Dignos de pena os
que não podem – ou não desejam – enxergar os ventos dos novos
tempos.
Dignos de
misericórdia os que, por vontade própria, isolam-se aferrados em
crenças materialistas, cujo deus apenas acena com o paraíso
segregacionista reservado aos “nós”, e ameaça o inferno
relativista aos “eles”.
Dignos de estudo os
que não compreendem a fraude imposta, há mais de século, por
ditadores que travestiram seu totalitarismo no disfarce de
procuradores do proletariado – este sim, abertamente apregoado como
ditador.
Pois é, meninos: a
farsa acabou.
Guardem as bandeiras
vermelhas, apaguem as palavras de ordem, ignorem os “formadores de
opinião” pois o tempo deles passou.
Nada vai adiantar
recorrerem ao saudosismo de um 1968 que, segundo eles, “nunca
acabou”. Não acabou porque eles não deixam, empunhando-o como
bandeira política e confundindo – propositalmente – sofrimento
com mérito. E não os tiveram, nenhum dos dois.
A esquerda vive seu
réquiem na América Latina que, segundo perguntava um de seus
próceres – Caetano Veloso – “Até quando precisará de
ridículos tiranos?”.
A Argentina expõe
ao mundo a farsa de um populismo do ódio que se vestia como
ideologia da igualdade – eis a síntese da esquerda. Igualmente
Venezuela e Bolívia vivem seus últimos dias entrevados na doença
vermelha – a mesma que não consegue compreender o que leva os
americanos do norte a apoiarem Donald Trump.
Pecaram pelo
excesso: excesso de demagogia, de relativismo que acabou com a moral,
de paternalismo; excesso de Estado, de intervenção na economia e na
vida privada do cidadão. Excesso de auto confiança, de arrogância
e prepotência, que os levaram a subestimar o povo.
De nada adiantarão
agora análises de comentaristas, garimpando aqui e ali eventuais
erros da faxina geral vivida no Brasil e levada á frente pela
Justiça: o que importa é o todo, o fim da farsa, a morte da mais
nefasta “ideologia” que matou – por ambição – 150 milhões
de seres humanos em todo o mundo, e qualquer um que ainda a defenda
merece apenas o ostracismo piedoso ou a inflexível realidade dos
fatos.
Ideologias não
possuem virtudes morais; a esquerda se dizia “dona” dos mesmos,
mas este é um privilégio dos homens. Agora, o Brasil e o mundo
sabem disso.
A farsa acabou.
Walter Biancardine