz Natal, esparro!
Walter Biancardine