sexta-feira, 11 de março de 2016

EDITORIAL - ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA COERCITIVA




Dignos de pena os que não podem – ou não desejam – enxergar os ventos dos novos tempos.

Dignos de misericórdia os que, por vontade própria, isolam-se aferrados em crenças materialistas, cujo deus apenas acena com o paraíso segregacionista reservado aos “nós”, e ameaça o inferno relativista aos “eles”.

Dignos de estudo os que não compreendem a fraude imposta, há mais de século, por ditadores que travestiram seu totalitarismo no disfarce de procuradores do proletariado – este sim, abertamente apregoado como ditador.

Pois é, meninos: a farsa acabou.

Guardem as bandeiras vermelhas, apaguem as palavras de ordem, ignorem os “formadores de opinião” pois o tempo deles passou.

Nada vai adiantar recorrerem ao saudosismo de um 1968 que, segundo eles, “nunca acabou”. Não acabou porque eles não deixam, empunhando-o como bandeira política e confundindo – propositalmente – sofrimento com mérito. E não os tiveram, nenhum dos dois.

A esquerda vive seu réquiem na América Latina que, segundo perguntava um de seus próceres – Caetano Veloso – “Até quando precisará de ridículos tiranos?”.

A Argentina expõe ao mundo a farsa de um populismo do ódio que se vestia como ideologia da igualdade – eis a síntese da esquerda. Igualmente Venezuela e Bolívia vivem seus últimos dias entrevados na doença vermelha – a mesma que não consegue compreender o que leva os americanos do norte a apoiarem Donald Trump.

Pecaram pelo excesso: excesso de demagogia, de relativismo que acabou com a moral, de paternalismo; excesso de Estado, de intervenção na economia e na vida privada do cidadão. Excesso de auto confiança, de arrogância e prepotência, que os levaram a subestimar o povo.

De nada adiantarão agora análises de comentaristas, garimpando aqui e ali eventuais erros da faxina geral vivida no Brasil e levada á frente pela Justiça: o que importa é o todo, o fim da farsa, a morte da mais nefasta “ideologia” que matou – por ambição – 150 milhões de seres humanos em todo o mundo, e qualquer um que ainda a defenda merece apenas o ostracismo piedoso ou a inflexível realidade dos fatos.

Ideologias não possuem virtudes morais; a esquerda se dizia “dona” dos mesmos, mas este é um privilégio dos homens. Agora, o Brasil e o mundo sabem disso.

A farsa acabou.



Walter Biancardine