Uma impressionante
peça dramática – é o melhor que podemos dizer – foi publicada
em blog de dirigente e ativista partidário do SEPE, visando atingir
o sentimento do leitor.
Sem nenhum argumento
consistente, adota descaradamente a tática de vitimização e acusa
o governo municipal de agir exatamente da maneira que o próprio SEPE
age: jogando sujo.
A tal ponto chega o
descaramento que o referido rapaz declara-se “surpreso” com o
“prematuro acirrar de ânimos”, cujo protagonista é a própria
entidade que ele defende.
Prematuro? Há meses este sindicato promove
badernas e paralisa a cidade, espalha o terror invadindo prédios
públicos, realiza verdadeira patrulha ideológica nas redes sociais
– unindo-se em bandos para achincalhar qualquer um que não
concorde com os métodos do sindicato – e se vale do desrespeito,
deboche e nenhuma disposição para negociar como armas de divulgação
de candidaturas.
Surpreso com o que
eles próprios iniciaram? Só pode ser deboche ou cinismo!
Em seu rosário de
auto-vitimização não poderia faltar a propaganda politica –
objetivo número um de todo esse transtorno que envolveu a cidade:
chora pelo “coitado” Janio Mendes, tio de sua esposa e, tal como
ele, do PDT, denunciando uma suposta campanha contra seu protetor e
padrinho de candidatura.
Acusa os “coladores
de cartazes” de serem “burros” por agirem perto de câmaras de
segurança e facilitarem a identificação dos autores.
Ora vejam só!
Isso quer dizer que, nas ilegalidades que o SEPE ou ele próprio
eventualmente poderiam cometer, os cuidados seriam maiores? Seriam
eles “profissionais do jogo sujo”?
Pior: sequer tem a
honestidade intelectual de admitir que quem pratica um ato à vista
de todos, provavelmente está convicto do que faz, e não à mando de
ninguém.
Aquele que colou cartazes – ainda que seja uma forma
primária de protesto – certamente está enojado com as atitudes do
deputado e de seus seguidores. Tão enojado que pouco se importa que
saibam quem é.
Conclui o rapaz –
em sua obra prima de cinismo ou esquizofrenia – que atos assim
denotam “o crescimento dos oponentes ao governo” e o “avanço
da pré candidatura de Janio”. Ora essa! Mas o movimento não era
distante da politica, como sempre teimam em dizer?
No mais e para
concluir a dissecação de tão primário atestado de imaturidade,
pavoneia-se o menino clamando que “o SEPE avança largamente nos
braços da população”.
Nem sabemos se vale a pena comentar tal
coisa.
Talvez seja bom perguntar aos milhares de pais e alunos, cujas
vidas particulares, decisões pessoais, mudanças de cidade, de
escola ou o simples desejo de saber se passaram de ano se tornaram
reféns de uma enorme e perversa máquina de propaganda eleitoral.
É justamente devido
a este tipo de dirigentes que o SEPE perdeu o respeito da população
e virou sinônimo de transtorno em Cabo Frio.
Que haja uma
reflexão por parte daqueles que comandam a entidade.
Que reflitam
sobre os prejuízos que a imposição de bandeiras eleitorais causa
em toda a população, e que retornem às finalidades inerentes à
organização: defender seus filiados e compreender que só existe
uma força de trabalho pelo fato de alguém pagá-la.
Matar a mão que o
alimenta é uma atitude cinematográfica e eleitoralmente
espetacular.
Mas é pura burrice, paga pelo povo.
Walter Biancardine