terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CARTA ABERTA AO PROF. CHICÃO


Prezado Chicão, peço que não apele para o chavão, dualismo, maniqueísmo e outros quetais, em nosso atual e passageiro desentendimento.
Alega você que era o "queridinho" do prefeito mas agora ele teria mandado um "portariado" te atacar" - no caso, eu.
Em primeiro lugar, mesmo que te seja difícil, acredite que existem pessoas a defender governos, religiões ou ideologias sem que precisem de um feitor as "ordenando" que tal o faça - e assim eu sou. Ou o "engajado" com "senso crítico" e "politizado" tem como única característica a crítica total? Aplaudiu, perdeu todas essas qualidades? Alair deve ter mais o que fazer, não acha?
Desde 2007 escrevo publicamente meu apoio á Alair; mesmo nos piores anos - na pressão total do governo passado, com o ex-mandatário me processando e encontrando todas as portas fechadas aqui para mim, não vendí minhas convicções.
Não preciso e nem aceito que Alair - ou qualquer outro - venha me dizer o que fazer ou como pensar. Não sou um de seus alunos, Chicão, permeáveis à sua doutrinação ideológica.
Poupe-se, pois sua infantilidade (não são outra coisa suas bravatas) por vezes resvala no ridículo ou ofensivo, como agora.
Agindo assim, você se coloca no mesmo nível que a "Velha Senhora" e tantos outros que, como última arma, recorrem ao demérito da iniciativa pessoal e mesmo à capacidade de escrever algo sem ajuda, ordem ou benefício posterior.
Em segundo lugar, não te ataquei - e nem desejaria, tendo em vista o teor de suas queixas. Ora, supor que você utiliza aulas para doutrinar, que sua ótica é imune à argumentos contrários e que suas verdades são absolutas, antigas e estanques seria alguma mentira?
Repito: serenidade é algo que realmente passa longe de seu temperamento.
Seu esquerdismo é adolescente, estereotipado, fanatizado e tenho a certeza absoluta que sua defesa veemente de tal ideologia falida e assassina decorre somente pela sua boa índole, do seu senso de justiça e amor ao próximo, sentimentos que infelizmente foram canalizados para a saída mais à mão, nas faculdades.
Caia na real - você e tantos outros, cuja única arma é associar quem defende um governo com alguém que dele se beneficia ilegalmente - e enxergue que ninguém é dono da verdade. Nem eu, nem você.
O governo de Alair tem falhas, algumas enxergo, outras não. Defendo porque ainda acredito, e quanto as falhas que observo, não sairei por aí fazendo propaganda delas. Ou para você, alardear erros é isenção?
Recentemente critiquei a atuação pífia da Secretaria de Comunicação e a turma do "Preto ou Branco" - desta vez do lado do governo - arreganhou os dentes para mim. Não me dirigí ao sr, Santa Rosa - o qual nem conheço e nada de mau ou bom poderia falar - e sim ao infeliz subalterno que lá faz as vezes de "gerente". Mas, então? Devo transformar isso numa bandeira? Repetir a cada dia? Repercutir o tema?
Insisto no fato de que missão dada é missão cumprida. Quem se propõe a fazer algo, deve ir até o fim, custe o que custar - e a eventual renúncia de Alair não traria nenhum benefício prático ao povo - nem mesmo a oposição se beneficiaria, pois perderiam o alvo a ser batido.
Usar o argumentos tais como "preservar a saúde" é algo de tão torto que mal dá para comentar, pois um prefeito, vereador, secretário ou mesmo seus queridos "portariados" SERVEM ao governo, e o servir tem prioridade, exige sacrifícios. Se não estiver disposto, se não acreditar que aguenta o rojão, que não se candidate.
Encerro esta esperando que, algum dia, a maturidade o alcance e você, finalmente, compreenda que a vida é cinza.
Preto e branco, certo ou errado, bom ou mau só existem em nossa conduta moral - nunca pertenceu a nenhuma ideologia - e a política é feita apenas de tons.
Você é um homem bom, Chicão, e por isso é meu amigo. Além do mais, o rock and roll nos une, mas não use mais deste tipo de maniqueísmo ao se dirigir a mim, pois com 52 anos de estrada, não engulo uma bobajada que nem na adolescência acreditei.
Fica meu abraço e o agradecimento público por resgatar um pouco da memória do meu pai, na presidência do Clube do Canal.
Sempre serei grato à você por isso.
Walter Biancardine

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

CHICÃO, RENÚNCIA É COISA DE FROUXO!


Mudar de idéia, de escolhas ou de opinião é um direito de todos mas a coisa perde sua legitimidade quando, para justificarmos essa mudança, usamos outras pessoas para tal.

Em um postagem em seu blog, o professor Chicão pede a renúncia do prefeito Alair Corrêa por – segundo ele – dispor de um orçamento numericamente maior que o valor da folha de pagamentos e ainda assim “não conseguir pagá-la” e por não conseguir colocar “ordem” na cidade.

O prefeito pediu direito de resposta e lá foi publicada sua versão, contestando os argumentos e apresentando alguns números, fatos tais que não são meu objetivo aqui analisar.

Pois bem: em sua “resposta á resposta” de Alair, Chicão finca pé em sua posição e exige a saída do prefeito baseado no fato de que “ninguém acredita mais em Alair. Só alguns de seus portariados ainda o defendem, em geral por gratidão”.

E é aí que a porca torce o rabo.

Que o professor ignore – passe por cima mesmo, tal como fez – os argumentos do prefeito, é algo de previsível. Afinal, o que esperar de uma personalidade tão facilmente “fanatizável” por causas? 

Um professor que publica em seu blog a pérola “porque só loira protesta contra Dilma ? Jamais vi uma negra protestando” - incentivando assim o divisionismo e o ódio racial e de classes pregado pela criminosa agenda do PT e do Foro de São Paulo (ambos obedecidos cegamente por ele) – perdeu, de fato, a serenidade e isenção para estar em uma classe. 

A não ser que admitamos as escolas e universidades como o que realmente se transformaram: centros de doutrinação bolivariana.

Mas que este mesmo professor inclua milhares de pessoas como justificativa de seu raciocínio, apenas por terem cargos de confiança, aí já vai longe demais.

É preciso que Chicão cresça. A adolescência contestadora há tempos já se foi e a obrigatoriedade, em seu ofício, de manter-se em contato com estes jovens pressupõe uma pessoa que será a luz a guiá-los – e não um espantoso caso de regressão, de assimilação de valores do mais fraco pelo mais forte tornando-se um mestre em busca de aceitação, cuja única ferramenta é “fazer-se colega”, como demonstra.

Chicão não discute: Chicão quer, e pronto. Birra, comportamento infantil e – pior – egoísta, pois sua maior fonte de decepção é ver seu bairro em franca desordem, como de fato acontece.

Baseado no problema salarial dos professores – classe honrada, da qual faz parte – e no furdunço que os farofeiros, ano após ano, transformam seu bairro do Peró, Chicão crê possuir argumentos para exigir a renúncia de um prefeito.

Não é assim, Chicão.

