sexta-feira, 31 de agosto de 2012



CORAGEM DE MINISTRO DO STF SURPREENDE DITADURA PETISTA
Finalmente, vozes importantes começam a contestar o socialismo de vitrine

Até então distante do julgamento do mensalão, o Palácio do Planalto recebeu com surpresa a afirmação feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, de que um projeto de lei foi alterado propositalmente para beneficiar alguns dos réus da ação penal. A postura de Britto gerou desconforto em integrantes da cúpula do governo.
A afirmação de Ayres Britto sobre a mudança na legislação para influenciar o julgamento foi feita na quinta-feira, quando ele votou pela primeira vez no caso. Avaliação reservada de integrantes do Planalto é de que Ayres Britto passou por cima da autonomia do Poder Legislativo e ainda criou constrangimentos ao Poder Executivo, já que o autor da lei em questão é o atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.
Para um interlocutor da presidente Dilma Rousseff, Ayres Britto usou palavras fortes e com isso criou um atrito entre os três poderes. O presidente do STF chegou a afirmar que a manobra “é um veemente, desabrido, escancarado” atropelo à Constituição. A lei em questão deu nova regulação para os repasses do “bônus-volume”, que são comissões que as agências recebem das empresas de comunicação como incentivo pelos anúncios veiculados.
No processo do mensalão, a Procuradoria Geral da República acusou uma empresa de Marcos Valério de ficar com R$ 2,9 milhões de bônus que, por contrato, deveriam ser devolvidos para o Banco do Brasil. Pela nova lei sancionada pelo ex-presidente Lula, essa prática passa a ser legal.

(Fonte: G1)

Opinião do OPINIÃO:
Um Congresso subserviente cuja única função é mendigar graças do Governo Federal não pode ser atropelado por outros poderes. Atropela-se a si mesmo, em sua ânsia servil.
Dez anos no poder deram uma incontestável arrogância aos stalinistas que pretendem nova ditadura tupiniquim, e apenas este foi o motivo da surpresa: ao longo dos anos e por conta de uma regra absurda, o Planalto acostumou-se a ter pupilos nas cadeiras da mais alta Corte de Justiça do país, nomeados pela benemerência – e esperando retorno em favores – da Presidência da República.
Acontece que alguns que lá estão foram nomeados ainda por presidentes mais democráticos, e mesmo aos recém-chegados, lícito é esperar que suas consciências falem mais alto.
As corajosas palavras do Ministro Ayres Britto – somadas à postura irretocável do seu colega Ministro Joaquim Barbosa foram duro tapa na cara dos totalitaristas tropicais, e mostraram claramente que nem todos se acovardaram ao marketing demagógico petista e muito menos se omitiram diante de uma turba fanática que não admite contestação.
Típico dos teleguiados petistas, o silêncio é o que se seguirá, pois a cartilha de ações e reações é uma só e que permeia a Federação, os Estados e os Municípios. Se fecharão em copas, aparentando profunda mágoa com as incansáveis manobras das elites, enquanto preparam sórdida vendeta contra os dois brasileiros que simbolizam que nem tudo está perdido.
Ayres Britto e Joaquim Barbosa: ainda existem motivos para nos orgulharmos de ser brasileiros.


A DITADURA DO PT: FANÁTICOS QUEREM IMPOR SUAS IDÉIAS PELA FORÇA E PROÍBEM IMPRENSA DE TRABALHAR
Renúncia de João Paulo Cunha termina em confusão em Osasco

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) renunciou nesta quinta-feira à disputa pela prefeitura de Osasco. Com isso, o então vice na chapa, Jorge Lapas, será o candidato do partido na cidade, como confirmou o presidente da legenda em Osasco, o vereador João Góis. O vereador Valmir Prascidelli (PT) também foi indicado para ser o novo vice na chapa.
No entanto, a plenária que oficializou a desistência de João Paulo Cunha acabou em confusão na sede do Sindicato dos Bancários de Osasco, por causa de militantes do PT que tentaram impedir a imprensa de filmar e fotografar a saída do ex-deputado do local. Os filiados ao partido fizeram um cordão de isolamento em frente à garagem do sindicato e empurraram os jornalistas. Uma fotógrafa do jornal O Globo foi agredida e teve seu equipamento derrubado.
Com o cordão de isolamento formado pela militância, Cunha e o atual prefeito de Osasco, Emídio de Souza, deixaram o local sem falar com a imprensa. No entanto, antes da confusão, integrantes do partido confirmaram que o deputado estava abatido por conta decisão do Supremo.
Apesar de a plenária ter sido fechada apenas para os filiados, foi possível ouvir parte do discurso do prefeito de Osasco, que pediu apoio ao novo candidato. "Todo empenho. Mas todo empenho para eleger Jorge Lapa. Dia 7 de outubro vamos para o segundo turno com toda energia e toda vibração", afirmou Souza.

Fonte: JB On Line


quinta-feira, 30 de agosto de 2012



Um boi bom de Ibope

Parece que uma verdadeira praga de clones vem se alastrando pelas terras cabofrienses: já tivemos aqui um blog com o mesmo nome deste – e que pirraceava em dizer que era o original – depois tivemos um frigorífico homônimo à um da cidade de Campos dos Goytacazes e agora, pasmem!, temos não dois, mas nove Ibopes!
Excetuando-se o caso bovino citado acima, é senso comum crer que a lei impeça empresas de atuarem com o mesmo nome – notadamente no mesmo segmento de mercado. Portanto, os tais nove Ibopes ou são grossa bandalheira a enganar incautos ou são subsidiárias da mesma empresa de estatísticas.
Entretanto, ao observar a reação de júbilo de conhecido – e pretenso – formador de opinião local, constatamos que seria muito interessante e honesto que este mesmo momento fosse aproveitado para que o sapientíssimo blogueiro explicasse melhor as obscuras relações dos promotores da candidatura de seu estimado concorrente à Prefeitura com o fake Boi Bom de Cabo Frio.
Igualmente, já que o assunto são falsidades, seria de bom tom que o blogueiro justificasse a injustificável contratação de funcionários fantasmas na ALERJ – notadamente uma candidata de destaque na conjuntura atual, embora inexpressiva até então.
Ainda na extensa seara das falsidades, também seria bom que o mesmo rotundo senhor definisse qual das suas múltiplas opiniões é a verdadeira: se a que diz que Alair e Marquinho – este último o patrono e promotor de seu candidato – são “farinha do mesmo saco”, ou se a frente do “Vai ser diferente” é uma frente de oposição ao governo municipal e solenemente ignora os préstimos municipais e estaduais. Até porque – nunca é demais repetir o raciocínio que lancei aqui – jamais se viu um sucessor apontado proclamar que “vai ser diferente” de seu padrinho.
Para não perder o hábito, também seria de bom tom que o vetusto escrevinhador deixasse bem claro se ele considera o Cabofolia algo de pernicioso à cidade – conforme proclamou durante anos – ou se simplesmente desconhece o que seja este evento, pois apenas anunciou – e ganhou dinheiro – o mesmo em suas páginas.
E, finalizando, o que este mesmo professor de ética teria a dizer sobre a retirada de suas postagens contrárias ao Cabofolia, logo após a denúncia por mim levada à público?
De todas as questões levantadas acima, ressalta-se a primeira – Boi Bom – onde cheques foram trocados por pessoas ligadas ao atual governo e que ampara a capenga candidatura. Ora, embora difícil, é possível que se contrate serviços de homônimos ignorando a farsa.
Mas é impossível fazer o que foi feito na Boi Bom apenas porque, casualmente, estavam passando na calçada em frente.
Tal como um hipopótamo em mesa de tampo de vidro, o frágil telhado da campanha continuísta e de sua mídia assalariada desaba por sí só, com o peso absurdo de seu histerismo vazio e hipócrita.

Walter Biancardine


O Hipopótamo e o Cágado

Em tempos tão trevosos de censura danomoralista, expediente fácil é o recorrer-se á fabula para mascarar personagens irritadiços com as liberdades alheias.
Entretanto, o cidadão comum sequer precisaria fantasiar diante dos espetáculos da ética surrealista que ronda o continuísmo municipal e sua mídia. Em termos específicos, causa pasmo ao leitor cibernético a falta de escrúpulos demonstrada por blogueiro em arvorar-se paladino da lisura em procedimentos jornalisticos, tendo o mesmo adotado a vergonhosa atitude de calar suas críticas ao Cabofolia após ser pago pela publicação de anúncio do mesmo em suas páginas na web.
É importante notar que a critica não se destina ao aceitar anúncios - fonte legítima de renda - e sim do mesmo causar não apenas o fim de seus comentários jocosos e notícias críticas, como também - e aí mostra o blogueiro a consciência plena de sua falta de ética - a retirada de seus posts anteriores ao anúncio, que eram invariavelmente contrários ao empreendimento.
Aferra-se o já referido escrevinhador - desconhecemos se é jornalista - a fatos da campanha e da mídia de seu desafeto, Alair Corrêa, com uma assiduidade que beira o senil - birra de velho - e que torna sua publicação uma cantilena monocordia e pobre.
Dia após dia refere-se aos mesmos fatos; repete-os, desdobra-os, espicha-os em seu desespero de quem nada mais tem a dizer.
Pois bem: este jornal dedicará a mesma assiduidade em lembrar ao rotundo servidor do continuísmo as suas peripécias do Cabofolia - o qual, depois de pago, mudou de idéia e retirou os escritos.
Deixou bem claro, o referido e senil senhor, que tudo tem um preço - e o dele parece ser barato.


