segunda-feira, 21 de maio de 2018

ELEIÇÕES EM CABO FRIO: TODOS ACABARAM NUS


Após as convenções partidárias e os registros de chapas no TRE, podemos dizer que estamos em plena corrida eleitoral. Tal fato provocou uma sucessão de trapalhadas, gafes e atitudes claramente desesperadas não só dos políticos concorrentes, mas também de seus assessores e até da mídia cabofriense.

Esta mídia – ou melhor, “micromídia”, pois são em maioria blogueiros – insiste em insinuar que Alair Corrêa estaria por trás de tudo mesmo sem concorrer ao cargo ou esta mesma mídia arrega e corre da raia. Mas sobre a vergonha desinformativa de Cabo Frio falaremos depois. Vamos agora aos concorrentes ao cargo de Prefeito:

A nudez dos candidatos – Marquinho Mendes
O culpado de toda esta balbúrdia, Marquinho Mendes, diz que concorre e finge viver em uma realidade paralela, ignorando sua cassação, condenação e que a lei não permitirá que assuma – mas aposta na podridão dos acertos de bastidor, ou seja, que o Judiciário repetirá os vergonhosos fatos jurídicos que permeiam sua carreira desde 2008.

Governando, digamos assim, por “procuração” - seu procurador é Aquiles Barreto, que cumpre fiel suas determinações – Marquinho abriu as torneiras da Prefeitura e utiliza desavergonhadamente a máquina pública em favor de sua eternização no comando da cidade. Como dissemos, Marquinho aposta no “lado negro da força” da Justiça, e tem sido feliz até agora.

Dr. Adriano 
Já Dr. Adriano conseguiu uma façanha incrível: de símbolo do “novo”, virtual vitorioso neste pleito, descambou para a triste condição de “farinha do mesmo saco” - pior: agregou ainda a pecha de “frouxo” ao não se impor diante dos xiliques de seu partido e aceitar a rasteira aplicada á sua (então) companheira de chapa, Cristiane Fernandes.

Isso foi a gota d’água, pois mesmo antes deste episódio de frouxidão explícita, o doutor já vinha sendo cobrado pela agressividade alucinada e desproporcional com que seus cabos eleitorais se comportavam nas redes sociais. Em ambos os casos nada fez, e de símbolo do “novo” tornou-se símbolo do “frouxo”, uma triste situação para um homem honrado, boa pessoa, mas que se encolheu diante dos arreganhos da política.

Sobrou para ele o ombro “amigo” de Cláudio Leitão que, após defesa veemente do médico nas redes sociais, empurrou um menino de seu partido, PCdoB, como vice na chapa. Agora sim, entendemos.

Rafael Peçanha
Se existe uma característica pela qual o também candidato Rafael Peçanha é conhecido além do claro oportunismo político – vide sua carreira, construída em cima dos tumultos do SEPE Lagos – é sua falta de humildade, arrogância mesmo. E esta soberba só piorou, após as trapalhadas inacreditáveis que embaçaram a campanha de Dr. Adriano e melhoraram sua situação no quadro de concorrentes.

O rapaz é calouro, como experiência possui apenas os inúmeros tumultos – passeatas, invasões, acampamentos em frente à Prefeitura – que ajudou a organizar e participou, jurando em todos eles que procedia assim “sem nenhuma intenção política”. Pois bem: graças a isso – e aos votos de companheiros de sindicato – mostrou suas verdadeiras intenções e elegeu-se vereador. Agora, picado pela mosca azul do poder, quer comandar uma cidade.

Não fossem remotas suas chances e já poderíamos ver um animado Jânio Mendes esfregando as mãos de satisfação: ele sabe quem comandaria a Prefeitura, caso Peçanha vencesse. Vale dizer que Peçanha foi incluído nesta lista não por ter chances eleitorais mas apenas porque ele e Jânio Mendes repetem, virtualmente, a situação de Achiles Barreto e Marquinho Mendes: política por procuração.

Já os demais concorrentes não representam absolutamente nada neste quadro, por isso não os analisaremos. O povo sequer sabe quem são.

Cristiane Fernandes
Cabe, entretanto, uma nota a respeito de Cristiane Fernandes: após a rasteira que levou de Dr. Adriano e do REDE, de última hora lançou-se também candidata à Prefeitura. Embora não possua chances reais de vencer, sua atitude somou-se ao humilhante convite de Jânio para que Adriano fosse vice de Peçanha e foi mais uma bela bofetada, com luvas de pelica, na cegueira política do até então virtual vitorioso no pleito, uma atitude acertada e digna de Cristiane.

Então quem nos governará?
A menos que a Justiça evidencie uma inacreditável “banda podre”, Marquinho poderá até concorrer e, graças á força da máquina pública nas mãos de seu “procurador”, vencer. Mas não levará, e graças á esta excrescência – cometida por TSE e TRE – teremos, inacreditavelmente, mais uma eleição – a terceira!

Se estas repetições grotescas se realizarão até o dia do Juízo Final, não sabemos. O que sabemos é que todos os que venderem seus votos à máquina também serão igualmente responsáveis por este quadro medonho, que mostra a nudez indecente de nosso sistema político, de nossas leis e que – hipoteticamente – nos empurraria um Prefeito réu goela abaixo.

No fim das contas, o provável vencedor será mesmo o Dr. Adriano – mas já desgastado, rançoso, velho e igual a tudo e todos que condenou, pois a política é a mais traiçoeira das missões.

Que o povo de Cabo Frio pense sobre isso.