Não apenas o Peró, mas muitos outros locais exigem atenção – mas não a renúncia, argumento este tão descabido que até mesmo a oposição hesita em usá-lo.

Garotos protestam, xingam, fazem birra e malcriações – e desistem fácil, pois se algo caracteriza os jovens é sua grande arrancada mas pouca resistência, em termos de busca de objetivos.

E Alair, do alto de seus setenta e poucos anos, talvez já tenha perdido a capacidade das grandes arrancadas. Mas, tal como acontece aos homens maduros, possui uma infinita capacidade de resistência – a resiliência da maturidade.

Desistir é para os fracos, Chicão.

O pedido saiu com endereço errado.

Walter Biancardine


domingo, 7 de fevereiro de 2016

CRÔNICAS DE DOMINGO - GISLAINE DOS TRÊS VERÕES


Uma pré adolescente encantadora, dificilmente um turista – dos milhares que visitavam a cidade a cada verão – a suporia tão mal nascida nos baixios do Morubá, vizinha de esgotos a céu aberto e criações de galinhas.

Corpo esguio, olhos azuis e pele alva, era uma edição revista e melhorada dos rudes e vermelhos caiçaras que um dia povoaram o cabo.

Enquanto criança, denunciava sua pobreza pelos vestidinhos de chita rotos e desbotados, que esvoaçavam em suas loucas e desabaladas correrias com a criançada da rua, atrás de pipas, bolas e piões.

Sua beleza pueril passou quase menosprezada até seus onze ou doze anos, quando o faro apurado da molecada começou a querer sua companhia para outras brincadeiras que não pique bandeira, futebol ou búlica.

Apartada da fome nervosa de seus antigos amigos pela mãe, Gislaine – tal como uma borboleta em seu casulo– agasalhou sua beleza durante longos quatro anos até que, premida por vaidade tímida mas que ainda assim acarretava despesas, arranjou um emprego graças aos auxílios de um tio torto, visitante assíduo de sua família e que dedicara especial afeição à menina-moça durante todos esses anos difíceis de reclusão.

Sua família, entretanto, nunca entendeu sua mudança após começar a trabalhar: toda a afeição que Gislaine aceitava de seu tio transformou-se em um nojo inexplicável, e passou a cada vez mais evitar ficar em casa,sempre com desculpas de solicitações do trabalho ou da escola.

O primeiro verão

Esplendorosa em seus dezesseis anos, o verão de 1984 descobriu Gislaine nas finas areias do cabo.

Hordas de admiradores perseguiam-na, em busca do privilégio machista do débút com a donzela da restinga.Garotos locais e turistas se revezavam em suas impertinentes solicitações e convites mal formulados, e a todos a resposta era um inseguro e tímido “não”, acompanhado de uma inocente lambida em seu sorvete.

O seu “não”, junto com a pouca idade, impunham um respeito mal contido à sanha depravada dos seus solicitantes:

- Verão que vem ela vai estar uma uva, diziam, lambendo os beiços e arrepanhando as partes.

E assim seguiu o verão de Gislaine, em seus divertimentos acanhados no Fliperama ou passeios com as coleguinhas na rua do hotel Malibú – olhando os turistas em seus carrões, rindo e sonhando com o príncipe encantado que, certamente, as levariam para uma vida de sonho e luxo.

Entretanto, como é da vida acontecer, um dia Gislaine compreendeu todo o seu poder ao sofrer o constrangimento de uma declaração de amor de seu patrão na loja de doces, que se ajoelhou, chorou e prometeu montar uma casa para ela e ajudar toda sua família, se a menina fosse só dele.

Sua recusa transformou-se em demissão, tal como outras três antigas amadas do comerciante, que foram sumariamente dispensadas após o devido uso. Ela, ao menos, foi embora por negar seus favores.

O segundo verão

No verão seguinte Érica – a antiga Gislaine rebatizada pelas amigas – estava, de fato, uma uva.

Sabia que tinha uma arma entre as pernas. Seu tio a cumulara de favores durante anos e mesmo seu antigo patrão, por mais ordinário que fosse, prestava-se como seu capacho, na crença de que a demoveria em favor de ser sua propriedade.

Conseguira um emprego em uma boutique que, além do salário razoável, permitia que a beldade usasse algumas das roupas lá vendidas. Bela, bem vestida e devidamente protegida pela maldade recém-descoberta de seu poder libidinoso, apostou Érica todas as suas fichas naquele verão.

Não frequentava mais Cabo Frio, trocando suas praias pelas areias bem mais promissoras de Armação dos Búzios onde se misturava, sem destoar, com as belas moças cariocas, francesas, italianas e argentinas que lá banhavam e exibiam seus cobiçados e – agora sabia – caros corpos.

Um rapaz do Rio de Janeiro, jovem, bonito e rico, a levou um dia para passear de lancha. Tirou fotografias e disse que, breve, ela estaria desfilando nas passarelas. Se não alcançou de imediato o eixo Milão-New York-Paris, as fotos renderam-lhe prontamente convites para desfiles locais, onde donos de comércio da região,misturados a turistas cobiçosos, muito desfrutaram de sua companhia em troca de promessas de fama, sucesso e glamour.

Érica agora era requisitada, jovem e bela; o mundo estava a seus pés e ela não se misturava.

Seus antigos amigos não alcançavam seu grand monde superior, rarefeito em sofisticação, e nem de longe teriam dinheiro para frequentar os mesmos lugares onde – só lá – ela seria encontrada.

Durante um ano inteiro viveu uma vida de festas, passeios em carros importados, restaurantes caros e promessas – muitas promessas, tantas quantas foram seus amantes. Chegou mesmo a viver sozinha uns bons quatro meses em uma luxuosa cobertura, de conhecido magnata da construção civil, enquanto seu romance durou.

Porém, em um rápido balanço daquele ano tão louco, de seu conseguira apenas uma pequena motocicleta, presenteada por um empresário com quem tivera um curto e tumultuado caso.

As noites sem dormir empregadas em festas, os excessos, as bebidas, orgias e incessantes solicitações começaram a cobrar seu preço: às portas do verão seguinte, Érica já se olhava no espelho preocupada com seu viço, que se perdera.

O último verão

Seus olhos eram agora de um azul aguado, desbotados e vermelhos. Sua fina pele caiçara denunciava o castigo do sol, em rugas precoces que só realçavam seus cabelos de palha, queimados e sem brilho.

Tantos jantares e drinks mudaram sua silhueta, acrescentando quilos e culotes onde jamais houveram, e impondo à sua renitente vaidade o uso de cintas e calças cada vez mais apertadas.

Sentia que perdera as condições de disputar atenções em Búzios e voltara, como filha pródiga, a frequentar Cabo Frio. Nos inevitáveis reencontros com os antigos amigos, disfarçava o saber-se usada com umasimplicidade de alma há muito perdida:

- Cansei daquela confusão. Eu nem escutava o que me diziam, com toda aquela música alta. Por isso que agora prefiro barezinhos assim, escondidos e sossegados. Pelo menos a gente pode conversar, e é isso que importa, não é?