Carro novo

Não entendia muito de automóveis, mas queria a todo custo um igual aos que via, a cada verão, nas mãos dos turistas que desfilavam pela cidade.
Em um religioso ritual diário, peregrinava pelas inúmeras agências de automóveis da cidade em busca de seu sonho, passaporte para um mundo melhor e sex appeal que o conduziria, diretamente, aos braços de mulheres inalcançáveis.
A liturgia quase não variava. Olhava cobiçoso os bólidos, segurava infantilmente o sexo e perguntava:
- Quanto custa esse BMW aqui?
- Oitenta e cinco mil reais, mas dá pra quebrar um pouco, respondia o vendedor observando sua bermuda cargo, sua camisa sem mangas, seu chinelo de dedo e sua bicicleta.
Em qualquer agência que fosse, a indagação sobre o sonho sempre despencava para a realidade. De carro em carro, afundava de reluzentes Mercedes-Benz, Jaguar, Land Rover ou Cherokee para modestos Fiat Uno, Gol bolinha e até mesmo Brasílias e Chevettes mais em conta.
Mais de um ano durou sua busca. Mais de um ano de cobiça e pinto repuxado por cima da bermuda. Tornou-se mesmo conhecido dos vendedores, e um deles conseguiu-lhe uma pechincha:
- Esse carro é coreano, mas as peças são todas de Monza! E tem kit gás!
O pobre olhava o carro, ávido, e quis fechar negócio a todo custo. Na verdade tratava-se de um cansado Daewoo, marca desconhecida mas o que importava era seu tamanho e aspecto: grande, quem olhasse até pensaria ser um Audi. Verdade que a cor roxa estava já queimada e opaca, os pneus eram remoldados e pequenos demais para o carro, faltavam alguns frisos, o ar condicionado não funcionava, volante sem capa de buzina, bancos puídos mas tinha insufilme e um CD player. E tinha kit gás!
O pobre vendedor enfrentou uma maratona para financiar-lhe o sonho: inventou comprovante de renda, residência e mesmo uma conta falsa em banco, mas conseguiu 36 meses de prazo, sem entrada, e prestações que tomariam dois terços de seu salário de mil reais como encarregado em uma obra.

* * *
De posse de seu sonho, uma mudança operou-se no novo e feliz proprietário do veículo. Primeiramente comprou um pesado e grosso cordão de prata falsa, seguido por portentosos óculos escuros que mascaravam sua insegurança em um ar arrogantemente viril. Logo após, presenteou-se com o mais caro aparelho de telefone celular que encontrou, embora mal soubesse compreender quais funções teria, além do óbvio falar. Roupas novas também foram necessárias – apesar de seguir fiel à receita malemolente tropical do bermudão cargo e camisas sem manga, tão em voga na Baixada Fluminense há anos.
Tanta despesa afetou o orçamento doméstico e sua mulher começou a reclamar. Gastos com combustível eram diários e os carnês com as prestações de suas jóias não paravam de chegar, tornando sua companheira de 20 anos e mãe de seus quatro filhos uma reclamona insuportável.
Sua casa continuava sem embôço pelo lado de fora – segundo ele, uma esperta estratégia para não pagar IPTU – e a laje, naquele andor, jamais seria batida.
O ápice da tensão entre o casal deu-se quando o feliz proprietário do carro novo entendeu de construir um telhado à guisa de garagem, para o possante: tal foi a despesa que viu-se obrigado a recorrer à um vereador amigo para comprar um bujão de gás.
Pensou que “perdido por um, perdido por mil”, ao tomar os últimos trocados da mulher para ir tomar cerveja no bar com seus amigos e seu carrão – suas únicas felicidades na vida – quando lá encontrou sestrosa moçoila que enfeitiçou-lhe o que restara de juízo.
A partir daí foi a vertigem do precipício: estourados todos os cartões de crédito, recorria a amigos para arranjar dinheiro que pagasse seus arrufos com a mocinha, enquanto sua mulher sujeitava-se à compaixão de vizinhos e parentes para almoços e jantas dela e dos filhos.
Idade cruel, o meio século de vida em alguns homens cobra caro, quando dominado pela possibilidade do sexo moribundo; ainda mais com jovem mocinha que – provocante – oferecia seu pescocinho ao velho vampiro, para que dela sugasse o lenitivo de seus recalques: pediu para ser mandado embora de seu trabalho de quase duas décadas e, com a indenização, montou casa para a jovem – ansiado como ninho de amor onde uma nova existência de prazeres seria iniciada. Para eles, ao menos.

* * *
Endividado até os cabelos, sem emprego e sem atinar no despenhadeiro que saltara, ainda tinha o desplante diário de desfilar em seu carrão ano 87 em frente à casa de sua ex-mulher e de seus filhos, sempre acompanhado da jovem mocinha que ria sem parar – de tudo, de todos, a toda hora e por qualquer motivo. Fazia sua melhor cara de arrogante, escondido por detrás de seus óculos escuros e cordão de prata, colocava o cotovelo na porta e dirigindo com uma só mão, acelerava o veículo pela rua de chão da favela.

* * *
Aquela alegria angustiada não poderia durar muito. O pobre vive hoje de flanelinha e lavador de carros no centro da cidade, morando de favor no barracão de ferramentas de uma oficina em Campo Redondo. A risonha mocinha ficou com a casa e seu carro – mesmo com ordem de busca e apreensão – em companhia de outras quatro senhoritas tão dadivosas quanto ela, e recebendo cavalheiros ocasionalmente.
Sua ex-mulher morreu – comenta-se – de desgosto, ao cientificar-se que seus quatro filhos enveredaram pelo mundo do crime, dois estando já mortos com ela ainda em vida, outro preso e o caçula foragido.
Em Cabo Frio esta é uma história que sequer é contada nos círculos de amigos pelos botequins, de tão banal e repetitiva que é.
Tristemente, os cafajestes só são lembrados enquanto pagam.

Walter Biancardine.

domingo, 26 de agosto de 2012


Domingão do Povão

Hoje é o domingão do povão, leitores!
É dia de reunir os amigos, comprar umas Itaipavas, fazer aquele churrasquinho e ouvir pagode, axé, sertanejo e funk até vomitar! Que dia feliz!
É o dia em que eu lavo meu Escort 87 na calçada, nem quero saber dessa história de mensalão que ficam falando por aí – mais uma maracutaia, ainda bem que o Bolsa-Família desse mês tá garantido e já até pagou o churrasco pra galera!
O negócio é ser malandro, nem esquentar a cabeça! Mais tarde o Vasco joga e vamos ver se vão garfar ele de novo! Tinham de fazer uma lei pra prender esses cartolas, é por isso que esse pais não vai pra frente! Ficam mutretando o campeonato, vendem os jogadores bons pro exterior, esses caras não tem pena do povo! Tinham que morrer!
Eleição? Nem discuto. O pastor lá da igreja falou com o candidato dele, vai me arrumar 20 sacos de cimento, brita e areia, pra eu poder bater a laje pro quarto da Gislaine, que engravidou e vai morar aqui com aquele menino que ela arrumou.
Agora é garantir com aquele vereador a saída do nosso bloco no carnaval que vem, que aí sim, vai dar pra arrumar um trôco vendendo cerveja no isopor!
Mais tarde, se eu ainda estiver de pé depois do churrasco, até vou na casa dele acertar isso.
E depois é voltar pra casa, deitar no sofá e ver o Faustão!
Melhor que isso, só faltar trabalho amanhã, com o atestado que arrumei!
É isso aí, leitor!


Censurar conteúdo político na web fere a democracia, diz Google
Fonte: JB On Line

Em época de eleição, as disputas judiciais não se restringem mais apenas às trocas de acusações entre partidos, candidatos e suas campanhas. Ocrescimento do acesso à internet no país, ao mesmo tempo em que aumentou o espaço para o debate sobre política, também faz com que portais, sites, blogs e até provedores de internet se tornem alvos na Justiça Eleitoral. São cada vez mais comuns os pedidos de remoção de conteúdo considerado ofensivo por candidatos, que têm encontrado respaldo no Judiciário.
Apesar de os casos de multa contra o Google - por não remover conteúdos do ar - ganharem destaque nessaseleições, o problema faz parte da rotina diária da empresa desde as eleições de 2008, de acordo com a diretora jurídica Fabiana Siviero. A posição do gigante da internet tem sido a mesma, segundo ela: lutar até a última instância para manter o material e garantir a liberdade de expressão dos usuários. "Vivemos em uma democracia", justificou.
Entre as ações mais recentes contra a empresa, estão o caso do vídeo do vereador de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT), e do vereador de São Paulo Francisco Chagas Franciliano (PT). Ambas publicações foram consideradas difamatórias pelos TREs. O Google se recusou a remover os vídeos do Youtube, mesmo sujeito a multa. "O Google entende que deve existir liberdade eleitoral para todo mundo, até para os candidatos. Nas eleições, a liberdade de expressão é ampliada", disse Fabiana.
Segundo ela, existe uma operação especial dentro do Google para o recebimento e análise desses materiais. "Entender o conteúdo, ver se ele é válido ou se não tem o porquê ficar no ar", explicou. Em casos de uso de palavras de baixo calão, ataques pessoais sem informações relevantes e ausência de conteúdo político, Fabiana disse que o material é avaliado como de "caráter abusivo" e retirado da internet.
Para pressionar o Google, os TREs de Maceió e São Paulo impuseram multa de R$ 30 mil e R$ 5 mil por dia, respectivamente. Fabiana lembrou que a empresa passou por casos semelhantes em 2010, em um deles estava envolvido Netinho de Paula (Psol), na época candidato a senador. "Tivemos uma representação do Netinho para a remoção de um vídeo. Ele ganhou em primeira instância e tivemos multa de R$ 50 mil por dia. Recorremos ao TSE e o ministro Gilmar Mendes reconheceu que o vídeo era crítico, mas que não era ofensivo e não devia ser retirado", contou.
Para a diretora do Google, a internet é uma das plataformas mais importantes no regime democrático. "A informação não fica sob controle das empresas, qualquer pessoa pode publicar ideias, vídeos e informações. A informação está nas mãos das pessoas", disse. "O candidato pode usar a web para responder e esclarecer as dúvidas dos eleitores. E não mandar remover o conteúdo e tirar o acesso da população à informação", enfatizou.

