Perdida, sozinha e
acuada, a única reação da Presidente Dilma Roussef diante da
esmagadora massa de milhões de brasileiros contra tudo que ela
representa foi emitir nota pessoal, queixando-se de uma pichação
feita na sede da UNE, uma entidade privada, bem como de uma suposta
ação truculenta da PM de São Paulo em ato de apoio á Lula – que
igualmente não está, oficialmente, no Planalto. Este governo nada
mais tem a nos dizer.
Tão sem palavras
quanto a governante estavam os comentaristas dos noticiários das
TV's que cobriram as manifestações, só que por razões diversas:
diante de dois milhões de revoltados somente na Avenida Paulista,
por exemplo, nada que dissessem poderia suplantar a força das
imagens de um impressionante oceano de pessoas a exigir o fim
imediato de uma era.
A notada ausência
de militantes do PT, que habitualmente tentam confrontar as passeatas
contra o governo, não se deveu apenas ao massivo número de
indignados: foi mais uma prova que a esquerda não possui o dom da
espontaneidade em suas manifestações. Por mais que aleguem ser
expressões da vontade popular, tais aparições vermelhas só ganham
as ruas quando assim ordenadas, e de maneira claramente orquestrada.
Desta vez, sem governo e sem maestro, entocados e com medo, nada
fizeram além de patéticos churrascos isolados.
Certamente os
costumeiros imbecis digitais aparecerão para dizer as sandices de
sempre, acusando a manifestação de “elitista, sem negros e só
com loiros e coxinhas”. Além de idiota, tal argumento demonstra a
eterna e má intenção de dividir, de trazer de volta o “nós
contra eles”. Do mesmo modo e ainda atônitos, outros órfãos do
Estado-Pai tentam fazer graça alegando que “querem tirar a Dilma
para que o Michel assuma – Michel Teló” - o que apenas causa
piedade.
Ficou claro, neste
ato de 13 de março, que a indignação não é seletiva: Aécio foi
vaiado, Alkmin foi vaiado e, é claro, Martha Suplicy também teve
seu gordo quinhão de apupos. O PMDB e seu fisiologismo é hoje tão
execrado quanto o sinônimo de crime chamado PT. O único nome
louvado de maneira unânime pela monstruosa massa humana foi o do
Juiz Sérgio Moro, e toda a busca de justiça que o mesmo representa.
Igualmente a Polícia Federal também foi objeto de aplauso – e
considerando o número de manifestantes em 22 estados da Federação,
seria o suficiente para calar a boca de governistas em qualquer país
do mundo.
Mas não estamos em
qualquer país do mundo: estamos em um surreal Brasil, com um
Congresso espantosamente letárgico diante dos fatos, ainda
insistindo em barganhar vantagens ou fugas, e uma presidente da
República que – fossemos outro país – esta noite estaria
assinando sua renúncia, em respeito á vontade da absoluta e
esmagadora maioria popular.
O recado está dado:
o Brasil quer Dilma, Lula, o PT e todos os quadrilheiros presos e
fora do governo já, imediatamente, e um processo de impeachment é
demorado.
O que mais espera a
cidadã Dilma Vana Russef? Que o país afunde mais ainda em uma
recesssão que, hoje, já se iguala ao “crack” da bolsa de 1929?
Que a indignação popular com sua insistência de poder atinja tal
ponto que provoque quebra-quebras nas ruas e justifique um estado de
sítio?
Ou que a segunda
feira chegue e encontre milhões de brasileiros exaustos para, só
então, anunciar que Lula será empossado ministro, se livrará da
cadeia e assumirá como novo e virtual presidente do Brasil?
O Brasil gritou:
“Dilma, você está demitida!” e ela fingiu que não ouviu.
Estaremos vivendo as
vésperas de um golpe do PT?
Walter Biancardine