Os barezinhos, escondidos e sossegados, eram a trilha do despenhadeiro de seus sonhos: cada vez mais escondidos, cada vez mais simples, obrigavam Gislaine – Érica pertencia a um outro mundo – à esforços quase incoerentes para justificar seu ostracismo.

Os empregos eram crescentemente difíceis, levando-a à uma série de casamentos que a sustentaram ainda alguns poucos anos. O desrespeito dos homens pelas suas formas, sempre mais flácidas e maiores,invariavelmente terminavam em pancadas e privações.

Rendeu-se, um dia, à realidade. O mundo odeia a beleza e felicidade, Érica estava morta e ela, com a vida enxertada por uma esperança que não lhe pertencia, saltara direto da infância para a velhice.

Nunca chegou a saber se Érica seria a vida real e Gislaine o pesadelo, ou se Gislaine era seu destino e Érica apenas um sonho.

Esperanças mortas, vive hoje em companhia de seu tio torto – entrevado em uma cadeira de rodas, mas ainda solícito – e é atendente em sua barraca de caipifrutas na entrada da favela, juntamente com a mulher dele.

De seu passado, glorioso e breve, guarda apenas fotografias amareladas e um escondido caso com a pobre moça, companheira de trabalho, que a segue e ampara como cão fiel.

Walter Biancardine

sábado, 6 de fevereiro de 2016

TELMA FLORA TAMBÉM NO OPINIÃO


O Opinião passa a contar agora com a colaboração da jornalista Telma Flora, também editora do Diário Cabofriense e da revista eletrônica Visão La Flora.

Reconhecida por seu trabalho de anos em publicações que marcaram época em Cabo Frio, e igualmente tida no meio jornalístico como uma profissional “capaz de encher as páginas de um jornal sozinha”, Telma firma agora esta parceria conosco em busca de um jornalismo que faça a diferença.
Porque, da mesmice, estamos todos cheios!


Bem vinda, Telma! Vamos á sua estréia com o artigo abaixo!

No limite, sempre no limite haverá novos horizontes

É hora de tomar novos rumos... É hora de desgarrar de certos valores, desapegar e seguir em frente, esquecendo os medos e continuar a “botar a cara pra bater”... 

Ficar esperando que as coisas mudem e deixar passar as oportunidades é pura idiotice... As oportunidades podem e devem ser alcançadas... 

Há momentos na vida que devemos fazer escolhas, tomar decisões importantes para a nossa evolução... E para que isso ocorra precisamos nos desapegar de sentimentalismos e, pelo menos uma vez na vida, tomar decisões apenas utilizando a razão... 

É preciso fazer justiça, sentir o próprio valor independente dos outros o qual somente nós mesmos é que poderemos reconhecer...

Nossa intuição não deve jamais ser ignorada e sim lapidada a cada nova experiência, a cada situação que a vida nos oferece...

É preciso seguir, acreditar que as coisas sempre mudam e sempre vão mudar independente da nossa vontade, basta acreditar seguir nossa jornada, sem culpas, medos ou ressentimentos..

Precisamos pensar em nós mesmos... E deixar que os outros sejam apenas os outros...

As pessoas criam regras que não cumprem, impõem comportamentos que não têm, esperam o respeito que não dão e ditam princípios que não seguem, mas o pior de tudo é te fazer acreditar naquilo que não vão cumprir...

Telma Flora 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

OBRA PRIMA DO CINISMO


Uma impressionante peça dramática – é o melhor que podemos dizer – foi publicada em blog de dirigente e ativista partidário do SEPE, visando atingir o sentimento do leitor.

Sem nenhum argumento consistente, adota descaradamente a tática de vitimização e acusa o governo municipal de agir exatamente da maneira que o próprio SEPE age: jogando sujo.

A tal ponto chega o descaramento que o referido rapaz declara-se “surpreso” com o “prematuro acirrar de ânimos”, cujo protagonista é a própria entidade que ele defende. 

Prematuro? Há meses este sindicato promove badernas e paralisa a cidade, espalha o terror invadindo prédios públicos, realiza verdadeira patrulha ideológica nas redes sociais – unindo-se em bandos para achincalhar qualquer um que não concorde com os métodos do sindicato – e se vale do desrespeito, deboche e nenhuma disposição para negociar como armas de divulgação de candidaturas.

Surpreso com o que eles próprios iniciaram? Só pode ser deboche ou cinismo!

Em seu rosário de auto-vitimização não poderia faltar a propaganda politica – objetivo número um de todo esse transtorno que envolveu a cidade: chora pelo “coitado” Janio Mendes, tio de sua esposa e, tal como ele, do PDT, denunciando uma suposta campanha contra seu protetor e padrinho de candidatura.

Acusa os “coladores de cartazes” de serem “burros” por agirem perto de câmaras de segurança e facilitarem a identificação dos autores. 

Ora vejam só! Isso quer dizer que, nas ilegalidades que o SEPE ou ele próprio eventualmente poderiam cometer, os cuidados seriam maiores? Seriam eles “profissionais do jogo sujo”?

Pior: sequer tem a honestidade intelectual de admitir que quem pratica um ato à vista de todos, provavelmente está convicto do que faz, e não à mando de ninguém. 

Aquele que colou cartazes – ainda que seja uma forma primária de protesto – certamente está enojado com as atitudes do deputado e de seus seguidores. Tão enojado que pouco se importa que saibam quem é.

Conclui o rapaz – em sua obra prima de cinismo ou esquizofrenia – que atos assim denotam “o crescimento dos oponentes ao governo” e o “avanço da pré candidatura de Janio”. Ora essa! Mas o movimento não era distante da politica, como sempre teimam em dizer?

No mais e para concluir a dissecação de tão primário atestado de imaturidade, pavoneia-se o menino clamando que “o SEPE avança largamente nos braços da população”. 

Nem sabemos se vale a pena comentar tal coisa. 

Talvez seja bom perguntar aos milhares de pais e alunos, cujas vidas particulares, decisões pessoais, mudanças de cidade, de escola ou o simples desejo de saber se passaram de ano se tornaram reféns de uma enorme e perversa máquina de propaganda eleitoral.

É justamente devido a este tipo de dirigentes que o SEPE perdeu o respeito da população e virou sinônimo de transtorno em Cabo Frio.

Que haja uma reflexão por parte daqueles que comandam a entidade. 

Que reflitam sobre os prejuízos que a imposição de bandeiras eleitorais causa em toda a população, e que retornem às finalidades inerentes à organização: defender seus filiados e compreender que só existe uma força de trabalho pelo fato de alguém pagá-la.

Matar a mão que o alimenta é uma atitude cinematográfica e eleitoralmente espetacular.

Mas é pura burrice, paga pelo povo.


Walter Biancardine

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

NOTA DO SEPE TENTA NOVAMENTE MANIPULAR PAIS E MESTRES


O departamento jurídico do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-Lagos) divulgou texto na página oficial do sindicato no Facebook esclarecendo pontos que considera cruciais para o movimento grevista. 

De acordo com os advogados, “a categoria vem sofrendo ataques pela administração”, que “imputa fatos inverídicos e aumenta as dúvidas que a categoria possui”.