Calúnia e difamação
Antes de um comunicado chegar ao Google, existe uma série de procedimentos legais. De acordo com a porta-voz do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), Eliana Passarelli, o candidato entra no TRE com uma representação baseada na legislação eleitoral. O pedido é julgado por um juiz, "se ele entende que um vídeo se caracteriza em calúnia e difamação, pede para tirar do ar", explicou. "São muitos casos, eu não me recordo de nenhuma decisão em que foi negada a retirada do conteúdo para o candidato", acrescentou.
Segundo a porta-voz, a partir do momento da escolha dos candidatos, com base na legislação eleitoral, fica assegurada a manifestação em relação a materiais que contenham "injúria e informação sabidamente inverídica". Ela, porém, garantiu que o debate político é permitido, "só não pode resvalar para o ataque pessoal". "O juiz analisa até que ponto está dentro da discussão política ou se aquilo se extrapolou", concluiu.
A decisão cabe recurso e é por este direito que o Google recorre. "Não é que o Google está descumprindo a lei, mas estamos usando nosso direito, garantido pela Constituição, de recorrer. Se a gente perder em última instância, a gente retira", afirmou Fabiana.
A diretora ainda lembrou uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que vetou a censura ao humor durante campanha eleitoral e liberou o uso de montagens, trucagens e veiculação de opiniões sobre candidatos e partidos, a pedido da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). As restrições estavam previstas em legislação de 1997, e foram derrubadas pelo STF durante as eleições de 2010.

Eleições 2012 na web
Segundo o gerente de planejamento estratégico digital, Felipe Morais, "não tem como pensar em uma campanha política hoje, sem citar a campanha de Barack Obama em 2008". Morais ressaltou a repercussão dos conteúdos na web, mas alertou que "todo o controle na internet não tende a dar muito certo. Como dizemos no mercado, escreveu na web, escreveu na pedra, ou seja, fica para a eternidade. Por mais que o político delete uma publicação, alguém terá ela guardada em um blog ou em um tweet", explicou.
Morais ainda reforçou de que quando se tenta calar as pessoas no meio virtual, "elas se juntam em uma força maior, se conectam com muita rapidez e não tem como ninguém ou nenhuma empresa censurar". Com experiência em mais de 30 campanhas para prefeito, vereador e deputados, o marqueteiro político Justino Pereira cito como importante "que os políticos ouçam o que as pessoas pensam deles e quais são as propostas que elas creem ser boas para resolver os problemas das cidades".
Pereira prega a democracia virtual dentro do que é válido na vida real: "se o argumento é político e não é ofensivo, preconceituoso ou incitador de ódios, não tem porque ser retirado. Faz parte do jogo democrático", disse. "A liberdade à expressão é a garantia de veiculação da verdade, o extremo oposto à injúria e à calúnia, que estão no campo da mentira. O exercício da liberdade não necessita de calúnias ou difamações", concluiu.



Trabalhar pra quê?
Light se rende ao assistencialismo petista e dá geladeiras de presente

Fonte: JB On Line

A Light, concessionária que distribui energia elétrica na capital, apresentou hoje (25) seu programa de eficiência  energética na comunidade de Salgueiro, zona norte da cidade, com a expectativa de atender a 1.500 famílias. A empresa investiu R$ 2,8 milhões na requalificação da rede de fornecimento, com estimativa de taxa de retorno entre 18 e 19%. O programa prevê a troca de lâmpadas e geladeiras por modelos mais econômicos.
A iniciativa da Light faz parte da contrapartida da concessionária, prevista no Programa Nacional de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), que determina que as empresas apliquem 1% de seu orçamento em programas que permitam a redução do desperdício de energia. Como o conceito é amplo, estão incluídas iniciativas como a do Salgueiro, mas também esforços em reciclagem, que diminui os gastos de energia na indústria, e educação do consumidor, por exemplo.
“Durante muito tempo, nós tentávamos entrar nas comunidades e todo o serviço era jogado fora, porque logo depois vinham as ligações clandestinas. Eram ligações diretas, muitas com fios inadequados e sem nenhum respaldo técnico. Logo depois vinham os defeitos, e as pessoas perdiam seus eletrodomésticos. Além disso, havia o risco de choques elétricos”, apontou o superintendente de Relacionamento com Comunidades da empresa, Mario Romano, que participou do evento.
O programa está focado na recuperação de imagem da empresa junto à comunidade e na inclusão de famílias que não utilizavam o sistema formal, Além da troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes e de geladeiras velhas por modelos mais novos eficientes, a iniciativa prevê palestras educativas e ações de reciclagem.
Podem pedir a troca de eletrodomésticos e lâmpadas os cidadãos beneficiados pela tarifa social de energia elétrica, que se destina a famílias de baixa renda inscritas em programas de auxílio do governo federal.
Romano informou que os gastos com o programa, em torno de R$ 100 milhões desde 2009, chegam a diminuir pela metade o consumo médio por família. No caso de geladeiras, a redução é de até dois terços, de 75 kw/h por mês para 25 kw/h por mês. Ao todo, já foram trocadas em torno de 33 mil geladeiras e 1 milhão de lâmpadas. Dados do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica dão conta de que as residências consumiam, em 2010, 23,9% da energia elétrica produzida no país.
O principal gasto de energia, porém, se dá com o aquecimento de água, que consome, no Rio de Janeiro, aproximadamente um quinto da energia residencial. A Light deve iniciar na cidade um programa próprio de coletores solares para o aquecimento residencial de água, em novembro deste ano, integrado às obras de habitação do PAC. A primeira comunidade pacificada prevista para receber os coletores é a Mangueira, na zona sul da cidade.

Opinião do OPINIÃO:
Talvez a pior coisa que possa acontecer ao brasileiro seja ele pertencer a classe média – mas a verdadeira classe média, não essa de mil reais inventada pelo PT.
Privilegiados que ocupam o topo da pirâmide social pouco se importam com preços e tarifas, os únicos incômodos são os provocados pela astronômica carga tributária, que também os atinge, embora amenizada pelas facilidades de sonegação inerentes à sua faixa de renda.
Havemos de reconhecer que o stalinismo demagógico petista conseguiu instalar o paraíso do proletariado no Brasil: ao transformar o pobre em mendigo, sustentando-o com as esmolas das isenções, os césares do ABC paulista fornecem o pão e circo aos escravos viciados.
É verdade que muito dessa culpa pertence ao próprio povo, ignorante do que sejam principios básicos de dignidade e que aceitam, felizes, esmolas travestidas de vale-gás, vale-transporte, bolsa-família, internet gratuita na favela, tarifa social de luz, ausência de IPTU, ausência de água e esgoto, vale-refeição e tudo o mais que permita uma vida sem o necessário e normalíssimo trabalho para prover o sustento.
É notório que são absolutamente inexistentes as reivindicações de como pegar o peixe: cursos profissionalizantes, ensino decente, escolas técnicas – estes sim, teriam de ser patrocinados e muito bem mantidos pelo governo – mas a grita por mais e mais esmolas é incessante. O povo viciou-se no ócio.
Que uma onda assistencialista tenha desfibrado todo um povo, embora espantoso, é um fato que temos de aceitar. Mas que empresas venham a aderir à mesma é sinal nítido e claro de dinheiro (ou benesses) públicas sendo injetadas nas mesmas, pois sem lucro não há empreendimento que sobreviva.
O Brasil hoje vive uma situação de Roma antiga, muito embora sem seu esplendor, poder e cultura.
Um punhado de ungidos, rodeados por luzidia corte de aduladores, sustentando a enorme massa bárbara. 
Breve, mesmo com futebol e telenovelas, essa mesma massa poderá se voltar contra seus criadores.

sábado, 25 de agosto de 2012



Começam as obras da Praça Porto Rocha, em Cabo Frio

O projeto que prevê acessibilidade, nova iluminação e paisagismo, promete mudar o aspecto da região central da cidade.

