A greve do SEPE já
tem data e hora para acabar: zero hora do dia 02 de outubro de 2016,
dia das eleições municipais em todo o Brasil e, é claro, em Cabo
Frio – onde o sindicato espera emplacar alguns de seus dirigentes
como vereadores ou, no mínimo, angariar votos suficientes para
garantir um bom cargo ou posição de poder e influência na
administração municipal.
Publicamos ontem que
os dirigentes do mais espúrio dos sindicatos teriam tomado algum
tipo de calmante para terem sido tão compreensivos, educados e
cordatos com o homem que, apesar de seus mais de 70 anos, xingavam
não só a ele mas sua família também até o dia anterior.
Alair teve seu gesto de boa vontade. Procurou o diálogo, mostrou as contas, explicou as dificuldades e impossibilidades. Entre quatro paredes, dirigentes foram compreensivos e reconheceram o aperto passado pelo município. Mas esta compreensão funcionaria em uma assembleia repleta de militantes sedentos de sangue?
Alair teve seu gesto de boa vontade. Procurou o diálogo, mostrou as contas, explicou as dificuldades e impossibilidades. Entre quatro paredes, dirigentes foram compreensivos e reconheceram o aperto passado pelo município. Mas esta compreensão funcionaria em uma assembleia repleta de militantes sedentos de sangue?
Falhou. Ainda que
tenha havido uma boa vontade real do SEPE, o mesmo agora é
prisioneiro do monstro que criou, a turba inflamada das assembleias,
que não aceitará nada menos que a cabeça de Alair em uma bandeja
de prata.
O SEPE não pode
viver sem a greve. Não pode viver sem os holofotes que a mídia
amiga – composta igualmente de candidatos – dirige a eles. Não
pode se dar ao luxo de entrar em um acordo e dispensar o precioso
palanque eleitoral, que sangrará pais e alunos de Cabo Frio por todo
ano de 2016 até que cheguem as eleições e suas ambições sejam
satisfeitas.
Talvez já tenhamos
gasto linhas e páginas demais com semelhante ajuntamento de
desqualificados.
É hora de parar de
falar neste sindicato de bandidos, de dar o cartaz que tanto querem.
Chega de SEPE. E que
pais e alunos se lembrem de quem os deixou sem aulas, sem esperanças
e sem o direito de tocar a vida adiante.
Greve que nunca
acaba: o palco do eterno comício do SEPE.
Walter Biancardine