Tal nota é de uma má-fé inacreditável e demonstra o pouco caso que o sindicato empresta à inteligência de seus filiados e da população cabofriense.

Sempre mantendo a postura de “vítimas”, o jurídico sindical aponta como únicas alegações a análise da letra da Lei, sob um determinado ângulo – a vitimização favorável ao SEPE, é claro.

Nada mencionam do descarado desacato à liminar obtida pela Prefeitura; igualmente não mencionam os excessos e vandalismo praticados, bem como as agressões e ameaças contra funcionários públicos, quando da invasão do prédio da PMCF.

Vamos analisar, abaixo, a primária nota expedida pelo sindicato e comentar – mas sob a ótica da pura e simples RAZÃO, e não o ENGÔDO SENTIMENTAL E APELATIVO de uma agremiação hoje utilizada com o único fim de promover candidaturas:

SEPE - Das ações em curso
Estamos lutando diariamente para restabelecer o calendário de pagamento respeitando o limite máximo do 5º dia útil do mês subsequente e o pagamento integral do 13º salário. (...) 

Lei é para ser cumprida e o SEPE/RJ, que prima pela legalidade, buscará de todas as formas proteger sua categoria. 

Diante disso, estamos com as ações em pleno curso no município de Cabo Frio e na Presidência do Tribunal de Justiça, repassando sempre as informações para conhecimento da categoria.

OPINIÃO – Acusa a nota que o SEPE/RJ “prima pela legalidade”, entretanto descumpre – ostensivamente e de modo deliberado – a liminar obtida pela Prefeitura de Cabo Frio, que determinava o FECHAMENTO DO ANO LETIVO, e não o FIM DA GREVE. 

Nenhuma liminar encerra uma greve e alegações como essa são pura VIGARICE INTELECTUAL.

(...)

SEPE - Quando o movimento grevista pode ser considerado abusivo e, portanto, ilegal?
Apenas após seu julgamento de mérito. (...) Assim, não há qualquer decisão de mérito proferida no presente ato paredista de Cabo Frio.

OPINIÃO – Novamente a VIGARICE INTELECTUAL, apresentando distorções de raciocínio: não há decisão de mérito sobre a greve, realmente. Ninguém acusou a greve de ILEGAL e nem a mesma está sendo questionada ainda. 

A LIMINAR DESCUMPRIDA PELO SEPE OBRIGA, ISSO SIM, AO FECHAMENTO DO ANO LETIVO, para que pais e alunos não saiam mais prejudicados ainda, pelo movimento. 

Condicionar este fechamento à uma atitude do Governo Municipal é MÁ FÉ e CHANTAGEM por parte do sindicato, que tenta manipular a opinião pública já amplamente desfavorável. 

A greve do SEPE ainda não foi julgada ILEGAL. Mas todos já a consideram IMORAL.

SEPE - O servidor pode ser punido por ter participado de greve?
Não. O exercício da greve constitui direito constitucionalmente assegurado aos servidores públicos, (...) poderão ser averiguados os abusos e excessos cometidos no exercício do direito de greve.

OPINIÃO - “ABUSOS E EXCESSOS” no exercício do direito de greve foram, de fato, COMETIDOS PELO SEPE, ao invadir prédio da administração pública, agredir, ameaçar e impedir o livre direito de ir e vir de funcionários, além da depredação e vandalismo amplamente divulgados no ato de ocupação. 

Tais atos SÃO PUNÍVEIS CRIMINALMENTE E DE FORMA INDIVIDUAL, ou seja, o SEPE sai ileso, mas os envolvidos RESPONDERÃO NA JUSTIÇA.

SEPE - Os dias parados serão descontados?
Em termos. O pagamento dos dias parados, via de regra, tem sido objeto de negociação durante a própria greve (...) Desta maneira, caberá em eventual ação judicial analisar a legalidade ou não dos descontos.

OPINIÃO – Quando julgada ILEGAL, o CORTE DO PONTO é permitido.

(…)

Como se pode analisar, a argumentação do corpo jurídico do SEPE é de uma fraqueza impressionante, denotando desprezo pela inteligência alheia – inclusive do jurídico municipal – ou uma descuidada confissão pública de incompetência.

Existe também a hipótese que quaisquer esforços argumentativos tenham sido suplantados pela exigência de dirigentes em encher tal declaração de plataformas politicas, desvirtuando assim uma eventual e correta linha argumentativa dos advogados – o que, conhecendo a sede de poder de seus líderes – não é nada improvável.

Resta agora a incômoda expectativa de que o corpo jurídico do município entre imediatamente em ação, levando à juízo o deboche e desprezo à Lei demonstrado pelo SEPE ao ignorarem uma determinação legal. 

Chamamos tal espera de “incômoda” pelo fato de nada ter sido noticiado pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cabo Frio, até o presente momento.

Deixarão passar tamanha chance?

Esperemos.


Walter Biancardine

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

SINDICATOS TENTAM GOLPE PARA DERRUBAR GOVERNO - SEPE SE DECLARA FORA DA LEI DESCUMPRINDO LIMINAR E FAZ CIDADE REFÉM DE SUAS VONTADES - PREFEITURA NÃO MOSTRA NENHUMA REAÇÃO


O que parecia inacreditável aconteceu: o SEPE, em assembleia considerada por eles superior à lei, decidiu continuar um dos mais vergonhosos e apelativos atos de politicagem já vistos na cidade.

Sem se importar com pais, alunos e a vida de milhares que, direta ou indiretamente, dependem de resultados escolares para mudar de colégio, mudar de cidade, fazer matrículas ou mesmo não ver o ano letivo de 2016 se estender até 2017, a facção politica a mando de candidatos colocou toda a população de Cabo Frio refém de suas ambições.

Em uma declaração arrogante, seus dirigentes afirmaram que “só a assembleia tem o poder de decidir os rumos da greve”, desafiando a Justiça e deixando claro que não cumprirão a lei de forma proposital – lei esta que, recentemente, juraram acatar, afirmando que “tinham o hábito de cumprir liminares”.

VANDALISMO CÍVICO
Com a clara intenção de promover baderna, sindicatos coligados – Saúde, Servidores Públicos – se uniram ao fora da lei SEPE mesmo sem terem salários atrasados: a intenção é apenas o transtorno na vida da cidade, ganhar manchetes e com isso – imaginam – votos.

Tal como planejado por seus mentores intelectuais, o grupo de sindicalistas manobrou suas categorias em paralisações injustificáveis, deixando a cidade sem atendimento médico às vésperas do carnaval e sem serviços de manutenção – varrição e etc – como chantagem contra o prefeito Alair Corrêa.

Assim, visando apenas manterem seus nomes em destaque até as eleições – e podem aguardar que, se a Lei não for acionada de forma dura, coisa muito pior virá – uma verdadeira quadrilha de bandidos fez uma cidade refém de seu desespero eleitoral.

FINGINDO DERRUBAR UM GOVERNO – O GOLPE FASCISTA
Como parte do plano de terror sindicalista e em uma atitude de ululante burrice, um egocêntrico e vaidoso professor protocolou na Câmara de vereadores um pedido de afastamento do prefeito Alair Corrêa. A burrice é clara: se Alair resolvesse sair – que fosse mesmo por renúncia – o movimento perderia seu “Judas” para bater e ficariam sem bandeira. Ou seja, tudo isso é jogo de cena, pois querem que o prefeito continue no cargo, servindo de alvo e apanhando, até outubro.

