terça-feira, 29 de março de 2016

JANOT VALIDA NOMEAÇÃO DE LULA NA CASA CIVIL – Mas também reconhece obstrução à Justiça praticada por Dilma e recomenda que investigações permaneçam com Moro


A manchete acima é a síntese da obra prima de babaovice intergaláctica praticada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, ontem a noite.

Fiel ao seu dono (sem o qual teria “tomado no cu em um terceiro lugar”, segundo expectorou Lula, o fino) e ainda vislumbrando um fio de esperança na permanência de Dilma no poder, Janot não apenas validou o ato de nomeação de Lula como – agora já mirando em uma queda iminente do petismo – admitiu que a presidente teria cometido o crime de obstrução da justiça ao colocar Luis Inácio como Ministro. Como Janot acha que Dilma está mais pra lá do que pra cá, ainda arrematou recomendando que as investigações prossigam com o juiz Sérgio Moro.

Ou seja, o cidadão Janot conseguiu a façanha de babar dois ovos diferentes – e desagradar aos donos de ambos.

Em primeiro lugar, se a PGR reconhece crime de obstrução de justiça na nomeação de Lula, o ato deveria ser, automaticamente, inválido.

Depois, se o crime existiu – como ele reconhece – Dilma deveria ser indiciada no ato por tal prática.

Não bastasse, Janot inventa uma regra: esquecer que o foro privilegiado é do cargo de ministro e não de Lula, portanto, recomendar que as investigações fiquem com Moro é ilegal.

Que fique bem claro agora ao cidadão os males que o lulopetismo produziu: a subserviência de juristas, o cagaço legal, o capachismo forense, o sofisma explícito. A prática ditatorial do bolivarianismo tupiniquim reduziu o ordenamento jurídico nacional ao nível de piada infame e instrumento de legitimação de crimes estatais, restando agora um trabalho de anos para recuperar a dignidade dos tribunais deste país.

Janot é um capacho sem fronteiras: serve a qualquer dono, desde que não o machuquem.


Walter Biancardine