Começou a ser montado o canteiro de obras para a reforma da Praça Porto Rocha, em Cabo Frio. Pela manhã os funcionários da empresa contratada para fazer as obras começaram a colocar a proteção em volta da praça. Parte do asfalto também já está sendo quebrada para o serviço. O investimento na reforma é de R$ 3 milhões. A previsão de entrega da nova Praça Porto Rocha é de quatro meses.
O projeto que prevê acessibilidade, nova iluminação e paisagismo, promete mudar o aspecto da região central da cidade. A nova praça será dividida em três diferentes níveis. A iluminação será com lampadas de led. O local também vai ganhar bicicletários e um estacionamento para motos. As vagas para os carros serão remodeladas. Os pontos de táxi também serão reorganizados, para dar mais comodidade a condutores e passageiros.
Fonte: IN360

Opinião do OPINIÃO:
Tal como o aumento salarial recentemente concedido pelo município, a feitura de obras em vésperas eleitorais – ainda mais no ponto central da cidade – exalam o inconfundível fedor demagógico repetido há tantos anos.
Tal como uma copa do mundo, a cada quatro anos temos uma “crise nervosa” da Prefeitura, que lembra-se de fazer e consertar e corrigir tudo o que teria sido sua obrigação ao longo de 48 meses.
Que o povo de Cabo Frio liberte-se finalmente de seu imediatismo tacanho e se lembre de toda a apatia e descaso com que foi tratado ao longo das duas últimas gestões, para que – nem de longe – venda-se ao estelionato continuista que tentam nos impôr.

Ideologia, quero uma para esquecer


Jornal do Brasil
Paulo Rosenbaum


Em seu tempo o filósofo grego Sócrates falava de uma juventude sem valores, perdida e apática, que parecia somente se importar com o imediato e buscar o caminho das facilidades. Como se vê, abundam exemplos na história de que estamos nos repetindo.Quando Cazuza formulou sua famosa letra no álbum  Ideologia, vocalizou e capturou perfeitamente o arquétipo de uma geração. A ruína do socialismo, a crise das religiões e a truculência capitalista nos lançaram no mesmo vazio com que filósofos, como Pascal e Nietzsche, já se deparavam em suas respectivas épocas.
A reação ao monstruoso vazio foi tardia. Duas décadas depois ela chegou explosiva com o ressurgimento da história, que apenas e astuciosamente hibernava para desespero dos teóricos de Harvard. O terror, o retorno selvagem das tradições religiosas como armas e o acirramento no entorno das ideologias, infelizmente não nos trouxe uma nova Renascença, como se esperava.
A bancarrota sucessiva de guias fáceis, diretrizes mentais e líderes duvidosos nos obrigou à busca de atalhos para conseguir sobreviver ao deserto. Esta aridez chegou à política. Que os leitores me desmintam, mas isso só vale para quem puder ouvir o programa eleitoral gratuito até o fim. Lá há de tudo, mas predominam vozes estudadas, promessas vagas idênticas, e a solidária ausência de sinceridade para com o eleitor.
As sessões diante da TV justiça também não parecem ser solução, muito menos com a mensagem subliminar de que a partir dali “passaremos o país a limpo”. Deveríamos, isso sim, começar a ficar preocupados com o discurso moralista dos que nada devem. A sede por punição e a sanha pela impunidade acabam se anulando e, pior, retiram o mérito do processo — que importa mais do que o resultado  —  já que a questão em jogo transcende eventuais condenações e absolvições. Mas, e se a moda pega? Lembram-se dos fiscais do Sarney? E se houver a tal onda moralizadora que apanhe e queime todos nós na ratoeira das transgressões? Quem sobraria do lado de fora do caldeirão dogmático? Será um pouco entediante, sobretudo estranho, observar da jaula os poucos felizardos a gozar de liberdade. Um julgamento só deveria ser espetacularizado assim se a discussão, pedagógica, ficasse centralizada nos conceitos de verdade e justiça.
Será que existe uma ética da esperança? Fosse eu filósofo com algum poder, começaria com o pedido de condenação sumária da convicção. Para ela, não caberia habeas corpus, suspensão da pena ou direito a outras instâncias. Homens de convicção são aqueles que, de antemão, já bateram os martelos por toda a vida em todos os assuntos. Opinião formada, cabeça feita, não é assim que eles se apresentam? Homens de convicção podem cometer crimes para, em seguida, indultarem-se. Para eles, é tudo preto no branco, certo ou errado, isso ou aquilo. Para estas almas resolutas nascidas sob o signo da certeza absoluta e da causa, não existem zonas cinzentas.
A ética da esperança teria como inciso primeiro do parágrafo único a regra que nenhum outro código teve coragem ou vergonha para estabelecer: somos tão falíveis e tão pouco autoconscientes que é provável que aqueles a quem julgamos com tanta sabedoria todos os dias, às dezenas, sejam melhores que nós.
Se não dermos invertidas corajosas à lógica da razão, quais chances teremos para mudar qualquer coisa? Muitas mudanças na humanidade começaram com pequenas inversões de sinal. Em geral, oposta aos gritos da maioria. Se pensarmos bem, em matéria de ousadia, precisamos mais do raro do que do comum. Atravessamos o século 19 e o 20 com as duas guerras mais sangrentas da história e chegamos ao século 21 sem nenhuma garantia de que esses erros não se repetirão. Será que não há nenhuma tomada de rédea à vista? Só assim o destino não teria meta pré-fixada, como acontece no planejamento de vendas e mercados futuros.
A quase única resposta para esta prisão chamada ideologia é assumi-la como um parasita que tenta nos convencer de que precisamos de pernas e cabeças alheias  para viver. Por isso mesmo, simplesmente sensacional a figura de linguagem “voto de cabresto”, mereceria figurar no Oxford Dictionary como expressão idiomática local com caráter universal.
Deve haver algum motivo para que, ao nascer, sejamos os animais com menor autonomia dentre todos os mamíferos.  O verdadeiro poder não está nos mandatos, e sim em assumir passos próprios. Só assim o Estado seria um servidor da comunidade e não seu demiurgo. A democracia, como uma criança, também precisa aprender a se movimentar e dizer do que precisa e do que pode prescindir para crescer.
Ninguém disse que seria fácil, e talvez nem mesmo haja escolha, mas quem não aprender a andar sozinho vai rapidamente virar passado.




Morre Neil Armstrong, primeiro homem na Lua

Armstrong passou por uma cirurgia de coração em 7 de agosto.
Americano comandou a Apollo 11 e pisou na Lua em 20 de julho de 1969.


O primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, morreu aos 82 anos nos Estados Unidos neste sábado (25), informou a família do astronauta em nota à imprensa.
"Estamos de coração partido ao dividir a notícia de que Neil Armstrong faleceu após complicações ligadas a procedimentos cardiovasculares", diz a nota. "Neil foi um marido, pai, avó, irmão e amigo amoroso."
Em 7 de agosto, ele passou por uma cirurgia de emergência no coração, após médicos encontrarem quatro entupimentos em suas artérias, e desde então estava se recuperando no hospital em Cincinnati, onde morava com a esposa.
No Twitter, a Nasa ofereceu "seus sentimentos pela morte de Neil Armstrong, ex-piloto de testes, astronauta e primeiro homem na Lua."

Conheça a biografia
Armstrong foi o comandante da Apollo 11, missão que chegou ao satélite da Terra em 20 de julho de 1969. Ao ser o primeiro ser humano a pisar em outro corpo celeste, Armstrong proferiu a frase: “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade.”
Nascido em 5 de agosto de 1930, Armstrong foi piloto da Marinha dos Estados Unidos entre 1949 e 1952 e lutou na Guerra da Coreia. Em 1955, se formou em engenharia aeronáutica pela Universidade de Purdue e se tornou piloto civil da agência que precedeu a Nasa, a Naca (Conselho Nacional de Aeronáutica).
Lá, entre outras aeronaves, pilotou o X-15 – avião experimental lançado por foguete onde ocorreram as primeiras tentativas americanas de chegar aos limites da atmosfera e à órbita do planeta. Em 2012, o X-15 ainda mantém o recorde de velocidade mais alta já atingida por um avião tripulado.
Em 1962, ele deixou a função de piloto de testes e passou a ser astronauta – com a Naca já transformada em Nasa. Sua primeira missão espacial foi como comandante da Gemini 8, em março de 1966, onde ele e o astronauta David Scott fizeram a primeira acoplagem de duas naves espaciais. Na ocasião, ele se tornou o primeiro civil americano a ir ao espaço.
Durante o voo, os dois quase morreram. Enquanto a nave estava sem contato com a Terra, a Gemini 8, acoplada na sonda Agena, começou a girar fora de controle. Inicialmente, Armstrong achou que o problema era com a Agena e tentou diversas opções para parar o giro – sem sucesso. Ao desacoplar as duas naves, o problema piorou. A instantes de perder a consciência pela velocidade com que a Gemini 8 girava, Armstrong usou os motores que serviam para a reentrada na Terra para controlar a espaçonave. A Gemini parou de girar e a dupla fez um pouso de emergência próximo ao Japão, sem completar outros passos da missão, como uma caminhada espacial que seria realizada por Scott.
Após a missão, Armstrong acompanhou o presidente americano Lyndon Johnson e outros astronautas em uma viagem à América do Sul que incluiu o Brasil. Segundo sua biografia oficial, escrita por James R. Hansen, Armstrong foi especialmente bem recebido pelas autoridades brasileiras por conhecer e conversar bem sobre a história de Alberto Santos Dumont.

