segunda-feira, 20 de agosto de 2012



Um raciocínio vale mais que mil fofocas

É público e notório o fato da pouca mídia que apoia o candidato neo-marquiniano despender um esforço considerável em busca de alvos para suas balas de festim.
Sem nenhuma noção do que seja jornalismo, passando ao largo da mais comezinha verdade que nenhum candidato ganha ou perde uma eleição por passar trote ao vizinho, conversar com adversários políticos, pedir um café fiado ou mesmo sair às ruas calçado com uma meia de cada cor, perdem-se os atônitos da tropa de choque neo-marquiniana-ortopédico-stalinista em futriquinhas de comadre e cochichos sobre os mais diversos assuntos – menos sobre o único que interessa ao eleitor: que diabos fará o seu candidato, caso saia vitorioso.
Tal é a contradição genética da surreal candidatura, que o slogan já funciona quase como um pedido de desculpas - “vai ser diferente”.
Como diz Lula, o filósofo, nunca antes na história deste país um sucessor apontado pelo governo montou uma campanha prometendo ser diferente de seu antecessor.
Por outro lado, na ausência de vida própria em seus – vá lá – projetos de governo, agarram-se à figuras que imaginam terem algum poder sobre o eleitor, tais como o sr. Governador e alguns tribunos de desempenho desbotado. Agarrar-se à um governo cada dia mais impopular como o que temos no Estado do Rio é, evidentemente, um ato de desespero.
De fato, tantas são as atitudes com viés claramente desesperado que a única esperança que um eleitor pode supor que eles possuam seja o uso da máquina governamental – em escala municipal e estadual, graças as tais “alianças pela integração entre os governos”. Nome bonito.
Em nenhum momento apresentam planos de governo, propostas, projetos.
Limitam-se as futricas de botequim, como se uma candidatura naufragasse pelo fato de seu desafeto ter errado um pênalti, por exemplo.
Arrogam-se de arrastar multidões aos seus comícios e apontam supostos desertos nos comícios adversários, em um clima de “já ganhou” que, paradoxalmente, dispensaria qualquer propaganda. Ora, pela lógica bastaria que seu candidato sentasse na poltrona e esperasse a vitória, tão proclamada como certa por eles. Então, por que tanto esforço, gasto de dinheiro e comemorações surreais?
E nem mesmo nas futricas conseguem ser originais. Basta verificar em um dos poucos veículos que apoiam os neo-pacotinhos-bom-pra-cacete uma suposta piadinha que seu autor deve ter achado supimpa: lá, o neófito compara um blogueiro desafeto ao personagem Forrest Gump.
Meu filho, eu te perdôo pela sua pouca idade. Esta comparação foi feita originalmente por mim anos atrás, no apagar das luzes do desastroso governo de Toninho Branco, em Armação dos Búzios.
Enfim, nesta época provavelmente suas leituras se resumiam aos gibis e mangás. Não é culpa sua desconhecer a história.
O fato é o seguinte, a candidatura adversária não possui:
  • Projeto de governo exposto de forma clara, detalhada e compreensível
  • Explicação para o fato de buscar uma aliança evidentemente espúria, ao lado de quem sempre – não ocasionalmente, mas sempre – criticou
  • Legitimidade, pelo sofisma evidente em seu nascedouro
  • Propostas maiores que fofocas sobre seu adversários
De fato, não se trata de uma candidatura. É um projeto de continuísmo a todo custo, emprenhado do mais profundo sentimento de vingança contra o único candidato com tradição política, propostas concretas e – fundamentalmente – que não pertence ás elites que dominam a cidade desde que Américo Vespúcio ainda nem sabia nadar.
Resta-nos imaginar que fascínio exerce o poder sobre os seres humanos, ao ponto de renegarem todo seu passado – até mesmo o recente – em troca de alguns anos daquilo que ele, ingenuamente, imagina ser o “Mando”.
Que o destino nos poupe de uma dinastia de fantoches na cadeira de prefeito.