EDITORIAL – UM POBRE ESBOÇO DE ESTRATÉGIA -
Aos poucos, uma
atônita e desorientada oposição tenta se recompor e traçar uma
estratégia contra o surpreendente anúncio do prefeito Alair Corrêa,
que afirmou ser pré candidato em outubro.
Sem obedecer
orientações superiores, Moacir Cabral largou na frente e esboçou
uma tímida contestação, qualificando a decisão de Alair como
“cortina de fumaça” feita apenas para puxar votos para seus
aliados, na vereança.
Com a demora dos
“chefões” em orientar seus subordinados, o blogueiro Rafael
Peçanha resolveu falar também e seguiu os argumentos de Cabral,
acrescentando infantilmente – como é próprio de sua imaturidade –
um banal “desafio” ao prefeito, “apoiando” sua decisão pois
quer vê-lo ser “massacrado nas urnas”.
Correndo por fora, o
também blogueiro Chicão julgou os argumentos de Cabral como válidos
e publicou sua concordância com os mesmos.
Ora, tal argumento é
de uma estupidez monolítica: quer dizer então que Alair, 46 anos de
vida pública, 4 mandatos de prefeito, ex-deputado e único político
a se reeleger tantas vezes como chefe do Executivo transformou-se em
“cabo eleitoral de luxo”, segurando faixa para atrair votos para
seus aliados?
É nivelar a
inteligência dos cabofrienses á altura de tamanduás; ainda mais
acrescentando a insinuação que tal “estratégia” seria sua
“sobrevivência no poder”. Sem querer, Cabral e os que
enveredaram na mesma toada assinaram recibo de que – eles sim –
raciocinam como o focinhudo bichinho.
Em termos mais
cotidianos, o principal tema que julgam ser o “ponto fraco” da
atual gestão são suas dificuldades financeiras. Tentam substituir a
crise – criada pela roubalheira de seus superiores partidários e
ideológicos – por uma suposta “incompetência” do prefeito no
trato com a coisa pública.
Ora, aquilo que
erradamente escolheram para bater é justamente o ponto onde Alair
mais pode se orgulhar: mesmo com uma inacreditavelmente brutal queda
de 90% na arrecadação – em termos empresariais, levaria à
demissão em massa, falência e caos até mesmo poderosas
multinacionais – nenhuma escola foi fechada; mesmo estabelecimentos
de ensino do nível médio, que não são obrigações municipais,
permaneceram sob a tutela da cidade e com o pedido explícito do
SEPE/Lagos, ainda que travestido em mais um “protesto”.
Na área da saúde,
igualmente nenhuma baixa foi registrada – pelo contrário, tivemos
a total reformulação do HCE, reaparelhado e substituindo com folga
o verdadeiro presente de grego chamado UPA, maliciosamente plantado
por intragável desafeto político, Sérgio Cabral. O sistema de
saúde de Cabo Frio não só permanece ileso como continua sendo o
principal responsável pelo atendimento de pacientes oriundos de
todas as cidades da vizinhança.
Quanto ao pagamento
de salários, estão todos quitados. Atrasos sim, constantes, mas
considerando que municípios vizinhos simplesmente demitiram – o
jornal O Globo, em matéria deste domingo, afirma que até
concursados foram exonerados pela crise em cidades vizinhas –
devemos ter em mente que Alair conseguiu verdadeiras mágicas, no
sentido de preservar empregos. (ver http://oglobo.globo.com/economia/queda-nos-royalties-do-petroleo-gera-crise-nas-cidades-do-rio-18766686?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar )
Mesmo com a brutal
redução da máquina administrativa, ou até por causa disto –
apenas 9 secretarias subsistem – eventuais falhas e deficiências
acontecem. É o que resta para a oposição criticar: uma coleta de
lixo que não houve, um buraco na rua sem reparos ou mesmo a ausência
de Guardas Municipais em acontecimentos pontuais.
Agora é a hora de
invertermos o infantil desafio do rapaz blogueiro: poderiam eles
conseguir tudo o que Alair conseguiu e ainda fazer melhor? Pois que
tracem uma estratégia realista, válida e decente, e nos convençam,
então.
Prometer é fácil.
Falar besteiras, mais ainda.
Walter Biancardine