Hoje é sexta feira,
fim de semana que chega e momento de tirar dos ombros a pesada
mochila das batalhas cotidianas.
Porém, ao contrário
de tantas outras, percebe-se nesta um estranho e pesado silêncio –
calmaria após as tempestades, dirão os otimistas. Ou a quietude que
prenuncia tormentas, segundo os pessimistas – silêncio
grávido, cujo rebento é fruto de grande e duradoura
interrogação.
Paira nos ares a tensão surda, indefinível, inquietante e que nos
faz temer respostas tanto quanto a malícia dos que perguntam,
posto que – ultimamente – nada parece acontecer de forma
aleatória e inocente.
É o silêncio
ensurdecedor, que confunde bússolas e angustia os homens.
Se nada pode ser
feito, algo há de ser dito.
O silêncio adormece
os corações.
Walter Biancardine