Apollo 11 e a ida à Lua
Com o fim do programa Gemini e o início do Apollo, Armstrong foi selecionado como comandante da Apollo 11. Segundo a Nasa, não houve uma escolha formal inicial de quem deveria ser o primeiro a pisar na Lua. Todos os astronautas envolvidos no Apollo, segundo eles, teriam chances iguais.
As missões eram organizadas para cumprir uma crescente lista de tarefas. Assim, a Apollo 7 era um voo de teste do módulo de comando – o que era chamado de “missão tipo C”. A seguinte, 8, testou a viagem até a Lua. A 9 testou o módulo lunar, uma missão tipo “D”. Se houvesse qualquer problema em uma dessas missões, ela deveria ser retomada até dar certo.
Por isso, embora Armstrong e sua tripulação, Buzz Aldrin e Michael Collins, estivessem com a primeira missão do tipo “G”, que tentaria um pouso – não estava garantido que eles de fato fossem ser os primeiros a fazer isso. Qualquer problema nas missões anteriores e a 11 poderia ter que assumir etapas preparatórias.
Quando ficou razoavelmente claro que a Apollo 11 seria a primeira missão a tentar o pouso, a mídia americana passou a informar que Buzz Aldrin seria o primeiro homem na Lua. A lógica dos jornalistas seguia o fato de que no programa Gemini o piloto – não o comandante – era quem saia da nave. Além disso, os primeiros materiais de divulgação feitos pela Nasa mostravam o piloto saindo primeiro e o comandante depois.
Em uma coletiva de imprensa feita em abril de 1969, a Nasa informou que a decisão de fazer Armstrong sair primeiro foi técnica, já que a porta do módulo lunar estava do lado dele. Em entrevistas dadas mais tarde, Deke Slayton, chefe dos astronautas na época, disse que a decisão foi “protocolar”: ele achava que o comandante da missão deveria ser o primeiro na Lua. As opiniões de Armstrong e Aldrin, segundo ele, não foram consultadas.
Após a decolagem em 16 de julho, Armstrong e Aldrin começaram a descida até a Lua em 20 de julho no módulo lunar, apelidado de “Eagle”. Durante a descida, a menos de dois mil metros de altura, dois alarmes soaram indicando que o computador estava sobrecarregado. Seguindo a orientação do controle de missão, Armstrong os ignorou e manteve o pouso.
Ao olhar pela janela, viu que o computador os estava levando para uma área com muitas pedras. O americano então assumiu o controle manual da nave e pousou. Ao encostar na Lua, restavam apenas 25 segundos de combustível no Eagle.
As primeiras palavras de seres humanos na Lua foram, na verdade, Armstrong e Aldrin fazendo a checagem pós-pouso. Termos técnicos como “parada de motor”, “controle automático ligado”, “comando do motor de descida desligado”. Apenas ao final dessa lista, Armstrong falou com a Terra: “Houston, Base da Tranquilidade aqui. A Águia [“Eagle” em inglês] pousou”.
Durante todo o processo de pouso, o controle na Terra se manteve em silêncio, permitindo que a dupla se concentrasse. Com o contato de Armstrong, o astronauta Charlie Duke, em Houston, respondeu bem humorado: “vocês têm um monte de caras quase ficando azuis aqui, estamos respirando de novo.”
Armstrong e Aldrin ficaram 21 horas e 36 minutos na Lua – duas horas e 36 minutos caminhando por ela. O tempo fora da nave foi progressivamente aumentado a cada missão Apollo – na última, a 17, os astronautas ficaram mais de 22 horas fazendo caminhadas lunares.

Retorno à Terra e vida pessoal
Neil Armstrong foi recebido como herói após sua volta, com condecorações de diversos países. A mais recente foi uma medalha do Congresso americano, dada a ele e a outros pioneiros espaciais em novembro de 2011. 
Logo após o voo, ele assumiu uma posição de gerência na Nasa e participou da investigação do acidente da Apollo 13. Ele se aposentou da agência em 1971. Em 1970, obteve um mestrado em engenharia aeroespacial da Universidade do Sul da Califórnia. Depois, virou professor na Universidade de Cincinnati, onde morava, até 1979. Armstrong também fez parte da mesa diretora de algumas empresas americanas. Em 1986, a convite do presidente americano Ronald Reagan, participou da investigação do acidente do ônibus espacial Challenger.
Armstrong casou com Janet Shearon em 1956 , com quem teve três filhos: Eric, Karen e Mark. Karen morreu de câncer no cérebro em 1962, aos três anos, e jamais viu o pai ir ao espaço. Ele e Janet se divorciaram em 1994, após 38 anos de casamento. No mesmo ano, ele se casou com sua segunda esposa, Carol Knight.
Armstrong viveu uma vida de reclusão após a Apollo 11. Convidado frequentemente por partidos americanos, ele se recusou a concorrer a um cargo político. Armstrong também raramente era visto em público e quase nunca dava entrevistas, além de não costumar tirar fotos ou dar autógrafos, porque não gostava que eles eram vendidos por valores que ele considerava “absurdos”. Sua única biografia autorizada foi publicada em 2005. Ele também costuma processar empresas que usam sua imagem sem autorização e doar as indenizações recebidas à faculdade em que se formou. Em 2005, processou seu barbeiro por ter vendido fios de seu cabelo por US$ 3 mil. O barbeiro teve que doar o valor para a caridade.
Em 2007, 38 anos após a viagem à Lua, em uma rara aparição em público, Armstrong se definiu como "um engenheiro nerd". "Eu sou e sempre serei um engenheiro nerd, com meias brancas e protetores de bolso. E eu tenho um grande orgulho das realizações da minha profissão," disse.
Em 2009, ele fez uma “viagem "secreta" ao Brasil, onde passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A nota da família sobre a morte de Armstrong é encerrada com um pedido: "Para aqueles que perguntam o que podem fazer para honrar a Neil, temos um simples pedido. Honrem seu exemplo de serviço, feitos e modéstia, e a próxima vez que você der um passeio em uma noite clara e vir a Lua sorrindo para você, lembre de Neil Armstrong e dê uma piscadela para ele.”

OPINIÃO - Walter Biancardine

Naquela noite de julho de 1969, olhos vidrados na TV preto e branco, decidi que seria astronauta quando crescesse.
Cresci, descobri que a distância entre o Brasil e a Lua era maior que entre os Estados Unidos e Marte, e fui tentar a vida na aviação.
Nas incontáveis horas de vôo noturno e solitário aprendi a distinguir as estrelas e os planetas, vi a Lua e o Sol nascerem abaixo de mim, senti o cheiro das nuvens, molhei-me com elas e foi o mais próximo que estive do meu antigo sonho de criança.
Voar não fez de mim um astronauta. Voar e escrever igualmente não fez de mim um Saint-Éxupéry. Mas, decididamente, voar me presenteou com uma compreensão maior da vida e dos homens, da terra e dos céus, do que horas e horas de filosofia acadêmica e cinza.
Voar é privilégio. Navegar no espaço é predestinação.



               O sobrinho do vereador 

As mãos crispadas do vereador Reinaldo sobre a tribuna pontuavam seu discurso inflamado, naquela sessão da câmara, em pleno verão.
Vermelho, suando em bicas por cima de um terno desenxabido, vociferava imprecações contra uma indecência que, no seu entender, estava para ser permitida na sua Cabo Frio tão ciosa da moral e bons costumes:
- É o que eu digo, meus senhores! Essa autorização que a Prefeitura concedeu aos organizadores dessa Parada Gay só pode ser brincadeira! É brincadeira de mau gosto! Imaginem vocês indo às ruas com seus filhos, com suas crianças, e vendo esses anormais desfilando suas taras para todo mundo ver! Onde vamos parar? O que mais esse governo vai permitir?
Um cortejo de palmas secundou sua fala, animando-o. Enxugando-se com um lenço, prosseguiu:
- Todos aqui conhecem minha história! Sempre fui um cristão, temente ao Senhor Jesus; tenho minha família, minhas crianças e sou casado com a mesma mulher há 20 anos! E agora eu vou ter de aceitar que um afeminado divida as mesmas ruas que meu filhinho de nove anos e o contamine com seus costumes bizarros? Eu não sou homofóbico, mas morrerei tentando garantir meu direito de manter-me, a mim e minha família, longe de coisas que a Bíblia já diz que são antinaturais!
É próprio do povo confundir gritos com eloquência e por isso o vereador foi enormemente aplaudido, ao final de seu discurso. Saiu do plenário ovacionado, em êxtase pelo grande tento eleitoral que acabara de marcar contra seus adversários políticos, apressando-se a embarcar em seu carro, cujo motorista – seu sobrinho de 19 anos – mantinha a porta aberta para que ele entrasse.
Este sobrinho, verdade seja dita, já dera o que falar aos seus adversários. Acusaram o vereador de nepotismo ao empregar parentes na Câmara e mesmo na contestação de aliados havia maledicência, insinuando que o rapaz nem ao menos parente seria. O mote das críticas, entretanto, ainda era restrito ao suposto nepotismo e ao exacerbado moralismo de seu discurso, apontado por muitos como hipócrita e carola.