A atitude é de um golpismo evidente, fascista em seus métodos e segue a tradição da esquerda em seu jogo sujo político: “acuse os outros daquilo que você é ou faz”. Toda a gritaria contra governos - “fascista”, “ditatorial”, “golpista”, “não cumpre a lei” ou “desrespeita o cidadão” está sendo cometida por eles mesmos, sem esquecer um só item.

A auto promoção igualmente é escancarada pelo vaidoso professorzinho, ao publicar o “corajoso ato” em seu blog – ato este que, como ele próprio confessa, qualquer cidadão tem o direito de fazê-lo. Apenas devemos lembrar que nenhum cidadão ainda quis usar deste direito, e muito menos quase ninguém dispõe de uma mídia amiga e saudosa dos agrados oficiais, para cobrir sua medíocre bravura.

UM GOVERNO INERTE
Custa a crer que uma prefeitura que dispõe de quadros como Alfredo Gonçalves – conhecido por sua capacidade de gestão, postura política e pulso firme – José Facury, um negociador nato e que quase poderia unir árabes e judeus sob uma só bandeira, Paulo Henrique Corrêa – em plena atividade na Secretaria de Obras e cujo carisma desperta a imediata simpatia de qualquer um ou Jailton Nogueira, homem de iniciativa e de não se deixar intimidar por arreganhos de gente pseudo-importante – se encontre em tal estado de inércia.

Não fosse a atitude isolada de uma assessora de imprensa da Secretaria de Educação – Annelise Lobo – expedindo nota explicativa sobre as consequências da baderna sobre as matrículas e demais atos do ano letivo – um apelo louvável à sociedade, para que compreendam as implicações da irresponsabilidade sindical – e tudo teria se resumido ao silêncio e inação.

A Comunicação Social da prefeitura encontra-se fechada em copas, perdida sob uma supervisão de um interino pusilânime, desde a saída de Edinho Ferrô.

A quase totalidade dos quadros governamentais, com as exceções acima citadas e mais alguns poucos, aguarda as decisões do prefeito Alair Corrêa – um paradoxo, pois justamente pelo hábito da maioria de seus subordinados não acatarem nenhuma delas, ou fingirem que acatam, a situação chegou ao atual ponto de abuso.

Urge que o corpo jurídico da prefeitura ingresse na Justiça com o pedido de ilegalidade da greve, desobediência civil, abuso de direito e mesmo a denúncia criminal e prisão, contra dirigentes sindicais, por expor a vida de terceiros em risco, invasão de prédios públicos e depredação de patrimônio.

Mas para que isso aconteça, é preciso que o batalhão de subordinados a Alair se lembre que deve cumprir as ordens do Chefe do Executivo, tal como determinam suas funções.

Caso contrário será a luta de três sindicatos espúrios contra um só homem – mas que conta com a população, ainda, a seu lado.

Walter Biancardine


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

SEPE E SINDICAF – TUDO COMBINADO


Existem certas atitudes que não precisam sequer de distanciamento e frieza para serem analisadas, de tão óbvias que são.
Foi postado hoje nas redes sociais um áudio do SEPE, que explicita sua arrogância e afirma, com todas as letras, que NÃO OBEDECERÃO A LIMINAR JUDICIAL.
Segundo a inacreditável declaração – já que partiu de um sindicato de quem deveria dar bons exemplos - “quem decide se voltarão a trabalhar é a categoria, e não a Justiça”.
A evidente finalidade do descumprimento da liminar pelo SEPE é provocar ao máximo uma reação mais dura por parte da Justiça e do Governo.
A intenção, mais uma vez, é TORNAREM-SE VITIMAS, pois imaginam que isto será levantado como DISCURSO POLITICO NAS ELEIÇÕES.

A mentira: alegam "Sempre obedecer à Justiça", mas em menos de 24h anunciam sua decisão de desobedecer
Sai SEPE desmoralizado, entra Sindicaf -

Por outro lado e sequer sem estar com vencimentos atrasados, o Sindicaf – Sindicato dos Servidores Públicos de Cabo Frio – declarou-se em “estado de greve até sexta feira”, assim, repentinamente.
E por quê?
Porque tudo é combinado.
A doença corrosiva que contamina o SEPE sempre foi compartilhada com o Sindicaf – cujo principal líder igualmente possui ambições eleitorais – e a súbita e estapafúrdia decisão apenas comprova a manipulação dos trabalhadores, tangidos como gado nas mãos de dirigentes ambiciosos.
O Sindicaf entra na tentativa de protagonizar o cenário do caos, no momento em que o SEPE sofre vergonhoso desmascaramento diante de toda a sociedade, sendo alvo do repúdio da maioria absoluta de pais e alunos em Cabo Frio.
Sai o SEPE – desmoralizado – entra o Sindicaf.


O "estado de greve" foi decretado por ALGO QUE AINDA NÃO ACONTECEU

Ambição e egoísmo sem fim -

Tal como afirmamos desde o início dos tumultos, a intenção é manter até outubro o cenário de uma suposta revolta popular contra o governo – revolta esta que custou a reputação dos sindicalistas, quando DESMASCARADA POR NÓS E SOTERRADA PELA JUSTIÇA.
No momento da publicação desta matéria (segunda feira, 01/02, 15h) ainda não aconteceu a assembleia que, segundo o espúrio SEPE, é a única instância legítima para decidir se voltam a trabalhar ou não.
A decisão de desobedecer a lei é pública, explícita, dolosa e anunciada em blogs de dirigentes.



Veremos se tamanha soberania levará em conta o DEVER DE ACATAR A LEI.
Veremos se, em sua arrogância e egoísmo, se lembrarão de pais e alunos sem rumo, sem aula e sem perspectivas.
Veremos se o Sindicaf apostará suas fichas e reputação embarcando na MESMA FRAUDE, JÁ DESMASCARADA, PROVOCADA PELO SEPE.
Veremos o que fala mais alto: a Lei, o bem comum e a razão ou o ódio, a ambição política e o egoísmo.

UM SINDICATO QUE INFRINGE A LEI É SINDICATO DE QUÊ?


Walter Biancardine

domingo, 31 de janeiro de 2016

CRÔNICAS DE DOMINGO - O Sobrinho do Vereador



As mãos crispadas do vereador Reinaldo sobre a tribuna pontuavam seu discurso inflamado, naquela sessão da câmara, em pleno verão.

Vermelho, suando em bicas por cima de um terno desenxabido, vociferava imprecações contra uma indecência que, no seu entender, estava para ser permitida na sua Cabo Frio tão ciosa da moral e bons costumes:

- É o que eu digo, meus senhores! Essa autorização que a Prefeitura concedeu aos organizadores dessa Parada Gay só pode ser brincadeira! É brincadeira de mau gosto! Imaginem vocês indo às ruas com seus filhos, com suas crianças, e vendo esses anormais desfilando suas taras para todo mundo ver! Onde vamos parar? O que mais esse governo vai permitir?

