("Todos os que vão para o inferno, sempre o fazem por seus próprios pés" - WB)
Daqui há alguns
anos, passada a vertigem atual, nos envergonharemos de tantos e
tamanhos esforços e cuidados para expelir do poder uma mera
quadrilha de celerados.
Para extirpá-los,
juristas, políticos, artistas, jornalistas, intelectuais – todos –
se esmeraram em fundamentar o óbvio, rever o já visto, deixar bem
claro o evidente, explicar o que salta aos olhos e quase pedir
desculpas ao criminoso, por condená-lo.
O único poder que o
PT dispõe – e que elevou a esquerda à categoria de seita – é o
da demagogia, e esta todos parecem temer.
Ao promover a
canalhice, desonestidade, vigarice, preguiça, taras sexuais,
ambições ocultas, crime, inveja, despeito e mediocridade como
virtudes cardeais, o PT ganhou legiões de defensores fanáticos, que
se dispunham a tudo pela manutenção e legitimação de suas
próprias podridões – as quais eram vistas orgulhosamente, no
espelho da República, enfeitadas pelo distante cheiro ideológico. E
para os que ainda resistiam ao primarismo de suas tentações foi
oferecido o dinheiro, puro e simples, que comprou tribunas, opiniões,
rimas e emoções.
Tal como um diabo
canhestro, a seita ganhou suas almas através dos sete pecados
capitais – agora, por força de lei, tratados como virtude e dever
– e contava com o que há de mais primitivo no ser humano em sua
defesa.
Entretanto e
diferentemente do anjo das trevas, seus líderes provaram de seus
próprios vícios e neles chafurdaram, resultando num cadáver sem
coração, sem cérebro e apenas com um enorme e insaciável ventre –
que o matou pelo excesso.
O gigante era de
barro e toda sua força se resumia à alcovitagem e intrigas.
Sofremos agora a
cena patética dos cuidados exagerados com as exéquias de um avatar
político, que mostra claramente o porquê de tantos terem sucumbido
aos seus encantos. Porém, se partidos morrem, os vícios são
eternos.
Quem empunhará as
rédeas populistas da ode ao baixo ventre, agora vazias?
Velas demais, acesas
por covardes, para tão exíguo defunto.
Walter Biancardine