domingo, 28 de fevereiro de 2016

EDITORIAL – UM POBRE ESBOÇO DE ESTRATÉGIA -



EDITORIAL – UM POBRE ESBOÇO DE ESTRATÉGIA -

Aos poucos, uma atônita e desorientada oposição tenta se recompor e traçar uma estratégia contra o surpreendente anúncio do prefeito Alair Corrêa, que afirmou ser pré candidato em outubro.

Sem obedecer orientações superiores, Moacir Cabral largou na frente e esboçou uma tímida contestação, qualificando a decisão de Alair como “cortina de fumaça” feita apenas para puxar votos para seus aliados, na vereança.

Com a demora dos “chefões” em orientar seus subordinados, o blogueiro Rafael Peçanha resolveu falar também e seguiu os argumentos de Cabral, acrescentando infantilmente – como é próprio de sua imaturidade – um banal “desafio” ao prefeito, “apoiando” sua decisão pois quer vê-lo ser “massacrado nas urnas”.

Correndo por fora, o também blogueiro Chicão julgou os argumentos de Cabral como válidos e publicou sua concordância com os mesmos.

Ora, tal argumento é de uma estupidez monolítica: quer dizer então que Alair, 46 anos de vida pública, 4 mandatos de prefeito, ex-deputado e único político a se reeleger tantas vezes como chefe do Executivo transformou-se em “cabo eleitoral de luxo”, segurando faixa para atrair votos para seus aliados?

É nivelar a inteligência dos cabofrienses á altura de tamanduás; ainda mais acrescentando a insinuação que tal “estratégia” seria sua “sobrevivência no poder”. Sem querer, Cabral e os que enveredaram na mesma toada assinaram recibo de que – eles sim – raciocinam como o focinhudo bichinho.

Em termos mais cotidianos, o principal tema que julgam ser o “ponto fraco” da atual gestão são suas dificuldades financeiras. Tentam substituir a crise – criada pela roubalheira de seus superiores partidários e ideológicos – por uma suposta “incompetência” do prefeito no trato com a coisa pública.

Ora, aquilo que erradamente escolheram para bater é justamente o ponto onde Alair mais pode se orgulhar: mesmo com uma inacreditavelmente brutal queda de 90% na arrecadação – em termos empresariais, levaria à demissão em massa, falência e caos até mesmo poderosas multinacionais – nenhuma escola foi fechada; mesmo estabelecimentos de ensino do nível médio, que não são obrigações municipais, permaneceram sob a tutela da cidade e com o pedido explícito do SEPE/Lagos, ainda que travestido em mais um “protesto”.

Na área da saúde, igualmente nenhuma baixa foi registrada – pelo contrário, tivemos a total reformulação do HCE, reaparelhado e substituindo com folga o verdadeiro presente de grego chamado UPA, maliciosamente plantado por intragável desafeto político, Sérgio Cabral. O sistema de saúde de Cabo Frio não só permanece ileso como continua sendo o principal responsável pelo atendimento de pacientes oriundos de todas as cidades da vizinhança.

Quanto ao pagamento de salários, estão todos quitados. Atrasos sim, constantes, mas considerando que municípios vizinhos simplesmente demitiram – o jornal O Globo, em matéria deste domingo, afirma que até concursados foram exonerados pela crise em cidades vizinhas – devemos ter em mente que Alair conseguiu verdadeiras mágicas, no sentido de preservar empregos. (ver http://oglobo.globo.com/economia/queda-nos-royalties-do-petroleo-gera-crise-nas-cidades-do-rio-18766686?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar )

Mesmo com a brutal redução da máquina administrativa, ou até por causa disto – apenas 9 secretarias subsistem – eventuais falhas e deficiências acontecem. É o que resta para a oposição criticar: uma coleta de lixo que não houve, um buraco na rua sem reparos ou mesmo a ausência de Guardas Municipais em acontecimentos pontuais.

Agora é a hora de invertermos o infantil desafio do rapaz blogueiro: poderiam eles conseguir tudo o que Alair conseguiu e ainda fazer melhor? Pois que tracem uma estratégia realista, válida e decente, e nos convençam, então.

Prometer é fácil. Falar besteiras, mais ainda.



Walter Biancardine