Um cortejo de palmas secundou sua fala, animando-o. Enxugando-se com um lenço, prosseguiu:
- Todos aqui conhecem minha história! Sempre fui um cristão, temente ao Senhor Jesus; tenho minha família, minhas crianças e sou casado com a mesma mulher há 20 anos! E agora eu vou ter de aceitar que um afeminado divida as mesmas ruas que meu filhinho de nove anos e o contamine com seus costumes bizarros? Eu não sou homofóbico, mas morrerei tentando garantir meu direito de manter-me, a mim e minha família, longe de coisas que a Bíblia já diz que são antinaturais!

É próprio do povo confundir gritos com eloquência e por isso o vereador foi enormemente aplaudido, ao final de seu discurso. Saiu do plenário ovacionado, em êxtase pelo grande tento eleitoral que acabara de marcar contra seus adversários políticos, apressando-se a embarcar em seu carro, cujo motorista – seu sobrinho de 19 anos – mantinha a porta aberta para que ele entrasse.

Este sobrinho, verdade seja dita, já dera o que falar aos seus adversários. Acusaram o vereador de nepotismo ao empregar parentes na Câmara e mesmo na contestação de aliados havia maledicência, insinuando que o rapaz nem ao menos parente seria. O mote das críticas, entretanto, ainda era restrito ao suposto nepotismo e ao exacerbado moralismo de seu discurso, apontado por muitos como hipócrita e carola.

*    *    *

O vereador Reinaldo era um exemplo de sucesso para os cabofrienses: começara a vida pobre, vendendo picolé na praia, até que empregou-se em uma loja de materiais de construção. O dono, um senhor muito bondoso, logo reconheceu seus méritos e em pouco tempo fez do rapazola seu sub-gerente. Com a morte do comerciante, entretanto, o jovem Reinaldo viu-se obrigado a procurar outro emprego, já que os olhares inamistosos da viúva não recomendavam sua permanência por lá.

Em pouco tempo o rapaz já estava novamente empregado e, mais uma vez, sua dedicação e esforços o conduziram à uma ascensão meteórica em uma grande incorporadora e construtora, cujo dono patrocinou, inclusive, estudos e habilitação como corretor de imóveis.

E no ramo Reinaldo fizera sua fortuna, chegando a tal ponto de destaque na vida da cidade que lançar-se à uma candidatura na Câmara foi mera e natural consequência.

Por esta mesma época casara-se e agora, ao assumir o quinto mandato, não mudara a sua essência: benevolente, há dez anos criara uma ONG destinada a patrocinar os estudos e o desenvolvimento profissional de garotos pobres que, como ele, precisaram de ajuda no prepararem-se para a vida.

Todos eram diretamente aproveitados por suas empresas, mas o caso de Betinho era diferente: empregara-o na Câmara como seu assessor particular e motorista, coisa que muito desagradara alguns adversários egoístas e que nunca compreenderam o sentido da benemerência sem segundas intenções.

Agora, ainda suarento de seu discurso inflamado, pediu à Betinho ao volante:

- Acho que seria bom irmos para a chácara em Araruama...

E no mesmo banco de trás do seu carro importado, protegido pelos vidros negros impenetráveis, começara a desnudar-se revelando graciosa lingérie vermelha, de rendinhas.

*    *    *

Aquela vez, entretanto, não fora como as outras.

Reinaldo percebera o nítido distanciamento de Betinho – ensimesmado, frio, desanimado.

- O que está havendo? Te conheço, sei que tem algo errado, perguntou o vereador enquanto deitava sua cabeça sobre o colo do rapaz.

A revelação fez o político por-se de pé em um único salto: Betinho queria se casar. E com uma moça, que conhecera no cursinho.

- Mas como pode isso? Você já não tem sua moto, seu carro e até sua casa, que te dei? De papel passado e tudo? O que mais você quer? Isso não faz parte do nosso acordo!

O rapaz fincou o pé em sua decisão, acrescentando mesmo que resolvera se converter à religião de sua noiva – sim, noiva! - e que tudo entre eles deveria terminar ali, com Betinho ficando com tudo o que ganhara, obviamente, já que os bens estavam em seu nome.

- Traidor! Você é um traidor, berrava Reinaldo pelos corredores da ampla casa da chácara.

A discussão tomou o resto da noite, que deveria ser só de arrufos, e deixou um arrasado Reinaldo à porta de sua casa bem cedo, pela manhã. Sua mulher nem mais perguntava o que teria acontecido; há muito ela já compreendera que a vida de um político era mesmo assim – sem hora nem local, a política consome!

*    *    *

Purificado e salvo em nome de Jesus, Betinho resolvera não desapontar sua noiva e, como marco de uma nova vida, devolveria à Reinaldo todos os discos de DVD que gravaram. Já que o rapaz ficara com os bens, que ao menos seu antigo protetor se sentisse seguro dando um fim naqueles filmes, cujos principais personagens eram eles mesmos, e que mostravam toda a luxúria e depravação de suas noites juntos. Tanta devassidão não mais fazia parte da vida do agora crente Betinho, tornara-se um homem correto e Reinaldo que queimasse os discos, ao recebê-los.

Entretanto, por uma obra que certamente só poderia provir do Inimigo, o vereador encontrava-se no Rio de Janeiro, em viagem oficial, quando o correio bateu à porta de sua casa. Léa, sua esposa, atendeu e recebeu o pequeno volume empacotado, escrito com hidrocor por cima: “Para provar que não sou ingrato”. Tal frase, mesmo escrita por letra claramente masculina, provocaria a curiosidade de qualquer um – quanto mais a de sua mulher, que andava suspeitosa que o marido estivesse recebendo favores de empreiteiras da cidade.

Antes fosse suborno. Em choque, Léa foi hospitalizada com uma crise de hipertensão e o pacote de discos – agarrado firmemente por ela no momento da internação – foi parar nas mãos dos repórteres que por lá apareceram, alertados pelas solícitas auxiliares de enfermagem que tanto acusaram a entrada da esposa do vereador quanto a eles entregaram o embrulho.

*    *    *

Um estranho assalto à residência vitimou Betinho, com nove tiros na cabeça, à queima-roupa. O inquérito fora arquivado enquanto o vereador entregava metade de seus bens à ex-mulher e a outra metade à diversos segmentos da mídia local, a título de um acordo de cala-boca.

Graças as boas relações que ainda mantinha com o diretor do hospital, as enfermeiras envolvidas no caso tiveram seus contratos rescindidos, enquanto a admissão da viúva de Betinho era providenciada.

Reinaldo – agora apelidado de Gaynaldo pela oposição – ainda manteve-se como um calado e bastante ausente vereador até o fim da legislatura, quando retirou-se da política para dedicar-se à corretagem autônoma de imóveis, em Rio das Ostras.

Walter Biancardine

sábado, 30 de janeiro de 2016

IRRACIONALIDADE OU ORGULHO?


Em recente postagem após bloqueio de página nas redes sociais, o OPINIÃO conclamava ao SEPE que – obedecendo liminar – liberasse professores para que retornassem às suas atividades e encerrassem o ano letivo, desobstruindo assim a vida de milhares de pais e alunos da cidade.

