Em reunião
realizada nesta sexta feira a noite, o prefeito Alair Corrêa
anunciou que vai concorrer a reeleição como prefeito de Cabo Frio.
O anúncio – que
pegou desprevenido até mesmo apoiadores mais próximos –
certamente desequilibra as contas dos atuais candidatos da oposição,
que não esperavam enfrentar o reconhecido cacife eleitoral de Alair.
Em seu discurso,
Alair agradeceu a coragem daqueles que se mantém firmes em seu apoio
– inclusive nas redes sociais – e disse que, por conta das graves
dificuldades financeiras, nenhum outro prefeito havia sido tão
combatido e criticado quanto ele:
- Só uma oposição
louca desperdiçaria as consequências administrativas de uma
prefeitura que, do dia pra noite, perde 50 milhões de reais em seu
orçamento daquele mês. O resultado é que estou sendo massacrado
nas redes sociais, mas por outro lado pude constatar o quanto me
defendem e apoiam, disse ele. E completou:
- Me recolhi, pois
precisava me dedicar exclusivamente a administrar o caos que se
transformou nossos encargos diante de um dinheiro cada vez menor. Não
tratei de candidaturas, apoios, nada, e isso fez que a oposição
pensasse que eu houvesse desistido. Não há como desistir quando temos uma missão a completar e nos
damos conta de tanta gente que nos ama, que nos apoia, que entende os
sacrifícios que temos feito. Em outubro, eles vão ter de me
enfrentar, exclamou, entusiasmado.
Pensando friamente
Na verdade, qual
louco gostaria de ser prefeito em uma cidade quebrada? E por quê?
Essas perguntas, a
oposição não responde.
As razões da recusa
são idênticas as de um sindicato que se recusou a gerir as verbas
do FUNDEB, conforme Alair propôs – sabem que é inviável.
Do mesmo modo, fogem
apavorados quando se ventila a hipótese de imaginarmos que um outro
administrador – sem os 40 anos de traquejo de Alair – estivesse a
frente da administração da cidade em um momento emergencial como
esse.
Algum dos pretensos
pré candidatos teria algum truque, que multiplicasse dinheiro?
Algum deles
conseguiria efetuar mais cortes ainda nas despesas, sem que isso
significasse prejuízo ao cidadão? Não, pois não existe mágica.
O fato é um só:
Alair não fechou nenhuma escola. Não fechou nenhum hospital. Não
deu calote em ninguém – atrasou sim, mas não declarou o famoso
“Estado de Emergência Financeira” o qual recorreu Teresópolis,
recentemente.
Além disso, cortou na própria carne e reduziu as
secretarias ao número miserável de apenas 9 pastas. As receitas
caíram, e não foi 10 ou 20 por cento. Foram absurdos e inviáveis
90% de perdas, que teriam feito qualquer outro chefe do Executivo
entregar o abacaxi para outro descascar ou, pelo menos, enlouquecer.
Diante de um
implacável plano de cargos e salários – que mesmo nos tempos de
fartura já inviabilizaria a folha, já que foi feito com o único
objetivo de ser um calo no sapato de Alair – e de uma despesa já
enxugada ao máximo, é quase uma desfeita imaginar que qualquer
outro prefeito em seu lugar teria se saído melhor.
Estamos no meio de
uma das piores tempestades já enfrentadas por esta cidade.
É hora de deixarmos
nosso Capitão entregar seu navio e passageiros – sãos e salvos –
em bom e seguro porto.
Walter Biancardine