terça-feira, 22 de maio de 2018

CRISTIANE FERNANDES: UM PASSO CERTO NO TOM ERRADO

Candidata exerce direito legítimo mas complica ainda mais o cenário eleitoral


O recente “imbroglio” envolvendo o nome da ex Secretária da Melhor Idade, ex candidata a vice Prefeito na chapa de Dr. Adriano e atual concorrente á cadeira maior no Palácio Tiradentes, Cristiane Fernandes, nos mostrou o quanto os interesses populares podem estar nas mãos de grupos com objetivos completamente diferentes.


A candidata experimentou na própria pele o medo do partido de Dr. Adriano, o REDE de Marina Silva, diante de uma falha do sistema de registro na web – o atraso na atualização das informações não foi culpa da candidata e sim do software ou seus operadores.

Somado á isso, igualmente concorreu o interesse de boa parte da esquerda cabofriense em substituir o nome de Cristiane por alguém mais “dócil” á suas ordens – ou completamente doutrinado e submisso, caso do atual vice de Dr. Adriano. O resultado foi o “espetaculoso” pé no traseiro que a covardia do REDE e a obsessão pelo poder da esquerda aplicaram na candidatura da moça.

Em atitude compreensível e digna, Cristiane resolveu lançar candidatura própria. Registrou a mesma, imediatamente desautorizada publicamente pelo presidente da regional do PSDB, que afirmou que a legenda “preferia ficar neutra nestas eleições”.

Quem segue quem?
Não se trata de pregar a desobediência explicita de candidatos á orientações partidárias e sim de mera lógica eleitoral, pois quando um partido apresenta candidato próprio ele cresce, ganha projeção no cenário político local e somente questões muito graves justificam uma abstenção como a do PSDB. É uma via de mão dupla: o candidato precisa – por lei – de um partido e o partido se vale do candidato para projetar-se.

Conhecemos demais a politica, entretanto, para entendermos que o termo “neutro” significa na verdade “aberto á negociações com o vitorioso”, e o PSDB imaginou que Cristiane se curvaria á decisões da sigla tal como Dr. Adriano fez com o REDE. Enganaram-se.

Os maiores interesses
Este artigo não cuida de defender o nome de Cristiane Fernandes, e sequer achamos que possua chances concretas no pleito. Trata-se, isso sim, de evidenciar para o leitor a desfaçatez com que acordos de parasitagem no poder são feitos sob nossos olhos, travestidos das mais “nobres” intenções políticas. Dr. Adriano e Cristiane Fernandes tornaram-se, involuntariamente, símbolos destes acordos “pouco republicanos”: um pelo lado ruim – Dr. Adriano e sua submissão – e outro pelo lado bom – Cristiane Fernandes defendendo seu direito á candidatar-se, sem baixar a cabeça á estes tratos.

Preparem-se
Para o eleitor cabofriense sobra a certeza de que, no lugar de eleições, teremos praticamente um tribunal. Será o pleito mais judicializado que esta cidade já teve notícias, por obra e graça da ambição de meia-dúzia de pessoas, que se acham superiores á tudo e todos. A atitude de Cristiane foi um passo certo mas no tom errado, judicializando ainda mais a já complicada eleição em Cabo Frio.

O voto, ao que parece, foi substituído pela sentença. Que democracia é esta?

Matéria patrocinada por SSJ Engenharia