*    *    *

O vereador Reinaldo era um exemplo de sucesso para os cabofrienses: começara a vida pobre, vendendo picolé na praia, até que empregou-se em uma loja de materiais de construção. O dono, um senhor muito bondoso, logo reconheceu seus méritos e em pouco tempo fez do rapazola seu sub-gerente. Com a morte do comerciante, entretanto, o jovem Reinaldo viu-se obrigado a procurar outro emprego, já que os olhares inamistosos da viúva não recomendavam sua permanência por lá.
Em pouco tempo o rapaz já estava novamente empregado e, mais uma vez, sua dedicação e esforços o conduziram à uma ascensão meteórica em uma grande incorporadora e construtora, cujo dono patrocinou inclusive seus estudos e sua habilitação como corretor de imóveis.
E no ramo da corretagem Reinaldo fizera sua fortuna, chegando a tal ponto de destaque na vida da cidade que lançar-se à uma candidatura na Câmara foi mera e natural consequência.
Por esta mesma época casara-se e agora, ao assumir o quinto mandato, não mudara a sua essência: benevolente, há dez anos criara uma ONG destinada a patrocinar os estudos e o desenvolvimento profissional de garotos pobres que, como ele, precisaram de ajuda para prepararem-se para a vida.
Todos eles eram diretamente aproveitados por suas empresas, mas o caso de Betinho era diferente: empregara-o na Câmara como seu assessor particular e motorista, coisa que muito desagradara alguns adversários egoístas e que nunca compreenderam o sentido da benemerência sem segundas intenções.
Agora, ainda suarento de seu discurso inflamado, pediu à Betinho ao volante:
- Acho que seria bom irmos para a chácara em Araruama...
E no mesmo banco de trás do seu carro importado, protegido pelos vidros negros impenetráveis, começara a desnudar-se revelando graciosa lingérie vermelha, de rendinhas.

*    *    *
Aquela vez, entretanto, não fora como as outras.
Reinaldo percebera o nítido distanciamento de Betinho – ensimesmado, frio, desanimado.
- O que está havendo? Te conheço, sei que tem algo errado, perguntou o vereador enquanto deitava sua cabeça sobre o colo do rapaz.
A revelação fez o político por-se de pé em um único salto: Betinho queria se casar. E com uma moça, que conhecera no cursinho.
- Mas como pode isso? Você já não tem sua moto, seu carro e até sua casa, que te dei? De papel passado e tudo? O que mais você quer? Isso não faz parte do nosso acordo!
O rapaz fincou o pé em sua decisão, acrescentando mesmo que resolvera se converter à religião de sua noiva – sim, noiva! - e que tudo entre eles deveria terminar ali, com Betinho ficando com tudo o que ganhara, obviamente, já que os bens estavam em seu nome.
- Traidor! Você é um traidor, berrava Reinaldo pelos corredores da ampla casa da chácara.
A discussão tomou o resto da noite, que deveria ser só de arrufos, e deixou um arrasado Reinaldo à porta de sua casa bem cedo, pela manhã. Sua mulher nem mais perguntava o que teria acontecido; há muito ela já compreendera que a vida de um político era mesmo assim – sem hora nem local, a política consome!

*    *    *

Purificado e salvo em nome de Jesus, Betinho resolvera não desapontar sua noiva e, como marco de uma nova vida, resolvera devolver à Reinaldo todos os discos de DVD que eles gravaram. Já que o rapaz ficara com os bens, que ao menos seu antigo protetor se sentisse seguro dando um fim naqueles filmes, cujos principais personagens eram eles mesmos, e que mostravam toda a luxúria e depravação de suas noites juntos. Tanta devassidão não mais fazia parte da vida do agora crente Betinho, era agora um homem correto e Reinaldo que queimasse os discos, ao recebê-los.
Entretanto, por uma obra que certamente só poderia provir do Inimigo, o vereador encontrava-se no Rio de Janeiro, em viagem oficial, quando o correio bateu à porta de sua casa. Léa, sua esposa, atendeu e recebeu o pequeno volume empacotado, escrito com hidrocor por cima: “Para provar que não sou ingrato”. Tal frase, mesmo escrita por letra claramente masculina, provocaria a curiosidade de qualquer um – quanto mais a de sua mulher, que andava suspeitosa que o marido andasse recebendo favores de empreiteiras da cidade.
Antes fosse suborno. Em choque, Léa foi hospitalizada com uma crise de hipertensão e o pacote de discos – agarrado firmemente por ela no momento da internação – foi parar nas mãos dos repórteres que por lá apareceram, alertados pelas solícitas auxiliares de enfermagem que tanto acusaram a entrada da esposa do vereador quanto a eles entregaram o embrulho.

*    *    *

Um estranho assalto à residência vitimou Betinho, com nove tiros na cabeça, à queima-roupa. O inquérito fora arquivado enquanto o vereador entregava metade de seus bens à ex-mulher e a outra metade à diversos segmentos da mídia local, a título de um acordo de cala-boca.
Graças as boas relações que ainda mantinha com o diretor do hospital, as enfermeiras envolvidas no caso tiveram seus contratos rescindidos, enquanto a admissão da viúva de Betinho era providenciada.
Reinaldo – agora apelidado de Gaynaldo pela oposição – ainda manteve-se como um calado e bastante ausente vereador até o fim da legislatura, quando retirou-se da política para dedicar-se à corretagem autônoma de imóveis, em Rio das Ostras.

Walter Biancardine


                A censura de Walcir Carrasco

Prezado Opinião:
Não consegui postar a mensagem no seu jornal, por isso, resolvi escolher este caminho.
Acredito que foi acertada a decisão da autoridade Jurídica, que julgou o caso de "Walcir Carrasco", pois, entendo que, mesmo sendo uma pessoa notória, possui o seu direito resguardado, ou seja, não ser vituperado desta forma. Quanto a novela Gabriela, impreterivelmente, a emissora Rede Globo informa a recomendação da faixa etária, e ainda, tem o cuidado de não denegrir a imagem de alguém, a não ser o seu próprio personagem.
Código Civil 2002
Art. 20. “Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”.
Thiago Mourão, RJ

Caro Thiago, muito obrigado por suas linhas.
Lamentamos o problema ocorrido, mas nosso e-mail está a disposição.
Com relação ao seu pertinente comentário, gostariamos de dizer que, em nossa opinião, o caso Walcyr Carrasco deve ser visto em conjunto com outro semelhante, acontecido recentemente, que é o do apresentador Sílvio Santos que, da mesma forma, tomou medidas judiciais contra o programa de TV.
Não é intenção deste jornal advogar em defesa do Pânico na Band, entretanto o que está em questão é a liberdade de expressão – mais precisamente, os limites do humor.
Pessoas notórias, no entendimento da Justiça e da mídia brasileira, devem ter seus direitos resguardados e assim acreditamos que os foram, ao terem suas petições acolhidas. Por outro lado, em nenhum momento do programa – seja nas sátiras ao apresentador SS ou ao sr. Carrasco – foram-lhes atribuídos deméritos. Apenas, como caricaturas, tiveram traços - públicos e notórios - realçados.
Matar o humor pela autocensura apenas repete o mesmo processo repressor à que o jornalismo vem sendo submetido: ao invés de censores, juízes.
No caso da novela global “Gabriela”, não foi intenção deste jornal reprovar seu conteúdo, muito pelo contrário: apenas destacamos uma possível incoerência de critérios em alguns formadores de opinião, mesmo que a referida peça artistica esteja adequada à sua faixa – digamos – censória.
Esta é a nossa opinião, e aguardamos mais comentários seus.
Continue nos prestigiando com sua leitura!

Fala, leitor!

Prezado Walter Biancardine:
Como um de seus 7 leitores (rs) e admirador de seus escritos, desejo todo sucesso no seu retorno.
Grande abraço,
Alberto Corrêa e Castro Neto

Um grande abraço, Alberto!
Continue nos prestigiando!


A Justiça é jovem

Um estranho comportamento birrento parece ter tomado conta dos mais altos quadros do Judiciário Federal e Estadual, nos últimos tempos.
Uma sucessão de decisões controversas tomadas pelos magistrados de ambas as esferas passam à opinião pública a impressão de que, tal como adolescentes que adotam posturas exatamente opostas ao bom senso apenas para provar sua independência, viveriam estes mesmos togados uma crise de autoafirmação sem precedentes na história republicana.
No âmbito Estadual, uma sistemática fileira de condenações e barreiras ás pretensões eleitorais de todos os candidatos não alinhados com o Governador Sérgio Cabral – ao lado de liberações e absolvições de aliados – ultrapassam todos os limites da coincidência e lançam uma triste sombra de suspeita sobre a independência e isenção deste Poder.
Já em Brasília, decisões que fulminam a crença de um povo na justiça dos homens são tomadas sem pejo e ainda alardeadas como prova de independência de juízes.
O direito é uma ciência e os leigos devem se abster de criticar condutas ditadas por uma técnica a qual desconhecem. Porém, sendo uma área das ciências humanas, seus executores tem o dever moral de não permitir o divórcio entre aquilo que é lei e o que é justo.
Quando as cortes fecham os olhos aos fatos e, acanhada ou convenientemente, se atém ás provas, preparam o caminho sem volta para o absolutismo e mando pessoal de um ou outro, que empolgue o Poder no momento.
Viciado em seu nascedouro, o sistema de escolha de magistrados pelo Presidente da República ou equivalente, já adentra ao contraditório devedor de favores.
Quando uma nação conclui que não mais possui instituições, cria-se grave crise moral e abrem-se as portas para toda e qualquer aventura revolucionária que vise impor a ordem.
Atitudes como o voto do revisor do mensalão teriam, em outros tempos, provocado o afiar de baionetas nas casernas. Mas vivemos em um país tão desfibrado pela mídia tropical e malemolente que – se por um lado é bom que a farda se atenha aos quartéis – por outro perpetua no poder uma outra ditadura, bem mais simpática e demagógica, que esconde por trás de seu assistencialismo os dentes afiados do stalinismo estatizante e censório.
Não podemos nos esquecer que quanto mais simpático o ditador, pior é para a nação.
Passamos da hora de dar um basta.

