Conforme noticiado pelo G1 e copiado por toda a mídia cabofriense, a Polícia Civil apreendeu na manhã desta terça-feira (08) computadores, tablets, pen drives, celulares, documentos de movimentações bancárias e registros de imóveis na casa do ex-prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa.
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São 17 mandados em operação contra fraude em licitações de coleta e destinação do lixo, firmadas em 2016. Um deles acontece na casa de um sócio da empresa Dois Arcos, do consórcio Duna Forte e responsável pelo aterro sanitário de São Pedro da Aldeia, que recebe o lixo de cidades da Região dos Lagos. A Operação acontece em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) e a Delegacia Fazendária (DelFaz) da Polícia Civil.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no último ano de mandato do prefeito Alair três empresas se uniram e venceram a licitação para coleta e depósito de lixo de no valor de R$ 48 milhões para 16 anos de prestação de serviço. Mas, dias depois, o valor foi corrigido e aumentado (sem publicação de edital, segundo o MP) para R$48 milhões por ano, passando o valor total a 768 milhões de reais pelo período. O MP suspeita que o empenho do pagamento já estaria acertado antes mesmo do resultado final da licitação.
A licitação foi suspensa por liminar concedida pela 2ª Vara Cível da Comarca de Cabo Frio, que determinou nova licitação e contratação emergencial do serviço de coleta na cidade, mas a empresa – contratada em 2017 por R$9 milhões pelo período de três meses – passou ser alvo de investigação dos órgãos competentes.
Os agentes cumprem os mandados em diversas residências e endereços comerciais que integram a lista dos suspeitos. Além de Cabo Frio, a operação acontece em São Pedro e Rio Bonito.
Os Policiais também fizeram operação na Comsercaf e, segundo informações iniciais, diversos computadores foram recolhidos.
O ex-prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa, publicou uma nota na manhã desta terça, no perfil dele no Facebook. Segundo a postagem, a polícia esteve em busca de documentos referentes a contratos de coleta de lixo, anteriores ao mandato dele. Veja o texto na íntegra:
"Desejo tranquilizar os meus amigos quanto a visita da Polícia Civil em minha residência nesta manhã.
Aqui estiveram em busca de documentos sobre a coleta de lixo na cidade nos últimos anos. Esse processo foi iniciado em 2008, há 12 anos, no governo anterior ao meu.
Informo finalmente, que nada foi encontrado em minha casa relacionado a este processo.
Já estou trabalhando normalmente em meu escritório.
Bom dia a todos".
O que nenhuma mídia dá: Opinião
O Opinião sempre deixou claro seu apoio a Alair Corrêa, e não será um procedimento policial de praxe – embora extremamente desagradável – que nos fará rever posições.
Igualmente não nos dedicaremos a apontar erros alheios – tantos e tão notórios, como “listões” de fantasmas, quotas de portarias na Prefeitura, compra de helicópteros e outros – porque o crime de um não abona, justifica ou atenua os nossos próprios.
Mas o fato é: não há crime, o que há é uma apuração policial em curso envolvendo uma autarquia que, há anos, vem sendo tratada como verdadeira “bucha de canhão” por administradores.
Uma vez provada a inocência de Alair Corrêa nestes fatos, restará a situação horrível de ter sido visitado por investigadores, mas é o preço a pagar por ser não apenas um homem público, mas um administrador de destaque notório em todo o Estado do Rio – e prego que se destaca sempre toma marteladas.
A culpa é como gravidez: não existe alguém apenas “ligeiramente” culpado, ou se é inocente ou não. E o Opinião compartilha a fé na absoluta inocência de Alair em todo este processo.
Mas cabe dizer: o Brasil mudou, não suporta mais a leniência judiciária, e esperamos que os culpados paguem – sejam eles quem forem.
Walter Biancardine
Editor Chefe
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