Antes do bloqueio nas redes, criticávamos ferozmente este sindicato pela postura arrogante adotada em suas manifestações e exigências, sempre dificultando ao máximo a negociação.

Agora, com a notícia da liminar amplamente divulgada, recorrem ao expediente de “não terem sido notificados”, e que a decisão de voltar ou não ao trabalho será tomada em assembléia.

Puro orgulho de quem nada mais tem a argumentar, diante da derrota.
Puro jogo de cena, visando a aparência de superioridade – mesmo que isto implique em flagrante desobediência à uma determinação judicial e mais prejuízo á pais e alunos.

Para o SEPE, dinheiro não é problema: raciocinam, em desespero eleitoral, que mais vale pagar os R$50 mil reais/dia de multa do que dobrar o pescoço à Justiça e admitir a derrota.

Talvez o OPINIÃO tenha se excedido no peso dos adjetivos empregados contra o SEPE.
Mas acertamos em cheio no teor dos mesmos.
Afinal, um sindicato que age à margem da lei, é sindicato de quê?


Walter Biancardine

Como era mesmo a alegação que "SEMPRE OBEDECEMOS À JUSTIÇA"?
Igualmente, a porta-voz do sindicato afirmou que o SEPE "TEM PRÁTICA EM OBEDECER LIMINARES" - Basta ver nossas postagens anteriores.

JORNALISTAS


Existem dois tipos de jornalistas e um deles é o profícuo, que se maravilha com cada acontecimento do dia a dia e se deslumbra com o espetáculo da vida.
Também existe o cético.
Este último pouco escreve e é o desespero dos diagramadores, pois custa a crer que algo mereça ser notícia.
Mas quando, finalmente, tem seu entusiasmo revivido por algo demasiado fantástico, terrível ou maravilhoso, redige com tal envolvimento e empolgação que pode mudar o curso das coisas.
Um, enche as páginas da publicação em sua crônica do cotidiano.
Outro, pega carona na história para fazer seu jornal parte dela.
Walter Biancardine

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

JUSTIÇA DETERMINA O FIM DA GREVE DO SEPE



Espera-se agora de um sindicato representante daqueles que formam nossos filhos que, tal como alegadamente ensinavam buscar seus direitos nas greves, deem agora o exemplo de acatamento à lei cumprindo incondicionalmente sua determinação soberana, que rege à todos.

A arrogância de pretender-se acima de tudo e qualquer um sempre terminou como símbolo de fracasso. Que os mestres não cedam ao canto de soberba dos agitadores.

E que 2015 finalmente se encerre, atendendo assim as reivindicações e direitos de pais, alunos e população de Cabo Frio.

Walter Biancardine



VEJA A DECISÃO:

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Presidência do Tribunal de Justiça
Gabinete dos Juízes Auxiliares da Presidência

(…) da tutela na forma requerida, diante do estado de greve, a fim de que haja o
retorno de TODOS OS SERVIDORES para as atividades relacionadas ao
serviço de educação prestado pelo Município, a partir do dia 01/02/16 e até o
dia 16/02/16, com vistas ao regular encerramento do ano letivo, obedecendo às
diretrizes legais e plano pedagógico regular do ano letivo de 2015, conforme a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Assinale-se que os demais pleitos antecipatórios serão
apreciados oportunamente.

Assim, defiro a antecipação pretendida para determinar:
1. O retorno de TODOS OS SERVIDORES para
as atividades relacionadas ao serviço de educação prestado
pelo Município, a partir do dia 01/02/16 e até o dia 16/02/16,
sob pena de configuração de abuso de direito, na forma do art.
14 da Lei 7.783/89, e de multa diária de R$50.000,00
(cinquenta mil reais), sem prejuízo das sanções e
responsabilizações cabíveis, com vistas ao regular
encerramento do ano letivo, obedecendo às diretrizes legais e
plano pedagógico regular do ano letivo de 2015, conforme a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB);

(…)

3. Intime-se o Sindicato, mediante
representantes com poderes para transigir e devendo
apresentar pauta de reivindicações;

CHAMANDO AO ENTENDIMENTO



Os recentes bloqueios das páginas do Opinião e do SEPE – Lagos nas redes sociais devem ser vistos e interpretados sob a ótica da racionalidade.

Excessos foram cometidos por AMBOS OS LADOS nas postagens e, maior parte das vezes, por partidários de uma ou outra visão dos movimentos grevistas, que recheavam as páginas de comentários dignos de quem sente-se seguro atrás de uma tela de computador.

O Opinião mantém sua convicção de que os excessos praticados nas redes foram uma consequência natural do exagero e intolerância do sindicato, em suas manifestações. Deve-se ter em mente que uma organização representativa de uma categoria exige de seus dirigentes uma postura condizente, e que a quebra desta espécie de liturgia torna-se a senha da baderna, para os exaltados.

O Opinião se vale do clamor dos sindicalistas – que acusam o governo de não negociar – para propor ao mesmo uma negociação no campo das ideias: que se abstenham da paralisação, uma vez que os salários foram pagos e o parcelamento de 13º não pode sustentar uma greve.

Igualmente propomos – valendo-nos da propalada “coesão” entre seus membros e simpatizantes – que cessem as agressões virtuais de ambos os lados, restringindo-nos tão somente às demandas trabalhistas pelo SEPE e ao noticiário moderado, pelo Opinião. Mas lembramos que, tal como o sindicato levanta suas queixas de maneira opinativa à mídia que o assiste, igualmente resguardamos nosso direito de sempre criticar a partidarização do movimento, no mesmo tom.

Isso posto e tendo como meta o fim dos movimentos que transtornam a vida da cidade, reiteramos nosso chamamento à razão para que reconsiderem uma greve, que tanto mal já causou, e cujas únicas justificativas aceitáveis estão, no momento, satisfeitas.

Finalizando, apelamos aos que acreditam – tanto nos artigos do Opinião quanto nos movimentos do SEPE – que se abstenham de, com comentários prejudiciais em redes sociais, privar uma ou outra parte desta importante ferramenta de divulgação.


Walter Biancardine

DE VOLTA AO FACEBOOK

Facebook finalmente de volta.
24 horas de castigo, punido por algo que sequer sei o que foi, provavelmente motivado por denúncia infundada de alguém.
E agora cabem aqui algumas considerações sobre a página do SEPE - Lagos, que foi RETIRADA do ar: a minha me impediu de postar, curtir, mandar mensagens ou compartilhar o que fosse, mas permaneceu visível.
A do SEPE simplesmente saiu de cena - o que não considero uma intervenção do Facebook.
Creio que existam exaltados de ambos os lados: do SEPE, que chegam ao ponto de ofender a pessoa do prefeito, sua filha e desejar sua morte, bem como do lado dos que defendem a ordem, que igualmente - e em tese - poderiam ter feito algo no sentido de retirar a página do ar.
Que a minha particular e a do Jornal OPINIÃO foram BLOQUEADAS POR OPOSITORES, não resta dúvida.
E mesmo que eu suspeite que a página do SEPE tenha sido retirada do ar POR ELES MESMOS, ainda assim dou o benefício da dúvida e apelo para que o debate continue no campo das idéias.
Walter Biancardine

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

OPINIÃO TIRADO DO AR NO FACEBOOK POR OPOSICIONISTAS

Em uma atitude frouxa, típica dos que perderam a capacidade de argumentar mas se recusam a admitir a derrota, oposicionistas de Cabo Frio bloquearam a página do OPINIÃO no Facebook.
Mesmo a página pessoal de seu editor está, igualmente, bloqueada e assim vemo-nos temporariamente impedidos de usar esta importante ferramenta de divulgação.