Walter Biancardine


Um senhor que ajuda

- Graças a Deus ela tem um senhor que ajuda, senão nem sei o que seria dos seus estudos, exclamou aliviada dona Palmira, ao saber que os três últimos meses do colégio da filha – uma linda jovem de 15 anos que desabrochava em flor diante da cobiça alheia – estavam adiantadamente pagos.
Rousemar – ou simplesmente Rose – era o fruto dourado do casamento daquela pobre costureira da Vila Nova, viúva de um pescador que ninguém sabia ao certo se havia, de fato, morrido.
Seu Alberízio – o senhor que ajudava devotadamente a jovem – era um conhecido e circunspecto dono de comércio na praça Porto Rocha e, altruísta, tudo fazia para que o anonimato de sua filantropia permanecesse.
Proprietário de um armazém de aviamentos e passamanarias, não apenas custeava os estudos da jovem como também provisionava a mãe da menina com fornecimento abundante de matéria-prima para suas costuras. De fato, a vida finalmente parecia facilitar um pouco as dores de dona Palmira, agora amealhando seus trocados com as costuras e apostando na formosura da filha como o arrimo de sua velhice.
Aquele final do ano de 1966 seria, de todas as maneiras, marcante para a pequena e modesta família. Sua pequena jóia, Rose, terminaria o primeiro grau, completaria 16 anos e poderia ajudar a mãe em sua faina de costuras e arremates. Dona Palmira já ensaiava o discurso de agradecimento que faria aos pés do generoso Alberízio, quando a pequena irrompeu pela sala, decidida:
- Mãe, vou embora daqui.
A velha sentiu o teto desabar-lhe sobre a cabeça, e perguntou quase em uma expectoração:
- Como assim, minha filha? Endoidou?
-Não, o seu Alberízio me disse que quando eu completasse os estudos ele montava uma casa para mim, revelou, sem a menor cerimônia.
Palmira sentou-se em seu sofá puído, em busca de amparo. Compreendera de um só lance tudo o que se passara nos últimos dois anos; da mudança de comportamento da pequena passando pelos seus trejeitos e gostos precocemente femininos, as conversas cochichadas entre Rose e seu protetor – que supunha somente caridosos e ajuizados conselhos paternais – e sentiu-se enojada e envergonhada de jamais ter enxergado a concupiscência em tantos “colinhos” que o abastado senhor oferecia à jovem, ainda menina.
Uma surra de cinta limitou o trânsito da rapariga entre seu quarto e o banheiro enquanto, resoluta, Palmira ganhava a rua rumo ao armazém de aviamentos.

*    *    *

- O senhor é um homem casado, seu Alberízio! Como pode fazer isso? E com uma menina que podia ser sua filha, disparou Palmira, defronte ao balcão da loja que ficava na frente do lar do comerciante. O até então circunspecto senhor gelou com a súbita aparição da costureira e quase desmaiou ao constatar que sua mulher, alarmada com os gritos, veio à venda para saber o que se passava.
Palmira olhou a mulher, uma senhora de idade aproximada à sua, que enxugava as mãos em seu avental e trazia atrás de sí uma pequena fieira de crianças curiosas – uma prole que ia de uns 9 aos seus 15 anos – e perdeu o ímpeto.
- Seu Alberízio, eu preciso falar em particular com o senhor!

*    *    *
Arrependera-se daquela conversa. Arrependera-se mesmo de ter sentido alguma piedade da mulher do negociante, dos seus filhos, completamente inocentes da depravação que minava seu lar, feito infiltração dos piores esgotos da alma. Realmente, arrependera-se de tudo ao constatar que – na prática – aquele seríssimo senhor era agora proprietário de sua filha, um cafetão em trajes sociais cujo único interêsse teria sido preservar uma libido decadente, alimentando-a de mocinhas cada vez mais jovens e que porventura já houvessem nascido sem o sentido da decência em suas almas.
Sim, porque não há concubinato com menos de dois culpados. Agora Palmira sabia que, por razões que só Deus entenderia, sua pequena filha sempre estivera disposta a trocar a virtude pelo conforto, desde que aprendera a traduzir as razões de tanta gentileza do velho senhor, e isso mal saída da infância. Na cabeça suja da pequena, pensava Palmira, que mal haveria em deixar-se apalpar se era tudo o que o velho queria? Em troca ela teria boas roupas, passeios, estudo!
Concluíra finalmente que sua filha achara a troca justa, quase uma pechincha, antes de cair ao chão vitimada por um derrame.

*    *    *

Quatro anos se passaram desde a morte da pobre velha. Quatro anos se passaram, nos quais a agora moça feita insistia em seu sonho de casar-se com o velho Alberízio – insinuações sempre rechaçadas a custa de piadas, brigas ou mesmo presentes caros.
Naquela véspera da decisão da Copa do Mundo, Rose encheu-se de razões cuidadosamente garimpadas entre os grãos de sua moral e bateu às portas do comércio de seu protetor. Sem a condescendência de sua falecida mãe, a moça criou um escândalo de proporções bíblicas ao provocar a expulsão do velho de sua própria casa, pela sua enfurecida mulher que agora, finalmente, sabia de todo o lodaçal que corria sob seu nariz.
Assustada com as consequências avassaladoras de seus atos, escondeu-se Rose em sua casa de teúda e manteúda enquanto os comentários ganhavam a cidade, desmoralizando toda uma família, um comércio, e sem sinal de que aquilo fosse ter um fim tão cedo.
Os meses correram. Alberízio perdera o comércio para sua mulher, ameaçado pelos cunhados. Empobrecido, mudou-se para uma pequena casinha cujo aluguel às duras penas pagava, com seus parcos rendimentos de caseiro na mansão de um milionário carioca.
Imaginou o velho que seria a hora, então, de casar-se de fato com sua protegida e poder contar com o conforto daquela casa, que tão cara – em todos os aspectos – lhe saíra. A resposta a sua reivindicação, entretanto, fora uma debochada gargalhada. A formosa Rose era agora noiva, casaria em breve com um tenente que servia na Base Aero Naval de São Pedro da Aldeia, e que se ele não fosse embora logo, ela mandaria chamar os militares.
Alberízio terminou seus dias na mais sórdida miséria, em uma cabana nas matas do Peró, onde fazia uma pobre menina cega vender conchinhas na beira da estrada, aos turistas que passavam.

Walter Biancardine




Várias Variadas

·OFENSAS

Se alguma mídia opina desfavoravelmente a respeito de uma ATITUDE (pública e verdadeira) de uma pessoa pública, isto é tomado como uma ofensa PESSOAL; e é passível de processo judicial e das punições previstas em LEI. Porém, se outra mídia ofende e macula a VIDA PESSOAL (privada e nem sempre verdadeira) de uma pessoa pública, isto é levado na conta de “birra” ou “fofoca”- ou seja, é NORMAL, e o ofendido que se vire para limpar a barra perante a comunidade, ou que engula a “mácula” como puder... Faz sentido?

·ELOGIOS
Algumas mídias têm por costume cair de pára-quedas numa “briga” alheia (como a acima descrita) e tomar o partido que mais lhes convenha no momento – sem sequer averiguar os comos e por quês. Mas como alguns “rixentos” ( ou ofendidos – como queiram) o são por compulsão, mais dia menos dia os então paladinos, acabam se tornando “réus” em ações propostas por alguém da mesma patota daquele que tão avidamente e briosamente foi por eles defendido. É “bem feito”? Até pode ser... Mas, faz sentido?

·PESOS & PENAS
Incorre em crime de RACISMO - imprescritível e inafiançável e quiças hediondo a partir da reforma do C. Penal; um dono de restaurante que impeça uma cidadã “boazuda” afro-descendente de se alimentar em estabelecimento comercial. A pena é de prisão e multa. Se a mesmíssima gostosona, no mesmo restaurante levar uma navalhada que lhe deforme o rosto (lesão deformante e irreversível), por que uma mulher ciumenta cismou que a moça estava paquerando-lhe o marido; a agressora incorre no crime de LESÃO CORPORAL, que segundo o mesmo código: permite fiança, só procede mediante queixa da vítima, e prescreve. E a pena é proporcionalmente muito inferior a aplicável no primeiro caso... Faz sentido?

·RESPONSABILIDADES
Já se incorporou aos costumes o corre-corre para finalizar e inaugurar obras públicas em período eleitoral (com ou sem a presença dos candidatos da situação). Também é bastante comum que serviços públicos (varrição, coleta de lixo, poda de árvores, mutirão de serviços de saúde) assumam uma súbita importância e presteza (lixeiros 3 vezes ao dia?). E que tal a criação de programas profissionalizantes e de empregabilidade e que de lambuja proporcionem aos inscritos uma mesadinha? E que por mera casualidade funcionem em prédios públicos (escolas municipais, por exemplo)... E o que dizer se curiosamente a responsabilidade pelos ditos serviços estão ou estiveram a cargo de pessoas que ou são candidatos, ou tem parentes que o são? Faz sentido?

