sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

OBRA PRIMA DO CINISMO


Uma impressionante peça dramática – é o melhor que podemos dizer – foi publicada em blog de dirigente e ativista partidário do SEPE, visando atingir o sentimento do leitor.

Sem nenhum argumento consistente, adota descaradamente a tática de vitimização e acusa o governo municipal de agir exatamente da maneira que o próprio SEPE age: jogando sujo.

A tal ponto chega o descaramento que o referido rapaz declara-se “surpreso” com o “prematuro acirrar de ânimos”, cujo protagonista é a própria entidade que ele defende. 

Prematuro? Há meses este sindicato promove badernas e paralisa a cidade, espalha o terror invadindo prédios públicos, realiza verdadeira patrulha ideológica nas redes sociais – unindo-se em bandos para achincalhar qualquer um que não concorde com os métodos do sindicato – e se vale do desrespeito, deboche e nenhuma disposição para negociar como armas de divulgação de candidaturas.

Surpreso com o que eles próprios iniciaram? Só pode ser deboche ou cinismo!

Em seu rosário de auto-vitimização não poderia faltar a propaganda politica – objetivo número um de todo esse transtorno que envolveu a cidade: chora pelo “coitado” Janio Mendes, tio de sua esposa e, tal como ele, do PDT, denunciando uma suposta campanha contra seu protetor e padrinho de candidatura.

Acusa os “coladores de cartazes” de serem “burros” por agirem perto de câmaras de segurança e facilitarem a identificação dos autores. 

Ora vejam só! Isso quer dizer que, nas ilegalidades que o SEPE ou ele próprio eventualmente poderiam cometer, os cuidados seriam maiores? Seriam eles “profissionais do jogo sujo”?

Pior: sequer tem a honestidade intelectual de admitir que quem pratica um ato à vista de todos, provavelmente está convicto do que faz, e não à mando de ninguém. 

Aquele que colou cartazes – ainda que seja uma forma primária de protesto – certamente está enojado com as atitudes do deputado e de seus seguidores. Tão enojado que pouco se importa que saibam quem é.

Conclui o rapaz – em sua obra prima de cinismo ou esquizofrenia – que atos assim denotam “o crescimento dos oponentes ao governo” e o “avanço da pré candidatura de Janio”. Ora essa! Mas o movimento não era distante da politica, como sempre teimam em dizer?

No mais e para concluir a dissecação de tão primário atestado de imaturidade, pavoneia-se o menino clamando que “o SEPE avança largamente nos braços da população”. 

Nem sabemos se vale a pena comentar tal coisa. 

Talvez seja bom perguntar aos milhares de pais e alunos, cujas vidas particulares, decisões pessoais, mudanças de cidade, de escola ou o simples desejo de saber se passaram de ano se tornaram reféns de uma enorme e perversa máquina de propaganda eleitoral.

É justamente devido a este tipo de dirigentes que o SEPE perdeu o respeito da população e virou sinônimo de transtorno em Cabo Frio.

Que haja uma reflexão por parte daqueles que comandam a entidade. 

Que reflitam sobre os prejuízos que a imposição de bandeiras eleitorais causa em toda a população, e que retornem às finalidades inerentes à organização: defender seus filiados e compreender que só existe uma força de trabalho pelo fato de alguém pagá-la.

Matar a mão que o alimenta é uma atitude cinematográfica e eleitoralmente espetacular.

Mas é pura burrice, paga pelo povo.


Walter Biancardine