O recado dado por 6
milhões de brasileiros neste domingo, em todos os estados do país,
foi claro: Dilma, Lula e o PT são cartas fora do baralho.
Na maior
manifestação pública da história do país a população exigiu o
fim imediato da cleptocracia petista, a punição de todos os
corruptos bem como endossou as ações do juiz Sérgio Moro e da
Policia Federal.
Em um primeiro
momento, as análises políticas apontaram o mutismo do Planalto como
uma incapacidade de reação diante do gigantismo dos protestos,
entretanto – passados já os sintomas mais fortes da embriaguez das
ruas – percebe-se este silêncio de maneira muito mais ameaçadora
do que, à primeira vista, poderia parecer: acuado e sem nada a
perder, Lula pode simplesmente assumir um ministério e a coordenação
política nesta segunda feira – leia-se “presidência da República” de fato –
como uma desesperada tentativa de livrar sua própria pele e estender
a permanência do PT no poder, até que um acaso salvador ou
convulsões públicas favoreçam uma reação.
O nome de tal jogada
é um só: golpe. Uma presidente da República resignar-se á um
papel coadjuvante e ceder suas prerrogativas á quem quer que seja,
não pode ser chamado de outra coisa, e o tão falado “golpe” que
as esquerdas gostam de anunciar que não haverá, pode ser deflagrado
pelo próprio Planalto com Lula ministro.
Argumenta-se que tal
atitude de Lula significaria confissão de culpa ou que Dilma não
teria mais como negociar com um Congresso cada vez mais hostil. Por
outro lado é prudente lembrar que a jararaca está acuada, com um pé
na cadeia e em vias de ver seu castelo de mentiras desmoronar-se em
um bater de martelo e, por isso sem nada a perder, confiando na
passividade de um povo já desmobilizado após a maior manifestação
da história do país.
Esta semana será
crucial para os destinos do Brasil e os noticiários apontarão
nossos destinos: fim de uma era ou golpe de estado do PT.
Walter Biancardine