·EXPOSIÇÃO
Fica muito difícil entender o que pretende um político que expõe os membros da sua família como se estivesse em um leilão de gado, mostrando claramente ao seu eleitorado (pobre e desvalido) que “ele” tem uma vida pessoal e familiar saída diretamente de um “anuncio de margarina” – tipo não é pro teu bico. É uma bofetada na cara do pai e da mãe, doentes, desempregados, com meia dúzia (os que sobreviveram) de filhos famélicos e ignorantes. Por felicidade esta GENTE não tem televisão - de modo que a arrogância e o assédio moral não tornam o “sofrimento” continuado, mas a birosca da esquina tem; e a imagem “deletéria” vai acompanhar estes eleitores na hora de digitar o número do candidato na urna. Faz sentido?

·DANDO NOMES AOS “BOIS”
Como o digníssimo público leitor/eleitor há de ter percebido AQUI não são dados “nomes aos bois” (ou melhor dito aos capetas). Motivo? Bem, em primeiro lugar por que nem o editor do Jornal Opinião, nem esta escriba têm meios para pagar todas as multas que adviriam desta deduragem. Por outro lado, qualquer dos nossos antenadíssimos leitores é perfeitamente capaz de identificar os personagens por conta própria. E finalmente as mesmas colocações feitas aqui são aplicáveis a vários casos locais ou não. Faz todo o sentido! É ou não é?

* Beth Michel é artista plástica, aprendiz de escriba, blogueira e “crítica contemporânea” ( chique no último né?)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012



  Gislaine dos três verões

Uma pré adolescente encantadora, dificilmente um turista
dos milhares que visitavam a cidade a cada verãoa suporia tão mal nascida nos baixios do Morubá, vizinha de esgotos a céu aberto e criações de galinhas. Corpo esguio, olhos azuis e pele alva, era uma edição revista e melhorada dos rudes e vermelhos caiçaras que um dia povoaram o cabo.
Enquanto criança, denunciava sua pobreza pelos vestidinhos de chita rotos e desbotados, que esvoaçavam em suas loucas e desabaladas correrias com a criançada da rua, atrás de pipas, bolas e piões. Sua beleza pueril passou quase menosprezada até seus onze ou doze anos, quando o faro apurado da molecada começou a querer sua companhia para outras brincadeiras que não pique bandeira, futebol ou búlica.
Apartada da fome nervosa de seus antigos amigos pela mãe, Gislainetal como uma borboleta em seu casuloagasalhou sua beleza durante longos quatro anos até que, premida por vaidade tímida mas que ainda assim acarretava despesas, arranjou um emprego graças aos auxílios de um tio torto, visitante assíduo de sua família e que dedicara especial afeição à menina-moça durante todos esses anos difíceis de reclusão.
Sua família, entretanto, nunca entendeu sua mudança após começar a trabalhar: toda a afeição que Gislaine aceitava de seu tio transformou-se em um nojo inexplicável, e passou a cada vez mais evitar ficar em casa, sempre com desculpas de solicitações do trabalho ou da escola.

O primeiro verão
Esplendorosa em seus dezesseis anos, o verão de 1984 descobriu Gislaine nas finas areias do cabo.
Hordas de admiradores perseguiam-na, em busca do privilégio machista do débút com a donzela da restinga. Garotos locais e turistas se revezavam em suas impertinentes solicitações e convites mal formulados, e a todos a resposta era um inseguro e tímidonão, acompanhado de uma inocente lambida em seu sorvete.
O seunão, junto com a pouca idade, impunham um respeito mal contido à sanha depravada dos seus solicitantes:
- Verão que vem ela vai estar uma uva, diziam, lambendo os beiços e arrepanhando as partes.
E assim seguiu o verão de Gislaine, em seus divertimentos acanhados no Fliperama ou passeios com as coleguinhas na rua do hotel Malibúolhando os turistas em seus carrões, rindo e sonhando com o príncipe encantado que, certamente, as levariam para uma vida de sonho e luxo.
Entretanto, como é da vida acontecer, um dia Gislaine compreendeu todo o seu poder ao sofrer o constrangimento de uma declaração de amor de seu patrão na loja de doces, que se ajoelhou, chorou e prometeu montar uma casa para ela e ajudar toda sua família, se a menina fosse dele.
Sua recusa transformou-se em demissão, tal como outras três antigas amadas do comerciante, que foram sumariamente dispensadas após o devido uso. Ela, ao menos, foi embora por negar seus favores.

O segundo verão
No verão seguinte Éricaa antiga Gislaine rebatizada pelas amigasestava, de fato, uma uva.
Sabia que tinha uma arma entre as pernas. Seu tio a cumulara de favores durante anos e mesmo seu antigo patrão, por mais ordinário que fosse, prestava-se como seu capacho, na crença de que a demoveria em favor de ser sua propriedade.
Conseguira um emprego em uma boutique que, além do salário razoável, permitia que a beldade usasse algumas das roupas lá vendidas. Bela, bem vestida e devidamente protegida pela maldade recém-descoberta de seu poder libidinoso, apostou Érica todas as suas fichas naquele verão.
Não frequentava mais Cabo Frio, trocando suas praias pelas areias bem mais promissoras de Armação dos Búzios onde se misturava, sem destoar, com as belas moças cariocas, francesas, italianas e argentinas que banhavam e exibiam seus cobiçados eagora sabiacaros corpos.
Um rapaz do Rio de Janeiro, jovem, bonito e rico, a levou um dia para passear de lancha. Tirou fotografias e disse que, breve, ela estaria desfilando nas passarelas. Se não alcançou de imediato o eixo Milão-New York-Paris, as fotos renderam-lhe prontamente convites para desfiles locais, onde donos de comércio da região, misturados a turistas cobiçosos, muito desfrutaram de sua companhia em troca de promessas de fama, sucesso e glamour.
Érica agora era requisitada, jovem e bela; o mundo estava a seus pés e ela não se misturava.
Seus antigos amigos não alcançavam seu grand monde superior, rarefeito em sofisticação, e nem de longe teriam dinheiro para frequentar os mesmos lugares onde ela seria encontrada.
Durante um ano inteiro viveu uma vida de festas, passeios em carros importados, restaurantes caros e promessasmuitas promessas, tantas quantas foram seus amantes. Chegou mesmo a viver sozinha uns bons quatro meses em uma luxuosa cobertura, de conhecido magnata da construção civil, enquanto seu romance durou.
Porém, em um rápido balanço daquele ano tão louco, de seu conseguira apenas uma pequena motocicleta, presenteada por um empresário com quem tivera um curto e tumultuado caso. As noites sem dormir empregadas em festas, os excessos, as bebidas, orgias e incessantes solicitações começaram a cobrar seu preço: às portas do verão seguinte, Érica se olhava no espelho preocupada com seu viço, que se perdera.

O último verão
Seus olhos eram agora de um azul aguado, desbotados e vermelhos. Sua fina pele caiçara denunciava o castigo do sol, em rugas precoces que realçavam seus cabelos de palha, queimados e sem brilho.
Tantos jantares e drinks mudaram sua silhueta, acrescentando quilos e culotes onde jamais houveram, e impondo à sua renitente vaidade o uso de cintas e calças cada vez mais apertadas.
Sentia que perdera as condições de disputar atenções em Búzios e voltara, como filha pródiga, a frequentar Cabo Frio. Nos inevitáveis reencontros com os antigos amigos, disfarçava o saber-se usada com uma simplicidade de alma muito perdida:
- Cansei daquela confusão. Eu nem escutava o que me diziam, com toda aquela música alta. Por isso que agora prefiro barezinhos assim, escondidos e sossegados. Pelo menos a gente pode conversar, e é isso que importa, não é?
Os barezinhos, escondidos e sossegados, eram a trilha do despenhadeiro de seus sonhos: cada vez mais escondidos, cada vez mais simples, obrigavam GislaineÉrica pertencia a um outro mundoà esforços quase incoerentes para justificar seu ostracismo.
Os empregos eram crescentemente difíceis, levando-a à uma série de casamentos que a sustentaram ainda alguns poucos anos. O desrespeito dos homens pelas suas formas, sempre mais flácidas e maiores, invariavelmente terminavam em pancadas e privações.
Rendeu-se, um dia, à realidade. O mundo odeia a beleza e felicidade, Érica estava morta e ela, com a vida enxertada por uma esperança que não lhe pertencia, saltara direto da infância para a velhice.
Nunca chegou a saber se Érica seria a vida real e Gislaine o pesadelo, ou se Gislaine era seu destino e Érica apenas um sonho.
Esperanças mortas, vive hoje em companhia de seu tio tortoentrevado em uma cadeira de rodas, mas ainda solícitoe é atendente em sua barraca de caipifrutas na entrada da favela, juntamente com a mulher dele.
De seu passado, glorioso e breve, guarda apenas fotografias amareladas e um escondido caso com a pobre moça, companheira de trabalho, que a segue e ampara como cão fiel.

Walter Biancardine