Batata quente
Entretanto, o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração foi transformado, nas mãos da mídia servil, em um verdadeiro instrumento de chantagem, ao afirmar que outros candidatos teriam apelidado este plano de “batata quente”.
Em português claro ameaçam que, eleito qualquer candidato que não seja o oficial, o mesmo irá, certamente, descumprir a demagógica proposição governista.
Chantagem, pura e simples.
Esquecem-se os imorais arautos da midia situacionista que, ao apelarem para o que há de mais vil – a compra de consciências – não apenas jogam em nossa cara toda a torpeza da qual nos supõem capazes como, igualmente, demonstram não se libertar do arraigado hábito de adquirir votos, seja em dinheiro vivo, seja em pacotinhos bons pra cacête.
Servidores municipais certamente estão com salários achatados, e qualquer correção é mais do que justa. Mas é pouco provável que se sintam em igual situação de infelizes que são obrigados a trocar votos por televisões, dentaduras ou bujões de gás. Tal correção nos vencimentos teria sido inatacável e honesta se proposta, por exemplo, há um ano atrás – época em que os servidores estavam com os salários tão defasados quanto hoje.
Oferecê-lo hoje é má-fé, sôa como vigarice e chantagem.
É crer demasiadamente em coincidências para não enxergar um crime – ou mesmo heresia – eleitoral um prefeito decretar um aumento brutal em vésperas de eleição, e que só não causará um rombo nas contas da Prefeitura pelo fato de sermos – embora não pareça – uma das cidades mais ricas do estado.
Como a própria imprensa comprada afirma ao comentar declarações de adversários políticos,“ a lei foi chamada de “batata quente” por um dos candidatos à prefeitura da cidade. A postura pejorativa indica que, se eleito, o plano pode não ser integralmente cumprido e obedecido pelo político em questão (…) É clara a diferença de opções de governança.”, conclui o articulista, em sua ameaça velada.
Esquecem-se os continuístas de dizer ao seu público que Cabo Frio tem uma arrecadação brutal, que entupiu os cofres públicos com bilhões de reais e que dinheiro é o que não falta – nem jamais faltou nos últimos anos.
Se não houveram obras, melhorias, saúde, educação e infra estrutura, foi pela escassez política, nunca financeira.
Mas mesmo o esquecimento denota a má-fé, pois qual servidor não se perguntará o porquê de só agora, às vésperas de eleições, uma Prefeitura milionária se lembrar de seus sofrimentos?
É preciso urgentemente por um fim a tal prática sórdida, tão em voga em determinados setores da política cabo friense.