terça-feira, 22 de março de 2016

OS CANDIDATOS DO SEPE – A MENTIRA SEMPRE SE REVELA

Todo e qualquer cidadão, no gozo de seus direitos políticos, tem o direito constitucional de candidatar-se a qualquer cargo eletivo, no Brasil.

Por outro lado, ao enveredar pela luta nas tribunas ou administrações municipais, estaduais ou Federal, exige-se do mesmo um mínimo de coerência, boa fé para com os eleitores e transparência em seus atos e, principalmente, em suas intenções.

Todos já ficamos com um sabor amargo de desilusão ao sermos noticiados da intenção de candidatar-se à algo manifestada por atores, desportistas ou mesmo protagonistas de acontecimentos de grande repercussão. Não que os mesmos não possuam este direito sagrado, mas pela sempre presente suspeita de que poderiam estar usando sua fama como carona eleitoral.

No caso de um desportista, por exemplo, pode-se aceitar de maneira mais fácil pois é pouco provável que a fome de gols de um futebolista famoso tenha como alvo uma futura candidatura. Entre a classe artística já caminhamos no fio da navalha, pois no teor de canções ou pelo tipo preferencial de personagens desempenhados, pode-se emprestar – de maneira sub reptícia – uma aura ideológica àquele que os desempenha.
Já os que adquirem notoriedade pelo engajamento em ONG's, movimentos sociais, sindicatos ou associações beneficentes deverão, obrigatoriamente, ter um comportamento quase monástico – e este raciocínio vale igualmente para jornalistas políticos – no que tange às suas possíveis aspirações eleitorais.

Não há como o cabofriense não sentir-se enganado, vítima de um verdadeiro conto do vigário em sua boa fé, ao termos agora a confirmação da candidatura de pessoas que, até recentemente, juravam de pés juntos que seus atos públicos – repletos de repercussão nas mídias – possuíam apenas intenções classistas, sociais, em suma: a melhor das intenções.

Repetimos: é direito de todo e qualquer cidadão candidatar-se a qualquer cargo público.

Mas também é direito do eleitor repudiar aqueles que já iniciam sua carreira através da farsa.



Walter Biancardine