Entretanto, sempre devemos extrair lições dos percalços da vida: mesmo atitudes típicas de ratos carreiristas ou covardes podem nos mover a reconsiderar decisões que, hoje, vimos serem equivocadas - e uma delas foi a paralisação do OPINIÃO através dos blogs, restringindo-nos às redes sociais.

A partir de agora o OPINIÃO volta a ser publicado, simultaneamente, em seu espaço blogger, no Twitter @opiniaoblog e também no Facebook.

Afinal, vovó já dizia que não devemos guardar todos os ovos num mesmo cesto.


COVARDES NÃO DEBATEM: HACKEIAM

Em mais uma prova da covardia oposicionista, a página do OPINIÃO foi bloqueada no Facebook nesta quinta feira, 28 de janeiro.
Ao invés de uma resposta da oposição, apenas o silêncio covarde em toda sua mídia - e o ataque contra o jornal.
Pouco importa, pois o que deputados pagam para eles fazerem, o OPINIÃO rebate de graça, apenas pela certeza de estar cumprindo sua missão de VARRER ESTA CORJA DA POLÍTICA CABOFRIENSE.

NÃO SE DEIXE ENGANAR! TUDO É QUESTÃO DE GANHAREM VOTOS EM OUTUBRO!


QUEM FINANCIA A BADERNA?


A HIPOCRISIA SINDICAL

Em seus artigos de convocação, sempre falam em "LUTA", "SACRIFÍCIO" e "FOME". Pois é...


SEPE – O TRISTE FIM DE UM SINDICATO


Não devemos esticar demais a corda, sob pena de arrebentá-la. E foi o que aconteceu com o SEPE – Lagos, desde o início de sua existência contaminado por agitadores interessados em candidaturas e servindo a interesses políticos.
Quem acompanha o OPINIÃO já está cansado de ler sobre esta entidade espúria, a qual batizamos de SINDICATO DE BANDIDOS apontando única e exclusivamente seus dirigentes.
Os excessos praticados, a arrogância da postura de seus líderes e a clara intenção de nada ajudar seus associados e sim promover candidaturas, esvaziaram o movimento.
A derrota foi clara e todos viram: a Prefeitura pagou os salários no dia em que afirmou que poderia pagar, o 13º está sendo depositado em parcelas conforme determinado e, no frigir dos ovos, os únicos prejudicados foram pais e alunos, que ficaram sem suas notas e impossibilitados de tocar a vida adiante.
Uma triste e patética procissão – a qual os únicos presentes que não eram dirigentes foram os motoristas dos carros, presos no engarrafamento que propositalmente provocaram na ponte – foi criada de última hora apenas com o objetivo de disfarçar a surra definitiva em seus diretores, um velório melancólico do movimento que nada beneficiou seus associados, colocou a opinião pública contra eles e destruiu o ano de milhares de alunos – um verdadeiro tiro no pé.
Postagens em redes sociais mostram claramente que a população perdeu a paciência com a arrogância de Denises, Olneys e Rafaéis da vida – pequenos e caricatos retratos municipais de todo o horror que assistimos pela TV, vindo de Brasília.
Pais, alunos e cidadãos exigem os boletins, querem seguir a vida adiante e perceberam claramente que as constantes greves, paralisações, panelaços e “gracinhas” não visavam as causas justas dos mestres, mas apenas seus umbigos famintos.
E o arremate patético de todo este pastelão encontramos em blogs de dirigentes-professores que, tal como esquizofrênicos alienados da realidade, clamam ridiculamente por vitória – os 36 diretores que venceram uma Prefeitura e 200 mil habitantes, segundo eles.
Cabe agora aos verdadeiros professores - a absoluta maioria - se reunirem para formalizar uma outra entidade representativa, expurgada do câncer da politicagem e dos interesses eleitorais proibindo que, em seus quadros dirigentes, existam elementos sob filiação partidária ou notória atuação política.
O SEPE está morto, o cadáver já começa a cheirar e os verdadeiros mestres não podem ficar sem uma entidade – desta vez legítima – que os represente.
Mas os alunos ainda exigem seus boletins.
Walter Biancardine

E A CULTURA, FICOU TUDO ÓTIMO DE REPENTE?


(Publicado originalmente no Facebook em 25/10)

O Opinião está merecendo o troféu "Bola de Cristal" do ano, por estar acertando mais apostas que aquele deputado sem vergonha que "Deus ajudou" e ganhou 37 vezes na Mega Sena.
Tal como escrevemos pouco tempo atrás, com a posse de Alfredo Gonçalves frente à Secretaria de Cultura de Cabo Frio, em um passe de mágica os revoltadíssimos chorões da cultura se calaram.
É a prova definitiva que todo o imbróglio envolvendo a pasta se tratava, na verdade, de uma velha alcoviteira com sua soberba vaidade ofendida, de um guarda municipal desesperado para retornar ao "céu" ao qual se acostumou - rodeado de frases feitas e conceitos falidos, os quais acha chiquérrimo em sua nenhuma base - e de mais uns três ou quatro gatos pingados ansiosos por recuperarem suas possibilidades de vantagens indevidas.
Resumindo: recalque de uma, inveja e desespero financeiro de outros.
Como quem paria a discórdia era a recalcada, tão logo a razão de sua luxúria oculta deixou o cargo, a gasolina para seus incêndios igualmente acabou.
E seus "cultíssimos" e "legítimos" expoentes da cultura nativa naufragaram em suas próprias insignificâncias.
Resta agora apenas "indignarem-se" com a gestão passada.
Patético e previsível...

ONDE ESTAVA O SEPE?


ONDE ESTAVA O SEPE, PARA PROTESTAR CONTRA A LEI QUE TIROU O PÃO DE SUAS BOCAS, PROFESSOR?
Alguma passeata? NÃO.
Algum protesto? NÃO.
Ao menos uma nota de repúdio? NÃO.
E por quê? PORQUE PODERIA BENEFICIAR ADVERSÁRIOS POLÍTICOS DE SEUS PATROCINADORES.
NÃO SEJA USADO POR ESSA GENTE!

O TEMPO É SENHOR DA RAZÃO -

(Matéria publicada originalmente no Facebook em 25/01)

No passado denunciamos que o protesto solitário de uma "rapper", igualmente acampada em frente a Prefeitura, era uma peça de propaganda política. 
Muitos negaram, se irritaram, mas o tempo mostrou a verdade.
E VOCÊ, PROFESSOR? VAI SER USADO DO MESMO MODO?