domingo, 3 de abril de 2016

CAPANDO O GATO: DILMA DECRETA SIGILO SOBRE “PEDALADAS” - Dívida com a Caixa por gestão de programas sociais é mantida em segredo


BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff decidiu manter em sigilo o tamanho exato da dívida e quem são os devedores de taxas destinadas à Caixa Econômica Federal por conta da administração de fundos e programas sociais, tais como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida,por exemplo.

A Caixa é contratada pelo governo para executar programas como os citados cima e precisa ser remunerada pelos serviços prestados. Em processos de conciliação que tentaram, sem sucesso, garantir os repasses ao banco – ou seja, cobrar os devidos pelo Governo – a Advocacia Geral da União (AGU) relacionou a falta de pagamento dessas taxas de administração ao represamento de recursos conhecido como “pedaladas fiscais” - as tais que Dilma alega serem perfeitamente legais.

Dilma passou a “empurrar com a barriga” o pagamento das tarifas, um tipo de “pedalada” que gerou um débito incalculável com a Caixa e parte dessa dívida já é cobrada na Justiça Federal em Brasília. Por isso, a composição da dívida, com o detalhamento de todos os programas pelos quais a instituição financeira deveria ser remunerada, permanecerá oculta, conforme decisão em última instância do governo.

O pedido pela Lei de Acesso, apresentado em 29 de julho de 2015, cobrou o valor pormenorizado de cada fundo e programa; o tamanho exato das dívidas da União, dos estados e das capitais; e o valor privado envolvido. Todas as instâncias previstas na lei negaram. A decisão definitiva foi tomada por uma comissão mista integrada por representantes de nove ministérios, que emitiu um parecer. Desnecessário comentar sobre a pressão do Governo Federal sobre tais instâncias.

O parecer apenas sugere que a Caixa informe os fundos e programas com taxas a receber e diz que o banco “descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação”. Mas o ouvidor-geral da União Gilberto Waller Júnior superior da analista de Controle, discordou do parecer. Para ele, a informação deve ser pública, mas fornecida pelos devedores: um verdadeiro ato de má-fé, já que esse levantamento seria impossível de ser feito, por envolver diversos ministérios, 27 unidades da federação e as mais diferentes cidades.

Na última instância prevista em lei, a Comissão Mista de Reavaliação de Informações concordou com o ouvidor-geral. A informação foi negada, com base no argumento do sigilo bancário.

OPINIÃO – Devo, não nego. Pago quando puder (nunca)

Depois de usar o Palácio do Planalto como palanque partidário e nele incitar a violência; depois de obstruir a Justiça com a nomeação de um gangster como Ministro para obtenção de foro privilegiado; depois de cometer e assumir o crime de falsidade ideológica ao confirmar – em um de seus comícios palacianos – que, de fato, enviara um termo de posse “fajuto” para Lula assinar; depois de entregar a Presidência da República de fato (e sua articulação politica) à um sujeito sem cargos e sem votos, criticarmos Dilma Roussef pelo seu calote ao país com o dinheiro do contribuinte parece-nos pouco, um crime menor.

Mas um estelionato financeiro é tão igual quanto um estelionato eleitoral – o calote é o mesmo, a vigarice é idêntica e as vítimas, infelizmente e mais uma vez, somos nós.

Um partido de criminosos patológicos, quase compulsivos como o PT, está abaixo de quaisquer considerações de ordem política ou ideológica: o caso deles é de página policial, mesmo.

Que as necessárias demoras de âmbito legal, na Comissão do Impeachment, não esfriem a justa revolta de um povo que simplesmente não suporta mas o PT, seus seguidores e todo um sórdido caldo de cultura – a glamourização do medíocre, a lei do mais esperto e que os fins justificam os meios – criados e impostos por eles, na última década.

O Brasil e os brasileiros são melhores que essa merda toda.

Walter Biancardine